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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Com a palavra, Paulo Mendes Campos

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã

"Um Hamlet contemporâneo não segura a caveirinha não."

"Sigo porque gosto de cantar"

Como faz para manter a sua carreira viva sem um contrato com um selo para lançar um CD e vivendo na era do download gratuito? Ainda se sente relevante para a música? Eu me sinto triste porque nenhuma gravadora quer assinar comigo. Isso diz muito sobre a indústria da música nos dias de hoje. Ela está efetivamente morta agora. Não é que ela esteja morrendo: já morreu! As gravadoras a mataram ao bagunçar as paradas de sucesso e por assinarem contratos com moleques de 15 anos que ficariam emocionados em fazer tudo isso sem um contrato. Sigo porque gosto de cantar e, até o momento, tenho um público que quer minhas músicas. Mas minhas razões para continuar não significam nada para as gravadoras. Morrissey, que se apresenta em Belo Horizonte, Rio e São Paulo, respectivamente nos dias 7, 9 e 11 de março, em entrevista a Lúcio Ribeiro, publicada nesta segunda-feira, 27, na "Ilustrada", da Folha de S.Paulo .

Enquanto isso, em 1973

Bastidores (e Jorge Ben no palco) do festival "Phono 73", realizado no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, entre 11 e 13 de maio de 1973.

"Que a vida joga com você isso nós já sabemos"

Mark Lanegan apresenta "Blues Funeral" em São Paulo

Mark Lanegan, que se apresenta em São Paulo, no Cine Joia, em abril Os senhores sabem, né? O cantor e compositor Mark Lanegan volta ao Brasil, e dessa vez com banda, para uma única apresentação no dia 14 de abril, no Cine Joia, em São Paulo. A Mark Lanegan Band trará no repertório seu mais recente álbum, o ótimo Blues Funeral , lançado em 6 de fevereiro. Além do Brasil, a turnê mundial do artista em 2012 passará ainda pela América do Norte e pela Europa. Ah, tive a sorte de assistir aos outros dois incríveis concertos do cantor por estas plagas. Eis os batuques sobre aqui e aqui . Serviço Mark Lanegan Band@ Cine Joia Sábado, 14 de abril Horário de abertura da casa: 21h Horário previsto do show: 23h00 Valores: R$ 60,00 promocional antecipado - promoção não cumulativa. R$ 70,00 meia-entrada R$ 140,00 inteira PONTOS DE VENDA www.cinejoia.tv/ingressos Cine Joia Praça Carlos Gomes, 82 - Liberdade Site: www.cinejoia.tv Telefone: 3231.3705 Capacidade: 1.200 pessoas Cartões de crédito: Vi

"Meu coração ficou com o calhambeque"

Fãs do Nirvana, atenção

Em agosto de 1991, a produtora daquele que seria o videoclipe de "Smells like teen spirit" recrutava figurantes de 18 a 25 anos para participar das gravações. "Prepare-se para ficar algumas horas! Dê suporte ao Nirvana e tenha ótimos momentos", prometia o panfleto, com direito a mapinha e instruções de vestimenta.

KAK, amigos

Há tempos eu não ouvia a estupenda banda norte-americana KAK. Da cena psicodélica dos anos 1960, ela foi uma das minhas ideais fixas durante um ótimo e amalucado período. Que felicidade reencontrá-la agora. Divido.

Certeza absoluta

Uma das únicas coisas das quais eu tenho absoluta certeza é de que naquele 21 de fevereiro de 1992, há exatos 20 anos, portanto, no mítico Espaço Retrô, em São Paulo, o dia, digo, a noite, foi de rock, bebês. A filipeta, a avó do flyer, confirma.

Michael Davis (1943 - 2012)

Eu , tiete, junto aos heróis do MC5 (Wayne Kramer, Dennis Thompson e Michael Davis) e do Mudhoney (Mark Arm) durante uma tarde ensolarada de rock'n'roll. Foto: Daniel Arantes Leio que Michael Davis morreu na sexta-feira, 17. Vítima de insuficiência hepática. Tinha 69 anos. Davis, vocês hão de saber, foi baixista do MC5. Banda das mais incríveis, que teve atuação entre 1964 e 1972. Durante o período, o quinteto, alucinou no blues, teve como mentor o poeta John Sinclair, dividiu palcos com The Stooges, Sun Ra e John Coltrane, tomou para si o ideário do partido radical negro Black Panthers – os integrantes respondiam por panteras brancas, entre tantas outras. Depois de tanto ouvir os discos e colecionar histórias sobre a banda, tive o prazer de entrevistar os músicos em 2005. Estavam eles no Brasil para uma apresentação, no Campari Rock, do projeto DKT/MC5, que trouxe Mark Arm, do Mudhoney, como vocalista convidado (Rob Tyner, o fabuloso cantor original, morrera em 1991). Foram

Bela turma

Dia desses, Erykah Badu, ladeada do músico e produtor Mark Ronson, do baterista, fundador do The Meters, Zigaboo Modeliste e de integrantes do The Dap Kings, esteve no Late Show with David Letterman. "A La Modeliste" foi a canção defendida pela turma. A aparição se deu por conta do documentário Re:Generation (2011), que trata do cotidiano de cinco djs e produtores musicais: Mark Ronson, DJ Premier, Skrillex, Pretty Lights e The Crystal Method.

Tranqueiras líricas, o blog

Marcelo Montenegro, ao centro, em ação no "Tranqueiras líricas". Foto: Rodrigo Sommer Tranqueiras líricas, espetáculo criado pelo poeta Marcelo Montenegro em 2004 no qual a poesia falada se funde ao blues, ao jazz e ao rock´n´roll, agora tem um blog . Sugiro a visita.

Eu, uma empresa

"Crack house"

"Crack house" é uma das canções do álbum que o duo paulistano Jesus & The Groupies está gravando. As imagens do clipe são de Raul Machado e foram registradas durante um recente show de Marco Butcher e Luis "Mr. Alabama" Tissot no Caos, na rua Augusta.

Romance em doze linhas

( Bruna Beber ) quanto tempo falta pra gente se ver hoje quanto tempo falta pra gente se ver logo quanto tempo falta pra gente se ver todo dia quanto tempo falta pra gente se ver pra sempre quanto tempo falta pra gente se ver dia sim dia não quanto tempo falta pra gente se ver às vezes quanto tempo falta pra gente se ver cada vez menos quanto tempo falta pra gente não querer se ver quanto tempo falta pra gente não querer se ver nunca mais quanto tempo falta pra gente se ver e fingir que não se viu quanto tempo falta pra gente se ver e não se reconhecer quanto tempo falta pra gente se ver e nem lembrar que um dia se conheceu.

Thee Butchers' Orchestra 2012

E já que novas estripulias dos queridos Thee Butchers' Orchestra se avizinham - apresentam-se em SESC Belenzinho , em São Paulo, no final de março e devem sair em turnê -, lembremos aqui do belo clipe da canção “Ninety nine”, registrado no início dos anos 2000, e do qual, vejam só, eu participo. Maximum respect.

Na "CemporcentoSKATE" de fevereiro

A edição de fevereiro da ótima revista CemporcentoSKATE traz uma matéria com o skatista profissional e videomaker Cristiano "Zoinho" Matheus. Na reportagem, Matheus, criador de manobras e autor da clássica série de vídeos "Silly Society", nos anos 1990, enumera algumas bandas nacionais importantes para ele. Os Mickey Junkies, que honra, fazem parte da memória afetiva do entrevistado.

E sobre o desprezo

Sun Ra Arkestra

Durante o show realizado neste sábado, 11, no Nublu Jazz Festival, no Sesc Pompeia, em São Paulo. Foto: José Julio Espirito Santo

A vida é bela

Ontem entrevistei Dom Salvador & Abolição. E hoje será a vez da Sun Ra Arkestra. Diálogos com veneráveis que estarão em um futuro programa de TV. A vida, às vezes, é bela. Aliás, belíssima.

Enquanto isso, em 1982

Wando (1945 - 2012)

O cantor e compositor Wando. Foto: Almeida Rocha Com a palavra, Xico Sá: dez lições de amor deixadas por Wando ou dez coisas que aprendemos ou devemos aprender com o mestre e suas canções. Aqui .

Hoje, amanhã e depois

E no suporte

os roadies.

"Fazer algo perigoso com estilo, é o que eu chamo de arte."

Divórcio

(Wislawa Szymborska) Para os filhos, pela primeira vez o fim do mundo. Para o gato, novo dono. Para o cachorro, nova dona. Para os móveis, escadas, rangidos, caminhão, transporte. Para a parede, quadrados brancos depois de retirados os quadros. Para os vizinhos do térreo, um tema, um intervalo no enfado. Para o carro, seria melhor se fossem dois. Para os romances, poesia -de acordo, leve o que quiser. Pior para a enciclopédia e o videocassete e para aquele manual de escrita onde se encontram talvez as regras de uso dos nomes compostos - se ainda os liga a conjunção "e" ou se os separa um ponto final. De "Tutaj" (Aqui), 2009 Vi na edição deste domingo, 5, do suplemento "Ilustríssima", da Folha deS.Paulo . "Divórcio" é um escrito inédito da poeta polonesa Wislawa Szymborska, Prêmio Nobel de Literatura em 1996, vítima, aos 88 anos, de um câncer no pulmão na última quarta-feira, em Cracóvia.

Canção do R.E.M. é eleita a mais deprimente de todos os tempos

"Everybody hurts", canção do finado R.E.M, é a composição mais deprimente de todos os tempos. É o que revela uma pesquisa realizada na Inglaterra e encomendada pelo produtor teatral britânico David King. "Candle in the wind", de Elton John, tributo à princesa Diana, ocupa o segundo lugar da lista, seguida de "I will always love you", de Whitney Houston, "Nothing compares to you", gravada por Prince e Sinead O'Connor, "My heart will go on", de Celine Dion, e "Fix you", do grupo Coldplay. De acordo com King, o objetivo da pesquisa era entender mais sobre "o poder da música". "Música é uma ferramenta tão emocional. Ela vai direto ao seu coração. As canções podem nos transportar para um determinado momento de nossas vidas, para nossa memória, a alguma coisa que aconteceu, talvez algo bom, talvez algo ruim...", afirmou o produtor à BBC. Durante a realização estudo, sete em cada dez homens entrevistados admit

"I’m Almost Not Crazy: John Cassavetes - The Man and His Work"

Morto em 3 de fevereiro de 1989, o ator, cineasta e escritor John Cassavetes é tema do documentário I’m Almost Not Crazy: John Cassavetes - The Man and His Work , dirigido por Michael Ventura. A produção revela os bastidores da feitura do longa-metragem Love Stream (Amantes) , de 1984. Um filmaço que eu revi, ao acaso, no sábado passado. Dica do Dangerous Minds .

"Retrovisor"

é o primeiro clipe do novo álbum da Céu, Caravana Sereia Bloom - chega às lojas até o final deste mês. Que beleza.

15 anos sem Chico Ciência

Chico Science, morto em um acidente automobilístico em Olinda (PE) no dia 2 de fevereiro de 1997 São 15 anos sem Chico Sciencie, ou Chico Ciência, como diria o Ariano Suassuna. Saudade, que novidade, do caranguejo com cérebro. Dentre outras, me vem agora a lembrança de um domingo agradabilíssimo de 1996. Ao final da tarde, fomos em bando ao também saudoso Belas Artes, em São Paulo, assistir ao filme Clockers , do Spike Lee, e depois rumamos para o estúdio onde os Los Sea Dux ensaiavam. Chico tinha acabado de trazer uma câmera digital dos EUA e registrava (e, o melhor, tomava parte d)a jam session funk/punk/latina/surf/jamaicana/psicodélica com aquele talento gigantesco dele. Passos à frente, mudanças de lugar. Com o avançar dos meses, a inaceitável notícia de merda. Que troço mais frágil e injusto é a vida, não? Daqui, 15 anos de tentativa de entendimento, damos vivas ao malungo. Chila, Relê, Domilindró!

Vício

"Vamos acompanhar o rap"

Acabo de dizer ao Brandão que ele tem que usar essa fala do grandioso Heródoto Barbeiro em algum sampler. Ladeado por DJ PG e Munhoz, o mano esteve na edição de ontem do JRNews, transmitido ao vivo pela Record News e pelo R7. O primeiro bloco está abaixo. Firmeza total.

“Are you… Can you… Were you…? (Felt)”

Shabazz Palaces é o máximo. Que clipe mais maluco é esse?