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Mostrando postagens de julho, 2011

Ao som de Miles, o início de uma história de amor

Há algumas semanas, a cantora Flora Purim, uma das maiores do mundo, contou o início de sua longeva história de amor com o primoroso percussionista Airto Moreira no programa O Som do Vinil , exibido pelo Canal Brasil - Butterfly Dreams (1973), álbum gravado por ela nos EUA, era o tema do semanal. Filha de pai violinista e mãe pianista, desde muito nova, Flora sempre soube tudo de música erudita e jazz. Ávida colecionadora de discos, certo dia ela chamou Moreira, com quem estava tocando em uma boate paulistana, para uma audição de Miles Ahead , disco que Miles Davis havia lançado em 1957. Por alguma razão inexplicável, Moreira sempre lhe fora distante. Nos ensaios, conversava o estritamente necessário. E só aceitou o convite por se tratar da audição de um álbum de Miles que ele desconhecia. Algo que Flora insistia que ele fizesse. “O disco tem tudo a ver com você”, argumentava. Talvez intuísse que anos mais tarde, lá estaria Moreira na banda e na ficha técnica de Bitches Brew (1970), ou

Psycho Attack Brasil

A história da demência sonora que fundiu punk, garage rock, rockabilly e cinema B no Brasil é contada por alguns amigos de longa data. Figuras da primeira geração nacional, via ABC paulista, como Ricardo Magrão, Rikinho, Nikki Nixon, Sérgio Barbo, entre outros, neste honestíssimo documentário dirigido por Darwin Dias (ex-integrante d´Os Cervejas, uma das bandas precursoras da estética em Curitiba – cidade que responde pelo atual centro nervoso psychobilly no país). Sugiro a audiência. Eis aqui o link .

"Protejam seus filhos: o Super-Homem vem aí!"

Em seu anárquico quadro no programa Abertura , exibido pela TV Tupi em 1979, Glauber Rocha alerta os pais de família do Brasil contra Superman- O filme , exalta Severino e Zé Celso Martinez Corrêa, detona a Embrafilme, ex-amigos cineastas, Franco Zeffirelli, Ferreira Gullar, O último tango em Paris , entre outros temas. Lembro muito bem de ter visto isso no ar e de ter ficado bastante intrigado. Afinal, eu adorava o Super-Homem, tinha uma inexplicável simpatia por aquele cara que aparecia na televisão falando pelos cotovelos - ainda que entendesse patavinas do que ele dizia - e meu pai já havia prometido me levar ao cinema para assistir ao filme estrelado por Christopher Reeve. A despeito dos alertas de Glauber, fomos eu, ele e minha mãe ao finado cine Estoril, em Osasco, e voltei para casa maravilhado, trazendo comigo um álbum de figurinhas da produção.

Enquanto isso, em 1983

Rui Mendes fazia um dos primeiros registros fotográficos d'As Mercenárias. Rosália Munhoz (voz), Ana Machado (guitarra), Sandra Coutinho (baixo) e Edgard Scandurra (bateria) estão no retrato, uma contra esmaltadeira de papel fotográfico, nas palavras do Rui. Céus, como eu admiro essa turma.

"Um filme"

dá nome ao novo e elegantíssimo clipe do Elo Da Corrente. Amigos representando, literalmente. Como diria Glauber Rocha no extinto programa de TV Abertura , o assunto agora é cinema.

Amy Winehouse (1983 - 2011)

Da série tragédias que se anunciam, e vêm.

Ecos musicais

Na Gueta, atração do Ecos Musicais deste final de semana A banda Na Gueta apresenta-se neste sábado, 23, às 18h, no SESC Osasco ( Av. Sport Club Corinthians Paulista, 1.300 - Jardim das Flores - Osasco - SP ), dentro do Ecos Musicais, projeto do qual eu e o chapa Clemente Nascimento somos os curadores. A entrada é franca. Apareçam. E, grupos e artistas solo da região, continuem a mandar seus materiais ao endereço da unidade.

A morte do cinema por JLG

"Não sou um autor. Bem, pelo menos não agora. Houve uma época em que pensávamos que fôssemos autores, mas não éramos. O cinema acabou. É triste que ninguém esteja explorando o cinema realmente. De qualquer maneira, com os celulares e tudo o mais, hoje todo o mundo é autor." (Jean-Luc Godard, no Guardian, em tradução publicada nesta sexta-feira na Ilustrada, na Folha de S. Paulo)

"Queremos Miles"

Miles Davis. Foto: Anton Corbijn é o nome da exposição concebida pelo instituto musical Cité de la Musique, em Paris, com data de estreia marcada para o início de agosto no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, e outubro em São Paulo. Saiba mais aqui . Eu quero.

Risadinha do Mutley

e só.

O que dizia Ian Mackaey em 1994

" A palavra underground se tornou uma marca", Ian Mackaey (no centro), em 1994 Desde 1994 eu não lia a entrevista que a minha amiga Gabriela Dias fez com o mítico Ian Mackaey. A conversa se deu quando da primeira turnê do Fugazi pelo Brasil - assisti ao show de São Paulo - e foi publicada na edição de número 36 da bacanuda revista Panacea , capitaneada, à época, pela Gabriela e pelo Kazi. Dia desses, o Altnewspaper fez o favor de resgatar o material. Reli com muito gosto. Fica aqui a sugestão, garotada.

Amor

Contentamento

A incrível Nação Zumbi, que encontra-se em estúdio aprontando um disco inédito, esteve por três datas seguidas no palco do SESC Belenzinho, em São Paulo. Os shows fizeram parte de uma série muito bacana proposta pela unidade: o Projeto Álbum, onde o músico apresenta na íntegra o repertório de algum clássico da discografia. No caso dos pernambucanos, Da Lama ao Caos , debute de 1994, foi o escolhido. Que bela noite de sábado todos nós tivemos. Nossas expressões, em foto registrada nos bastidores, são de um contentamento inescapável. Ah, os encontros com os amigos de fé.

Representando o Brasil

Massa o teaser do documentário sobre a Copa do Mundo de Poetry Slam 2011, que teve a grandiosa Roberta Estrela D'Alva como única representante brasileira.

Enquanto isso, em 1975

Bob Marley and The Wailers encontravam-se com os Jackson 5 na Jamaica.

Laerte

E o rock?

Por conta do Dia Mundial do Rock - coisa mais tola, né? -, celebrado ontem, 13, a Casa de Música me fez duas perguntas sobre a faceta paulistana do gênero. Respondi .

Punk Typography

é o nome do arquivo online que nos mostra a arte presente na tipologia punk, pós-punk e hardcore. Isso por meio de cartazes de shows, capas de discos, estampas de camisetas, entre outros suportes. Dio Santo, foi essa a estética que me criou.

Dois shows

Dois shows que eu gostaria muito de ter assistido neste último final de semana foram os dos amigos Inocentes e Defalla em São Paulo. Os primeiros tocaram no Sesc Pompeia, em comemoração aos 30 anos de atividade, e os segundos, no Sesc Belenzinho e no Beco 203, com sua formação clássica. Além de terem em suas fileiras sujeitos que tornaram-se meus amigos, ambas as bandas foram muito importantes para minha formação, para o que eu viria a produzir mais tarde como músico, ou aprontar como maluco plantonista. Não estava na cidade para reencontrá-los, fui a Feira Literária Internacional de Paraty (RJ), a Flip, trabalhar na equipe do espetáculo "Solidão Continental", com o escritor João Gilberto Noll em cena - arrasamos, diga-se. Experiências incríveis se sucedem e novos amigos, talentos há muito admirados por mim, de repente, estão ao meu lado. Que coisa mais curiosa é a vida. Bom, Duca Mendes fotografou os Inocentes . O Viva La Brasa postou uma entrevista com o Edu K e há vídeo

Nascimento mutante

"Hoje completo 63 anos > 6 + 3 = 9 > noves fora = 0 > Estou nascendo...", post tungado do feice do Arnaldo Baptista, sujeito que eu tive a honra de conhecer pessoalmente em uma estranhíssima tarde de domingo do ano da graça de 1994 - meu 1967 particular. Feliz aniversário, mestre.

"Então toma!"

Ótimo o novo clipe do rapper Emicida, "Então toma!". Com direção de Fred Ouro Preto, a produção remete aos filmes policiais da década de 1970 e faz graça dos ressentidos de plantão. Gente que achava o rapaz o máximo quando ele era "apenas" um garoto prodígio das Rinhas dos MCs. Mas que agora, frente às conquistas além-rap do camarada - espertíssimo-, renega a afeição e abraça o desconforto.

"Eu nunca leio, nem quando não estou fazendo nada"

Menina linda. Estudante de Educação Física, é uma das instrutoras em experiência da academia onde faço ginástica. Sim, faço ginástica. E gosto. Estamos em uma das unidades da rede instalada num shopping center da região oeste de São Paulo. Cinco horas de estacionamento grátis são oferecidas aos matriculados, reza o contrato. Fixado em uma coluna de concreto, frente às fileiras de aparelhos transport, esteiras e bicicletas ergométricas, há um revisteiro. Estão sempre ali edições recentes de Trip, Tpm, Brasileiros, Joyce Pascowitch, Pais & Filhos, Wish Report , publicações onde a academia anuncia seus serviços. É comum eu manipular as revistas expostas. Levá-las para um passeio. Enquanto encarno a minha faceta de esportista, leio os textos, consulto os expedientes, vejo as figuras. Dia desses, a menina linda, toda sorrisos, se aproxima e comenta: “você sempre com uma revista nas mãos, né?”. Concordo, um tanto envaidecido, confesso, com simpática abordagem dela. Radiante por ter