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Mostrando postagens de 2009

Último post de 2009

Da Praia da Gamboa, entre a Guarda do Embaú e Garopaba, Santa Catarina, desejo o ano bom para todos. Nos vemos em 2010, rapaziada. Ah! A atualização deste blog fica em quarto, quinto plano frente à paisagem que flagro da janela.

Os corações loucos de todos nós

O escritor Jack Kerouac Impossível escapar dos enigmas. Que nem as pessoas sorriem nas cantinas quando elas chegam e sentam na mesa mas na hora de ir embora, quando as cadeiras arrastam no piso em uníssono e elas pegam os casacos e as coisas com um olhar carrancudo (todos no mesmo nível de semicarrancudice que é uma carrancudice especial de frustração porque a promessa feita pelo sorriso na chegada não se cumpriu ou se se cumpriu morreu em seguida) – e durante essa vida curta que tem a mesma qualidade cega inconsciente do orgasmo tudo acontece com as almas delas – é o GRANDE MOMENTO – a soma dos ápices dos relacionamentos humanos – dura um segundo – a mensagem vibratória a toda – mas também não é tão mística assim, é o amor e a sintonia num clarão. É assim que a gente que pira a noite de tudo quanto é jeito (surubas com quatro pessoas, conversas de três dias, viagens transcontinentais ininterruptas) também sente essa carrancudice temporária que nos avisa que é hora de ir dormir – nos l

Estradas

Ratos de Porão e Questions na madrugada

Jão, Gordo, Boka e Juninho: RDP em plena forma Desde a primeira exibição de Guidable – A Verdadeira história do Ratos de Porão em maio, eu estava com uma vontade imensa de assistir à banda de novo. No decorrer das últimas duas (três?) décadas, vi o RDP em lugares, configurações e estados de consciência dos mais variados, mas fazia tempo que não presenciava o quarteto ao vivo. O fiz na madrugada do último domingo, 20, no Outs. E ali pude constatar o óbvio: ainda que estejamos todos mais, por assim dizer, tranquilos neste final de 2009, a brutalidade continua a definir as aparições dos ratos. Ao esporro sonoro praticado por eles, acrescente pitadas certeiras de auto-ironia, que só quem tem no currículo o que eles têm pode se dar ao luxo de mostrar em público. Encapuzado, o mítico Jão entrou em cena com o que me pareceu uma espécie de uniforme de Morte, só que branco; João Gordo, em dado momento, meteu no alto da cabeça um capacete de motociclista ao contrário e citou a versão criada no

Soul Power

Estreia hoje em São Paulo uma das coisas mais sensacionais dos últimos tempos, o documentário O Poder do Soul (Soul Power, 2009). Dirigido por Jeffrey Levy-Hinte, o filme é o registro musical do histórico embate entre os pesos-pesados Muhammad Ali e George Foreman no Zaire (atual República Democrática do Congo), África, em 1974. Fora a luta em si – um espetáculo com E gigante para quem, como eu, aprecia boxe -, artistas como B.B.King , James Brown, Miriam Makeba, The Spinners, Bill Withers, Celia Cruz, entre outros, alternaram-se explosivamente no palco. Está tudo ali: a complexidade de produção de um evento como aquele no Zaire dos anos 1970, as trapalhadas e a corrupção do governo local - o horrendo ditador Mobutu Sese Seko dava as cartas por lá e desembolsou 10 milhões de dólares para bancar a festança -, as reflexões dos artistas negros que pela primeira vez pisavam em território africano, as provocações de Ali e o silêncio de Foreman. Um desbunde. O episódio esportivo/musical já

Conversa velvetiana

The Velvet Underground, Andy Warhol, Edie Sedgwick, entre outros, em 1965 Estão sabendo, né? No início do mês, Lou Reed, Moe Tucker e Doug Yule reuniram-se na biblioteca pública de Nova York para contar histórias do Velvet Underground. Era o lançamento de mais um livro sobre a matadora banda norte-americana, o The Velvet Underground: New York Art , e uma platéia privilegiada teve oportunidade de acompanhar a conversa. O áudio está aqui . Ave Velvet. Só senti falta do grande John Cale.

Beatles, mais uma vez e sempre

Ontem começou a programação especial a respeito dos Beatles armada pelo Multishow . É assim: todo o domingo de dezembro, o canal por assinatura exibe um documentário dos Fab Four e o primeiro foi o bacanérrimo The Beatles In The Studio . Registro narrado por ninguém menos que os próprios e pelo George Martin, o quinto deles. Do compacto de estreia ao encontro derradeiro da banda em estúdio. Chorei na rampa.

Os últimos dez anos na música pop

Participei de mais uma votação musical. Já falei aqui da problemática das listas: a memória sempre nos trai nesse tipo de coisa. Um desejo inconfesso de surpreender quem vasculha nossos votos também se manifesta aos berros. Há as canções e álbuns que só fazem sentido para nós mesmos frente à consideração do impacto filosófico, comercial e outros bichos destas ou daquelas produções. Ah! E tem também a infinidade de composições que não chegaram aos ouvidos dos votantes. A vida é dura, como diz um dos personagens de Lourenço Mutarelli. Mas vale, e muito, muito mesmo, o registro do momento pré-envio. Em tempo, acompanho desde sempre a paixão e o rigor com que o amigaço Marcelo Costa toca o grandioso Scream & Yell e penso: Cacildis, o cara é doido! Com vocês, a eleição dos melhores álbuns da década que se encerra. E aquele papo de 2000 não passarás?

É hoje

Um Tom pro Bortolotto

O Marião continua na luta lá na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia. E nós na vibração positiva - vai dar tudo certo. Um Tom Waits, de quem ele gosta tanto, como trilha sonora do acompanhamento.

Tiros na Roosevelt

O dramaturgo Mário Bortolotto, baleado na madrugada deste sábado Foi meu pai quem me falou ao telefone: “filho, o Mário Bortolotto foi baleado no peito nesta madrugada. Está internado”. Escutou na rádio CBN e ligou para avisar. Fui à internet e o UOL, via Virgula , dava os lamentáveis detalhes. Só nessa semana, quatro pessoas próximas foram vítimas de graus diversos de violência urbana (minha mãe e mulher, inclusive). Algo inerente à cidade, o preço por se habitar uma metrópole, dirão alguns. Foda-se quem o diz. Não tenho preço nenhum a pagar. Não posso ter. Nem as pessoas que eu conheço e (ou) amo, tampouco. Ninguém, aliás... Estou aqui chocado e puto da cara com os episódios. Que Marião e Carlos Carcarah fiquem bem depois dessa merda toda.

Final de semana

Os ingressos estão esgotados, mas, sei lá, vale a pena chegar e tentar escutar o som do lado de fora. A programação , como é de de costume, está uma beleza.

O que aconteceu com os heróis?

Vi essa foto (e outras publicadas aqui ) e lembrei de "Whatever happened to all the heroes?", uma das frases de "No More Heroes", canção predileta dos The Stranglers.

Lombardi (1941-2009)

Luiz Lombardi Neto na Rádio Cultura de Santos (07/05/2000); há 34 anos locutor de Silvio Santos, ele morreu nesta quarta-feira (2), aos 69 anos de idade. Foto: UOL Nossa, o Lombardi !

Cabelo Bom

Em tempos de valorização (tímida, é verdade) dos cachos no Brasil – lindíssimas, Taís Araújo é a Helena da vez na novela das oito de Manoel Carlos e Juliana Alves foi capa da Playboy de outubro -, os EUA assistem à investigação de Chris Rock acerca das questões capilares. E raciais. O humorista, autor de uma das minhas séries de TV prediletas, a incrível “Everybody Hates Chris”, apresenta, produz e assina o roteiro, juntamente com Jeff Stilson, Lance Crouther e Chuck Sklar, do documentário Good Hair (Cabelo Bom, na minha tradução do Yazigi). A direção é de Jeff Stilson. Trata-se do registro da obsessão das mulheres com caracóis nos cabelos pelas chapinhas e outros métodos de alisamento das madeixas. Verdadeiras sessões de tortura, como diz o rapper Ice-T, um dos entrevistados. A motivação para a produção veio após uma pergunta feita a Rock por sua filha de sete anos, Lola, aos prantos: “Pai, por que eu não tenho cabelo bom?”. Com o humor que lhe é peculiar, Rock procura saber como uma

O que é a vida?

Vi no Matias , que viu no Ffffound.

Logo mais às 20h

Como vocês já viram a versão em amarelo, posto aqui o cartaz com fundo branco. Prefiro a outra. Bom, apareçam.

LSD está morto

"LSD is Dead", amigos. Grande música de Hugo Race e sua banda, a True Spirit. O sujeito, vocês sabem, trabalhou com Nick Cave no finalzinho do Birthday Party e nos primórdios dos Bad Seeds. Isso entre muitas outras aventuras.

Meu Amigo Claudia e a paz nos shows de punk

Duas coisas que me deixaram bastante satisfeito nos últimos dias. Primeiro que no domingo pude assistir ao sensacional documentário Meu Amigo Claudia . Há coisa de uns dois anos, eu já tinha escrito em resenha para Rolling Stone Brasil que o amigo Dácio Pinheiro estava produzindo o que viria a ser o registro da vida admirável de Claudia Wonder. Personagem icônica da cultura underground paulistana e uma das lideranças da militância GLBT brasileira. Acompanhar as aventuras de Wonder na tela é extremamente empolgante, doce, instrutivo e perigoso, como o passeio pelo lado selvagem da cidade descrito por Lou Reed em "Walk On The Wild Side". O filme, que estreou em junho nos EUA, durante o Frameline Lesbian and Gay Film Festival de San Francisco, encerrou a programação do 17° Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual. A cerimônia de premiação aconteceu no Cine Sesc e Meu Amigo Claudia foi um dos premiados da noite. Eis o trailer. Outra coisa muito bacana é que a t

É na sexta-feira

"A vida é foder"

Fernanda Torres em A Casa dos Budas Ditosos: sexo Tive o prazer de assistir ontem a uma das coisas mais excitantes da paróquia: o espetáculo A Casa dos Budas Ditosos com Fernanda Torres. Acho Fernandinha (se liga na intimidade, ahaha! Pobre de mim, nem a conheço pessoalmente) uma das mulheres mais interessantes – pra não dizer logo sexies - dos nossos palcos, telinhas e telões. Acompanho-a caninamente desde, sei lá, Eu Sei Que Vou Te Amar (1986), de Arnaldo Jabor, filme pelo qual ela faturou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes. A atuação dela no cinema é invejável. A lista de acertos é longa. A vi também algumas vezes no teatro, The Flash e The Crash Days (1992) e O Império das Meias Verdades (1993), ambas peças dirigidas por Gerald Thomas, ou ainda Duas Mulheres e um Cadáver (2000), de Patrícia Melo, Em suma, estou sempre ligado nas aparições dela por aí (lembrei agora de uma célebre entrevista concedida por ela à revista Trip de maio de 2000, um arraso). Posto isso,

Consciência, educação e visibilidade

Foto de Januário Garcia, presente no livro "1980/2005 – 25 anos do Movimento Negro do Brasil" Neste Dia da Consciência Negra, e nem só nele, penso que a principal questão que se apresenta aos afrodescendentes é a da representatividade. Ainda que sejamos metade da população brasileira, a sensação de invisibilidade é algo que nos assombra desde sempre. Tive a sorte de ter pais envolvidos no movimento negro dos 1970 e 1980 e por conta disso a informação a respeito dos meus pares, figuras primordiais para a construção da identidade brasileira, estiveram ao meu alcance. Diferente da maioria dos garotos e garotas de minha etnia que ainda hoje aprendem nas aulas de História que em dado momento chegaram aqui uns escravos trazidos de um lugar exótico chamado África. Sujeitos que eram comercializados em praça pública, trabalhavam feito mulas, habitavam as senzalas, tomavam umas chicotadas durante o expediente, criaram a capoeira e a feijoada. Grosso modo, é assim que os negros apar

Novos Baianos F.C.

Os Novos Baianos, anos 1970 "Logo depois do auge pós-visita de João Gilberto, Acabou Chorare, em 1972, os Novos Baianos eram interesse nacional, espalhadores de gudiváibe e foco de interesse curioso. O deixar pra lá é quente. Em 1973 estavam morando todos juntos no sítio Cantinho do Vovô, Estrada dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, Jacarepaguá, e transando o disco Novos Baianos F.C., obra-prima, quando Solano Ribeiro (há pouco o homem por trás dos Festivais da Record) colou neles com câmeras, microfones e equipe e produziu o melhor documento dos Novos Baianos em imagens, som e espírito. Ficou lá, por fora de ismos, filmando os baianos e a niteroiense com toda naturalidade, criando filhos, jogando bola, tocando e cantando intensamente, fazendo massagens, lavando pratos como quem faz música." É o que nos conta Ronaldo Evangelista no blog Vitrola . Ele fala do sensacional documentário Novos Baianos F.C. e traz os trechos do registro no post. Troço obrigatório. Como eles mesmos

Woody Allen no Rio de Janeiro e em São Paulo

Ao menos nos CCBBs de ambos estados. Mostra bacana.

Hoje

Vida sobre rodas

Os senhores já devem estar sabendo que mais um documentário sobre o skate brasileiro está para ver a luz do dia. Depois de RE:BOARD Brasil Skate Art And Deck Research , registro da arte dos shapes, lançado neste ano e dirigido por Alexandre “Sesper” Cruz, Vida Sobre Rodas , produzido pela Goma Filmes, em coprodução com a Miravista, tem lançamento previsto nos cinemas para o primeiro semestre de 2010. Segundo os produtores, foram quatro anos de trabalho, 1000 horas de material de acervo reunidas, 32 depoimentos colhidos e mais de 100 horas de imagens captadas. Só no trailer divulgado, bambas estrangeiros como Christian Hosoi e Tony Hawk celebram bambas nacionais do porte de Bob Burnquist, Lincoln Ueda, Sandro Dias e Cristiano Mateus. Demais.

Enquanto isso, em 1977

Slayer para a tarde de sexta-feira 13

Tom Araya, voz gutural e baixo "satã é coisa do demo" do Slayer Um Slayer para descontrair nesta sexta-feira 13? Dia meio estranho com algumas trapalhadas já acumuladas. E são só 16h33... Recorro então ao Araya e sua turma. Curti esse disco novo, o World Painted Blood .

Jesus Cristo mal acompanhado

"A primeira coisa que me ocorreu foi: Jesus (que até podia ser um cara legal e dizer uns trecos interessantes) sempre andou – e continua andando - pessimamente acompanhado. Desde sempre. Isso é chocante. Quando vivo, foi traído e negado pelos amigos. Se fudeu de verde e amarelo. Tenho a impressão que morreu não para salvar os homens, mas para ser vilipendiado abjetamente de todas as formas e maneiras possíveis por seus “discípulos e apóstolos” - há dois mil e nove anos seus seguidores cometem as piores atrocidades, matam, mentem e, sobretudo, enriquecem em seu nome. Nome maldito? Não obstante, ao longo de todos esses séculos, nenhum holocausto e nenhuma calamidade humana poderia ser comparada à lavagem cerebral praticada hoje em dia nas assembléias e templos dos meganhas de Jesus, suposto filho de Deus." Isso é só um trechinho de mais um daqueles textos fodões do amigo Marcelo Mirisola no Congresso em Foco . Sugiro a leitura, irmãos. Aleluia.

Blecaute

O que se sabe a respeito do blecaute, ocorrido entre a noite de ontem e a madrugada desta quarta-feira, é que o dito cujo atingiu ao todo, 18 Estados brasileiros, além de parte do Paraguai. O restante são autoridades, como sempre, feito baratas tontas e especulações nos programas matinais. Segundo a Folha Online: O ministério (de Minas e Energia) não soube informar quais Estados foram totalmente atingidos pelo blecaute e em quais o problema foi parcial. A pasta destacou ainda que o ministro Edison Lobão se reúne com técnicos na manhã desta quarta e deve divulgar um balanço completo sobre o problema no período da tarde. Apesar de o ministério não apontar problemas de fornecimento de energia no Norte do país, as Centrais Elétricas de Rondônia comunicaram falta de luz por meia hora em todo o Estado. Já no Acre, de acordo com a CERR (Companhia Energética de Roraima), a queda de energia durou cerca de 30 minutos, e atingiu dois municípios: a capital, Rio Branco, e Cruzeiro do Sul. A Ceal (C

Matéria revê os 20 anos de midsummer madness

Capa da quinta edição do fanzine midsummer madness: finalzinho de 1991 Por conta dos 20 anos de midsummer madness , o povo do LAST SPLASH entrevistou o chapa Rodrigo Lariú, os integrantes da Pelvs e Lê Almeida. A midsummer madness, vocês sabem, é peça fundamental da história do rock independente brasileiro. São três vídeos que devem ser assistidos. Ei-los .
É, o homem e sua turma estão de volta ao país. Amém.

Pin Ups e o tempo

Como os senhores devem saber, hoje tem show comemorativo dos 20 anos de Time Will Burn , dos amigos dos Pin Ups, no CB. Cacete, já se passaram duas décadas! Eu estava lá quando do lançamento do disco. Foi no saudoso Espaço Retrô. No mesmo lugar onde os tinha visto ainda com André Benevides, irmão do cantor e letrista dos 3 Hombres, Daniel (que aniversaria hoje, parabéns, queridão), como vocalista. Mas o álbum em questão tinha Luiz Gustavo (voz e baixo), Zé Antônio (guitarra e voz) e Marco (bateria e voz), todos de preto, cabelos na cara. Pra mim um grande impacto. Referência mesmo. Os assisti também com essa formação de trio e lembro que nos shows de lançamento do registro a novidade foi a aparição de uma baixista, a Alê - ganhei de presente o disco, lançado pela gravadora Stiletto e com aquele carimbo de amostra invendável, do Luiz. Presenciei muitos shows deles, tornamo-nos comparsas, dividimos palcos, viajamos juntos, fizemos algazarra forte, enfim, participamos de uma movimentaçã

"Tem cigarro aí?"

Rogério Skylab esteve ontem no trabalho. Transmitimos um Estúdio Showlivre ao vivo com o figuraça. Foi ótimo. Posto aqui o vídeo (ainda não devidamente tratado, sem mixagem final de áudio, balanço de cor, essas coisas) de "Tem cigarro aí?". O Skylab é dos artistas mais incomuns da música brasileira. E os vídeos editados irão ao ar no site e no nosso canal do YouTube na próxima sexta-feira. Recomendo.

Que viva Leminski!

E já que falávamos de Leminski no post de ontem, continuemos no belo assunto: No ano em que se completa 20 anos da morte de Paulo Leminski, uma edição do Projeto “Outros Contextos”, no Sesc Consolação, apresenta vida e obra do poeta por meio de mesa de discussão, apresentação musical, leitura de poemas e ambientação, com consultoria de Ademir Assunção e direção de arte de Miguel Paladino. Participações de Boris Schnaiderman, Jerusa Pires Ferreira, José Miguel Wisnik, Neuza Pinheiro, Alice Ruiz, Mario Bortolotto e Áurea Leminski. A abertura é nesta quinta-feira, dia 5, com debate e coquetel.

36 Visões do Largo da Batata

Hoje na Coletivo Galeria (rua dos Pinheiros, 493), às 19h, tem abertura da exposição 36 Visões do Largo da Batata , "uma transposição artística da região em variadas técnicas e formas: pinturas, fotografias, esculturas e vídeos". São trabalhos dos artistas plásticos Gabriel Centurion e Tomás Vega. O Vega eu não tenho o prazer de conhecer pessoalmente, já o Centurion é ex-companheiro de labuta e figura das mais talentosas e divertidamente ranzinzas do meu convívio. Estarei lá acompanhando e aplaudindo as visões da dupla. Ah! E por falar em exposições imperdíveis em cartaz...

Ops!

Enganchou ali. Acontece, né? Vi na seção DOs & DON'Ts da Vice gringa.

Enquanto isso, em 1988

OsGemeos por Camila

Uma das obras d'OsGemeos. Foto: Camila Miranda Vocês sabem que desde o último domingo o Museu de Arte Brasileira da FAAP abriga a exposição Vertigem , com pinturas, instalações, esculturas e outros bichos dos fabulosos OsGemeos. O negócio é sério. Seríssimo. Por conta da matéria para a revista Serafina , a minha querida Camila Miranda esteve com o duo de artistas e registrou a montagem vertiginosa. Os retratos estão aqui e a exposição é, claro, obrigatória.

Cartinha

Em 1969, Mick Jagger enviou a carta acima a Andy Warhol. Queria formalizar o convite para que o artista plástico fizesse a capa do disco que os Rolling Stones lançariam em 1971, o ótimo Sticky Fingers . Como todos sabem, Warhol aceitou a proposta de Jagger e assinou um dos projetos gráficos mais bacanas e provocantes da história: a reprodução da pélvis do ator fetiche Joe Dallesandro, personagem de vários filmes do Warhol, de Je t'aime moi non plus , película de Serge Gainsbourg de 1976, e uma das figuras do submundo novaiorquino citadas em “Take a walk on the wild side”, canção de Lou Reed, “Little Joe never once gave it away/everybody had to pay and pay/.../I said, Hey Joe, Take a walk on the wild side”. Além de ter um zíper de verdade, guardar músicas como "Wild Horses", "Sister Morphine" e "Brown Sugar" – e a imagem da cueca branca do ator na parte interna -, a capa, no caso, a contracapa, também serviu para que a famosa língua do logo dos Stones,

Enquanto isso, em 1991

quando encontrei a doublé da Estrela enquanto as portas do elevador se abriam e eu estava saindo enquanto ela estava entrando às 4 da manhã e eu vi que ela estava radicalmente chapada perguntei pra ela de quê ela disse 6 Valium e Vinho Branco porque este era o nosso último dia de filmagem então ela pensou em celebrar com alguém da equipe e se divertir já que esta era sua cidade natal e ela ia ficar bem aqui enquanto íamos embora e a agonia de ser apenas uma doublé local deixada para trás numa cidade da qual ela adoraria saltar fora estava realmente lhe baixando o astral e subitamente isso me fez ficar re-envergonhado de ser um ator num filme e tudo mais e provocar tais ilusões estúpidas então levei-a para o meu quarto sem desejar seu corpo nem nada e ela ficou desesperadamente desapontada tentou se atirar da minha janela eu disse olhe, não vale a pena é só um filme idiota ela disse não tão idiota quanto a vida 1/11/81 Seattle, Washington Esse texto é do Sam Shepard e está no incrível

Lamento

Rapidinha: vocês estão acompanhando a lamentável história do incêndio que acabou com milhares de obras do Hélio Oiticica no Rio de Janeiro, né? Muito triste.

Poesia e música para o sábado

O amigo Marcelo Montenegro , que é um craque, avisa: Sábado agora, 17/10, às 18h30, apresento minhas “Tranqueiras Líricas” na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, dentro do projeto Outubro Independente. Desde 2003 venho fazendo isso. Falar meus poemas com música. Unir a palavra escrita ao rock, ao jazz e ao blues. Para tanto estarei mais uma vez acompanhado pelos comparsas e grandes músicos Fabio Brum (guitarra), Fabio Pagoto (baixo) e Rick Vecchione (bateria). De acordo com o libreto “Literatura Independente”, produzido pela Rayban e encartado nas revistas TRIP e TPM (dez/2007) com “12 dos literatos mais consistentes cujo trabalho ganhou projeção nos últimos 10 anos”, “não é raro pegar pessoas se debulhando de risos ou de lágrimas nas apresentações de Marcelo, um legítimo show de blues”. Espalhem, divulguem e, claro, apareçam. Seria legal para caramba ter vocês por lá. O espetáculo é gratuito e a Biblioteca fica na Rua Henrique Schaumann, 777, Pinheiros, SP, em frente à praça Benedito Ca

De novo no Living Colour

William Calhoun (bateria), Corey Glover (voz), Doug Wimbish (baixo), Vernon Reid (guitrra): feras É raro eu escutar os álbuns do Living Colour nos dias que correm. Mas o trabalho do quarteto novaiorquino me é caro por questões ligadas ao papel do negro na cultura pop. É caro também pela memória afetiva. Afinal, houve um episódio tragicômico no Hollywood Rock de 1992, no Estádio do Pacaembu, quando da primeira vinda dos músicos ao Brasil, envolvendo a mim, uma ex-namorada e uma amiga, bom, deixa pra lá... O fato é que ainda que não eu frequente os discos com a regularidade de outrora, sempre procuro assistir às feras ao vivo. O que é uma experiência que eu recomendo com veemência. Tocaram ontem lá no Via Funchal, em São Paulo, como se não houvesse amanhã. Quase três horas de pancada virtuose, metálica, funkeada, jazzy, punk rocker. Repertório antigo mesclado àquele que faz parte do mais recente álbum deles, The Chair In The Doorway (2009) – a balada, que eu adoro, "Love Rears Its

Canções de "Glitter and Doom Live" disponíveis

E as canções de Glitter and Doom Live , álbum do grande Tom Waits , que chega às lojas em novembro, hein?

Retratos

Livros de fotografia são a minha perdição, entre tantas outras. Ainda mais se for algo do naipe de Born in the Bronx, A Visual Record of the Early Days of Hip Hop , do afiadíssimo Joe Conzo, sujeito que registra a movimentação da música negra e latina de Nova York desde os anos 1970. Sugiro um passeio pelo sítio do cara .

As 100 maiores músicas brasileiras, segundo a Rolling Stone

O cantor e compositor Chico Buarque Deu "Construção", canção título do álbum lançado por Chico Buarque em 1971, no topo do ranking da lista As 100 melhores músicas brasileiras publicada na edição de terceiro aniversário da Rolling Stone Brasil que acaba de chegar às bancas. Fiz parte do júri que elegeu a composição, narrativa da vida besta e a morte que atrapalha o tráfego de um trabalhador da construção civil. Era, como diz o texto de Paulo Cavalcanti, o artista, com Rogério Duprat assinando o arranjo sinfônico, pronto para o confronto e explicitando isso em meio ao "Milagre Brasileiro". Concordo. Ia até publicar a minha lista pessoal de canções aqui no blog, mas ela foi batucada na máquina do trabalho e estou em casa, em pleno feriado de Nossa Senhora Aparecida. Se bem que lista é um troço complicado, né? Lembro que assim que enviei a dita cuja para a valorosa redação da RS, outros títulos e configurações surgiram na cachola. Fosse agora, mais deles surgiriam. M

Uma canção, duas vozes

A dupla arrasadora Eddie Floyd e Booker T compôs “Consider me” nos anos 1960. Floyd gravou. Anos mais tarde, a canção, bonita de doer, foi revisitada por Mark Lanegan. Ambos registros estão acima. Soul.

Les Nubians e as estonteantes

Hélène e Célia Faussart, Les Nubians Duas coisas que eu achei formidáveis no show das irmãs franco-camaronenses Les Nubians ontem no Auditório Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Primeiro, o domínio de palco. Hélène e Célia Faussart são de uma expressividade exuberante. Mesclam militância racial, consciência social, política do corpo e sensualidade. Foram das canções do álbum de estreia, Les Princesses Nubiennes (1998), ao mais recente, Presents Echos Chapter One (2005), passando por composições que farão parte do disco que será editado no ano que vem, Liberté . Acompanhadas por uma banda formada por brasileiros e franceses, falaram em português, citaram Barack Obama, Lula, as questões da imigração européia, cantaram Fela Kuti (“Upside down”) e Serge Gainsbourg (“Couleur café”, essa a cappella ). Foi uma festa. Hoje é aniversário de Hélène, inclusive. Já a segunda coisa se refere ao público presente. Já no hall de entrada, uma pergunta se fez aos meus botões e acompanhou-m

O som que vem das burcas

Foi a amiga Carol Bella quem me falou da afegã Burka Band . Integrantes da primeira banda feminina do Afeganistão, as garotas interpretam "Kabul, Kabul", em referência a "New York, New York", aquela mesma imortalizada por Frank Sinatra. Adorei.

Quadrinhos e política

No blog Lazer Guided Melodies , o amigo Gilberto Custódio comenta a admiração pelos quadrinhos de Guy Deslile . Gosto muito também.

Hoje e amanhã

Skate aqui e lá

Trecho do livro The Disposable Skateboard Bible Leio no Desculpe a Poeira que o Wall Street Journal traz imagens supimpas de The Disposable Skateboard Bible , registro das cinco décadas de artes gráficas nos decks dos carrinhos dos EUA. Quem assina a edição do livro é o artista Sean Cliver. É o mesmo assunto tratado pelo documentário RE:BOARD Brasil Skate Art And Deck Research , aquele do qual eu fiz a narração inicial. O universo do skate na ordem do dia. Bacana.

Afro-futurismo Brasil

Há alguns dias ainda para o final de semana, mas quando ele chegar o Sesc Santana vai ser o lugar. Olhem só a turminha que se apresentará por lá: Naná Vasconcelos + Mike Ladd + Sp Underground + Mamelo Sound System + Kiko Dinucci + Juçara Marçal + Thiago França + Sergio Machado + Yellow P. + Cota Pitshu.

Laerte e a fome

Obsessão por Gainsbourg

O Matias está em pleno surto obsessivo por Serge Gainsbourg e tem feito podcasts , coletas de vídeos disponíveis no YouTube (partes 1 , 2 e 3 ) e comentários certeiros. Acompanhem e desenvolvam a obsessão também.

Hoje

Como diz o cartaz acima, sou um dos convidados para a performance do novo projeto do Júpiter , The Apple Sound, logo mais à noite no Clube Berlin. Nosso primeiro encontro ocorreu no mesmo lugar em agosto passado e foi mais ou menos assim: Bora?

Nick Cave de novo

Já escrevi aqui sobre o grandioso Nick Cave - e certa cabocla. Não tenho mais o que acrescentar. A não ser o clipe de "More News From Nowhere", com participação de pole dancers orientais e do escritor Will Self. No mais, quarta-feira monstruosa. Já, já acaba.

Enquanto isso, em 1999

Jerry Lee Lewis e o rock

Jerry Lee Lewis, The Killer Estive no Credicard Hall ontem. Jerry Lee Lewis, The Killer, fez das suas acompanhado por um quarteto. Foi bem melhor do que o show que vi em 1993. Ele próprio já afirmou que aquele ano não foi dos melhores. O que influenciou naquela controversa primeira visita ao país. Mas ontem deu tudo certo. Ladeando o piano, a banda, liderada pelo guitarrista Kenny Lovelace, comparsa de Lewis desde 1965, ataca de Little Richard e Jimmy Reed. Os integrantes alternam os vocais e se dizem todos de Memphis, Tennessee. Ao termino da quarta música, entra The Killer. Passinhos cuidadosos, curtos, até o banco. A audiência enlouquece. Pudera. Senta-se e dedilha as teclas pelos próximos 40, 45 minutos. Vai do repertório do CD/DVD mais recente, The Last Man Standing , 2008, até os clássicos da trajetória, "Down The Line", "Great Balls of Fire" e "Whole Lotta Shakin' Goin' On" e "Roll Over Beethoven", pra citar alguns. Bom, assistir

A volta do Garagem

José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e o cantor e apresentador de TV Lobão Paulo César Martin e André Barcinski. Fotos: Geraldo Arcanjo Depois de três anos de recesso, o anárquico programa de rádio Garagem acaba de voltar ao ar. Em parceria com o Showlivre e o UOL, o semanal apresentado pelos amigos André Barcinski e Paulo César Martin terá novas edições publicadas no site toda a sexta-feira. O programa de hoje tem como convidados o cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e o cantor e apresentador de TV Lobão. Há também as homenagens a dois gênios que morreram durante a ausência do Garagem: Lux Interior e Les Paul, além de faixas novas de Flaming Lips, Wilco, Modest Mouse, TV On The Radio, The xx, Gaslight Anthem, Jay Reatard, raridades da caixa nova do Neil Young e raridades do Joy Division. Sou ouvinte do Garagem desde sua primeira encarnação em 1992 na rádio Gazeta FM – lembro de ter faturado um disco do Prong em uma das promoções e enchi diversas fitas cassetes com o que rol