Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2013

"Jorge Mautner convida Gilberto Gil"

Estreia nesta quarta-feira, 01, às 22h, no SESCTV, o Especial Musical Jorge Mautner convida Gilberto Gil. Programa gravado no Sesc Pompeia, em São Paulo, no dia 3 de abril deste ano prestes a desaparecer do mapa. As entrevistas com os admiráveis artistas foram realizadas por mim, antes de todo aquele embaraço causado pela questão das biografias não autorizadas. Reapresentações ocorrem no dia 4, sábado, às 19h; e dia 5, domingo, às 24h. A produção é da grandiosa Fuego Digital. Para sintonizar: Canal 3, da Sky; Canal 137, da NET; Canal 29, da Oi TV, ou consulte sua operadora. Assista também online aqui .

R.E.M. e a iniciação à internet

Eu já ouvira falar, bem por cima, em BBS, mas o primeiro comentário genuinamente sedutor a respeito da rede mundial de computadores foi proferido pelo meu amigo Zé Antonio Algodoal, guitarrista dos Pin Ups, em certa altura da primeira metade dos anos 1990. "Carneiro, a internet é algo realmente sensacional. Imagine que eu encontrei lá uma página com todas as letras do R.E.M.", comemorava ele. "Nossa, Zé, todas as letras mesmo?", surpreendi-me. "Pô, o negócio é bom mesmo, então", pensei, já devidamente convencido. Não sosseguei até a minha navegada inicial. A propósito, há uma bela entrevista de Michael Stipe concedida dia desses ao "El País". Leia aqui .
"Jerry Nolan on the front of the Dolls debut album is the first woman I ever fall in love with; the hussy-slut positioning of the legs is playmate call-girl, and the pink drum kit just might be a rock' n roll first." (Morrissey, "Autobiography", Penguin Classics, 2013)

"CBGB", o filme

Acabo de assistir ao filme “CBGB”, de Randall Miller - eis o link . Não é a obra cinematográfica do século, mas há muito, muito mesmo, com o que simpatizar-se, ainda que especialistas do riscado tenham sido unânimes em críticas endurecidas. Talvez eu esteja por demais generoso e afeito à minha própria memória afetiva do finado clube nova-iorquino. Afinal, estive lá em algumas situações. E uma das que eu mais gostei ocorreu justamente num domingo à noite, depois de eu ter assistido a performances de Alicia Keys e Jill Scott naquela mesma tarde, no Central Park. Durante a semana, li no “Village Voice” que um grupo que eu adorava quando moleque, o Chaos UK, seria a atração dominical do estabelecimento. Consegui, mais uma vez, conciliar interesses diversos: ao término do show gratuito das moças, corri pro Bowery. Sem antes me abastecer com uma combinação explosiva de pretzel, hot dog e salada de frutas. Deu para chegar a tempo de conferir os momentos finais da banda de abertura, que peco e

Música! Cinema! Dança! Mais cinema!

Angeli

"Ex-líder dos Garotos Podres conta como compôs 'Papai Noel Velho Batuta'"

José Rodrigues "Mao" Junior, ex-líder dos Garotos Podres. Foto: Vitor M Já que o espírito natalino toma as ruas e inspira o congraçamento, perguntei ao Mao, ex-vocalista e letrista dos Garotos Podres, de que maneira surgiu o clássico "Papai Noel Velho Batuta". A resposta e a análise da letra estão na edição deste domingo, 15, da revista "Sãopaulo", publicação do jornal "Folha de S.Paulo". Leia aqui .

Benção

Assistir ao show de Marcia Griffiths foi um bálsamo. Um patrimônio da música jamaicana em ação diante de nossos olhos, ouvidos e quadris. A celebração ocorreu nesta sexta-feira, 13, no SESC Pompeia, em São Paulo. Há uma segunda chance de levitar neste sábado, 14, às 21h30. Sugiro a benção, senhoras e senhores. Ah, e os Leões de Israel, banda que acompanha a artista nas aparições brasileiras, têm mais uma colaboração estelar para se orgulhar na biografia. Já os vi como valorosos músicos de apoio de gente da estirpe de Gregory Isaacs, Clinton Fearon, Max Romeo, entre outros. Jah bless. Foto surrupiada do Ricardo Magrão.

Música e Danças de Roda dos Balcãs com Betty Gervitz e Mutrib em SP

Betty Gervitz e Mutrib: dança étnica e sonoridade multicultural. Foto: Divulgação Para celebrar o encerramento das atividades de 2013, o Sesc Pompeia apresenta no dia 15 de dezembro, às 18h, o projeto Música e Danças de Roda dos Balcãs com Betty Gervitz & Mutrib. Esta atividade tem o intuito de agregar pessoas à roda, composta pelos instrumentistas do grupo Mutrib e conduzida pela notável professora e coreógrafa Betty Gervitz. Qualquer pessoa pode participar e “entrar” na roda, a qualquer hora e usando qualquer traje. Música e Danças de Roda dos Balcãs é uma programação socializante e de integração, onde as pessoas dançam de forma espontânea, sem restrições, por meio das danças étnicas. “Nessas minhas andanças pelo Mediterrâneo, pelo mundo árabe, judaico, cristão, cigano, Leste Europeu e tantos outros, fica clara a importância de se comemorar as coisas boas e importantes da vida, dançando de forma comunitária e solidária”, conta Betty Gervitz, professora e coreógrafa, que se ap

Laerte

Enquanto isso, em 1971

"Please kill me"

Riachão, que figura

O sambista Riachão, que acaba de lançar um novo álbum. Foto: Patricia Ribeiro Na sexta-feira, 22, eu conversei com o cantor e compositor Riachão, de admiráveis 92 anos. "O cronista musical da cidade", como diziam a respeito dele os radialistas da Bahia, nos idos das décadas de 1930 e 1940. Com produção da Fuego Digital, a entrevista, registrada horas antes do belo show de lançamento do álbum "Mundão de ouro", no SESC Pompeia, fará parte de um futuro programa a ser exibido pelo SESCTV. Que figura o Riachão. Que figura.

Com os 3 Hombres, excepcionalmente

Tarde agradabilíssima a deste sábado, 16. Foi um prazer interpretar, pela primeira e única vez, as composições dos 3 Hombres no SESC Consolação, em meio à programação dos 35 anos da Baratos Afins. Ainda no final dos anos 1980, assisti à banda no Madame Satã e no Espaço Retrô. Já comparsa, era eu um dos presentes no show de lançamento do álbum “De volta ao oeste” (1993). Os Mickey Junkies e os 3 Hombres também fizeram parte de uma mesma coletânea, a “Clip independente – Volume 1”, editada pela rádio Brasil 2000 FM. Sempre adorei músicas como “Hotel”, “Dia 13”, “Geladeira amarela”, “Fim do verão”, entre tantas outras, e, o melhor, elas foram compostas por amigos meus de longa data. Obrigado pelo convite, hombres queridos. Aos que compareceram ao espetáculo, o meu carinho. Ah, a foto é de Mercedes de Souza, minha mãe. Como eu disse no palco, “o rock’n’roll é uma atividade extremamente democrática e familiar”.
Ray Charles, Carnegie Hall, 1966. Foto: Bill Ray
"27 de julho O Brasil, com sua fina armadura moderna colada sobre esse imenso continente fervilhante de forças naturais e primitivas, me faz pensar num edifício corroído cada vez mais de baixo para cima por traças invisíveis. Um dia o edifício desabará, e todo um pequeno povo agitado, negro, vermelho e amarelo espalhar-se-á pela superfície do continente, mascarado e munido de lanças, para a dança da vitória." "Depois do jantar, Kaïmi [Dorival Caymmi], um negro que compõe e escreve todos os sambas que o país canta, vem cantar com seu violão. São as canções mais tristes e mais comoventes. O mar e o amor, a saudade da Bahia. Pouco a pouco, todos cantam e vê-se um negro, um deputado, um professor da Faculdade e um tabelião cantarem esses sambas em coro, com uma graça muito natural. Totalmente seduzido." Trechos extraídos de "Diário de viagem" (1978), livro de impressões anotadas pelo escritor Albert Camus em visitas aos EUA, em 1946, e à America do Sul,

Cristina Garcia Rodero

Com as senhoras e os senhores, o estupendo trabalho da fotógrafa espanhola Cristina Garcia Rodero. "Suas fotos causam curiosidade dolorosa, medo e horror. Por vezes, elas ecoam em nossos corações algo antigo, morto nos genes. Cristina vê de onde viemos e para onde estamos indo", diz, em russo, o site Foto.Ua. Ei-lo aqui .

"3 HOMBRES convidam Rodrigo Carneiro para os 35 anos da Baratos Afins"

Carlinhos Vieira, Jair Marcos, Ronaldo Passos Rodrigo Carneiro e Fabio Barbosa. Foto: Divulgação Para celebrar os 35 anos da loja e selo Baratos Afins (Galeria do Rock, SP), 3 HOMBRES é um dos artistas convidados que integram o vasto catálogo alternativo que a Produtora e Editora de discos publicou ao longo dessas três décadas e meia. Para esta ocasião mais que especial, a banda convidou o músico e jornalista cultural Rodrigo Carneiro (cantor e letrista dos Mickey Junkies). Jair Marcos é o único integrante e compositor da formação original, desta cult band paulistana que nasceu para a cena independente brasileira nos idos de 1987. Ronaldo Passos (dos Inocentes), Carlinhos Vieira (ex-Ness) e Fabio Barbosa (The Gasolines) já fazem parte do grupo há vários anos, entre suas idas e vindas, enriquecendo ainda mais seu vasto trabalho autoral. Nesta nova e oportuna vinda, vale conferir essa formação que no set list tocará, em sua maioria, músicas do disco "De Volta ao Oeste" (B

"Morrissey entre clássicos"

O cantor e compositor Morrissey, tema de enciclopédia e autobiografia de sucesso Conversei com o jornalista e escritor britânico Simon Goddard, autor de "Mozipedia - The Encyclopedia of Morrissey and The Smiths" e "Songs That Saved Your Life: the Art of The Smiths 1982-87", e batuquei o texto “Morrissey entre clássicos”, publicado na edição desta sexta-feira, 01, do jornal "Valor Econômico". A quem interessar possa, o cadastro para leitura online é gratuito e rapidinho. Ei-lo aqui .

Christopher Lee e Vincent Price

Lou Reed (1942 - 2013)

Arte: Kiko Dinucci
"Heidegger ao sol?", perguntava eu ontem aos meus botões, temperatura na casa dos 28°. Agora, ao modo nubladinho, breve tempestade veranil hesitante em dar as caras, a ideia não me parece assim tão estapafúrdia. A leitura segue.

"Carta"

(Leonard Cohen) O modo como assassinaste a tua família nada significa para mim enquanto a tua boca percorre o meu corpo Eu conheço os teus sonhos de cidades arrasadas e cavalos em fúria do sol demasiado perto e da noite sem fim Mas isso nada significa para mim ante o teu corpo Sei que lá fora uma guerra ruge que tu transmite ordens e bebês são afogados e generais degolados Mas o sangue nada significa para mim pois não altera a tua carne Que a tua língua saiba a sangue não me surpreende enquanto os meus braços crescem no teu cabelo Não penses que não compreendo o que acontece depois de as tropas serem massacradas e as putas passadas à espada Escrevo isto só para te roubar o prazer quando uma manhã a minha cabeça estiver dependurada com a dos generais do portão da tua casa Só para que saibas que previ tudo e que isto nada significa para mim. Poema extraído do livro "Filhos da neve – Antologia poética" (Assírio & Alvim), 1985.

Os 20 álbuns do hardcore nórdico eleitos

Capa do EP "Totaalinen Kaaos" (1982), do Kaaos O site Swedish Punk Fanzines enumera os 20 álbuns essenciais do hardcore cometido nos países nórdicos dos anos 1980. Ei-los aqui .

"Logo mais tem mais, até"

"Mondo Massari - Entrevistas, Resenhas, Divagações & ETC", o quarto livro de Fabio Massari, chega às lojas em novembro deste ano. A publicação é da Editora Ideal. A ler.

Adão Iturrusgarai

"Hardcore will never die, but you will"

Essa singela mensagem, extraída de um álbum do Mogwai, está numa das paredes da Casa do Mancha, em São Paulo. Achei ótima. Nessa toada, semana dessas, tive o privilégio de ser entrevistado por Marcelo Fonseca e George Ferreira, diretores do documentário "Hardcore 90 - Uma história oral". A vida segue, garotada, rapidinho.

Prazer e angústia

Está em produção um livro que trará relatos acerca dos dez álbuns mais importantes das vidas de uma série de convidados. Tenho o prazer de ser um deles. Digo, o prazer e a angústia. Afinal, confesso, sofro de uma dificuldade tremenda para restringir em apenas uma dezena os, como diria o reverendo Fabio Massari, prediletos da casa. É um inferno. Na cachola, os títulos ficam mudando a todo momento. Uns se impõem aos outros, para depois serem subjulgados por terceiros. Aí a memória afetiva vem com um novo dado irrefutável. E o prazo final para o envio da lista e dos dizeres se avizinha rapidamente. Socializei toda a minha aflição (olha o drama, Rodrigo! Ahaha) nas redes socias, e a rapaziada, compadecida, se manifestou. Agradecido.

Angeli

"Vida passada a limpo"

Tenho uma série de parcerias musicais com Érico Birds, meu querido comparsa de Mickey Junkies – lá se vão duas décadas de fundação da banda. Além de guitarrista e compositor de fino trato, o sujeito é um artista gráfico robusto e, agora, a gente acaba de produzir juntos uma das coisas que eu mais me orgulho nesta vida estranha: a capa do novo livro do meu pai, "Vida passada a limpo". É o que se chama de família, né?

Vingança?

A vingança não é um prato que se come frio. É, convenhamos, um mico colossal. Troço de uma contraproducência risível. Nesta noite garoenta de primavera, incontáveis provas disso fizeram-se presentes. Aliás, de novo.
Com a palavra, Carlos Farinha: "ATENÇÃO TODOS: menos blogs e mais fanzines. Então tá combinado."

Fatos e fotos

Robert Hampson, do Loop, em 1987. Foto: James Finch O estilo de uma certa rapaziada na análise de Sam Knee, autor do livro "A scene in between: fashion and independent music in the UK 1983-89". Saiba mais aqui .

Adão Iturrusgarai

"Crazy for you"

Eis aí o primeiro single de "Ooey Gooey Chewy Ka-Blooey", o novo disco do The Dirtbombs (foto), a ser lançado no próximo dia 17 de setembro. Grande Mick Collins. Segundo o cantor e compositor, a faixa "Crazy for you" tem inspiração no que ele ouvia quando garoto na programação de uma rádio AM de Detroit, nos EUA, chamada CKLW.

Sensibilidade e compaixão

Chorão e Champignon, do Charlie Brown Jr., ambos mortos; assim como Peu Sousa Quando o Charlie Brown Jr. surgiu no cenário musical brasileiro, eu já era roqueiro velho. Por isso, a música que eles faziam nunca me disse nada. Ao contrário do inegável apelo que eles tinham junto à garotada. Eu tinha visto o Chorão num campeonato de skate nos anos 1980. E numa matéria que eu fui fazer com eles – nem sei exatamente para qual veículo -, o cantor e líder do grupo me disse que tinha visto dois shows dos Mickey Junkies. E que achava curioso que eu, todo quietinho, na moral, me transformasse “naquele maluco no palco”. Do Champignon eu estive mais próximo quando do início dos trabalhos do Nove Mil Anjos – formado por ele, Junior Lima, Peri Carpigiani e Peu Sousa (outro que admirava os MJ e que eu conhecera assim que chegou a São Paulo, em meados dos anos 1990). Os testes secretos para escolha de vocalista e inúmeras reuniões que tramavam estratégias de marketing hiperbólico para o novíssimo supe

The Clash ainda importa?

Sim. E muito. Jon Savage, no blog do "The Guardian", lista cinco razões. Ei-las aqui .

Enquanto isso, em 1934

Boris Karloff, Lucille Lund e Bela Lugosi em "The black cat", direção Edgar G. Ulmer

No próximo dia 21

Uma série de novas composições. Até lá, senhoras e senhores.

Uma máscara

"O grande cansaço da existência talvez seja esse mal que nós causamos ao tentarmos ser razoáveis por vinte, quarenta ou mais anos, ao invés de sermos simplesmente o que somos, isto é: imundos, atrozes e absurdos." (Louis-Ferdinand Céline)

Simpatia e Gente Fina

Eu já disse aqui que "não há o que discutir, Redator & Jornalista é o melhor nome de dupla sertaneja de todos os tempos". Porém, na manhã de hoje, soube da existência do duo Simpatia e Gente Fina. Impactado pela descoberta, por muito pouco não mudei de opinião. Agora, passado o impacto inicial, pós-seríssima reflexão, ainda continuo achando Redator & Jornalista um nome imbatível. No entanto, Simpatia e Gente Fina já figura em destaque no meu Olimpo particular das denominações. Capa mais linda.

Sobre o silêncio

Roscoe Mitchell, fundador do Art Ensemble of Chicago, durante a entrevista "The silence is already perfect (O silêncio já é perfeito)", me disse o instrumentista e compositor Roscoe Mitchell, um dos imensos da história do jazz, que se apresentou nos dias 22 e 23 de agosto no SESC Pompeia, em São Paulo, em meio ao festival Jazz na Fábrica. Com produção da Fuego Digital, a entrevista fará parte de um futuro programa a ser exibido pelo SESCTV.

Gerson King Combo

“O rei morreu, irmão, e eu fui o escolhido”, informa Gerson King Combo em “God save the king”, narrativa de um sonho louco, onde um negro esperto e pé de valsa é proclamado “o rei da alegria, o rei do som, o rei do suingue, o rei dos blacks”. A faixa integra o primeiro volume da série homônima do novo monarca: “Gerson King Combo”, de 1977. Um disco da pesada, brother. Natural de Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, dançarino profissional, irmão de Getúlio Côrtes (autor de "Negro gato", canção eternizada por Roberto Carlos e Luiz Melodia), Combo é das figuras centrais de um consistente levante afirmativo de negritude. Ao lado de Tim Maia, Cassiano, Dom Salvador & Abolição, Banda Black Rio, Tony Tornado, entre outros notáveis, responde pelo surgimento do soul/funk tropical setentista. No decorrer do disco cometido por ele, cujos trabalhos são abertos com um hino da magnitude de “Mandamentos black”, há diversos temas certeiros como “Hereditariedade”, “Just for you”

Com a palavra, Chuck D

Em 2003, eu era editor de música do portal Terra e entrevistei um dos meus heróis, Chuck D, do Public Enemy. Chamei o batuque de "Chuck D faz elogio ao hip hop combativo". Ei-lo abaixo, relembremos. Em destaque, Flavor Flav e Chuck D; ao fundo, Professor Griff, Terminator X e a rapaziada: Public Enemy Chuck D faz elogio ao hip hop combativo Por Rodrigo Carneiro A verve crítica e a análise sociológica de Chuck D continuam as mesmas. O líder do Public Enemy, que passou pelo Brasil para apresentações no Rio e São Paulo, não usa meias palavras ao analisar a situação atual do hip hop. O segmento descerebrado do gênero alcançou as paradas de sucesso e confirma-se como tendência de moda e comportamento. Ainda que grupos como o Outkast estejam no topo, os tiros, a postura machista e a ostentação têm dado o tom do mercadão. "São playboys", diz ele, um dos principais representantes da cultura de rua, a respeito dos rappers no mainstream, durante entrevista exclusiva

"Cash"

"Está na hora de eu ir trabalhar, ou se preferir, brincar. Assim é que nós ciganos da música dizemos, afinal. Vou pôr minha camisa preta, afivelar meu cinto preto em minhas calças pretas, amarrar meus sapatos pretos, pegar meu violão preto e fazer um bom show para as pessoas desta cidade." (Trecho do livro "Cash – a autobiografia de Johnny Cash", de Cash e Patrick Carr, recém-lançado no Brasil pela editora LeYa)

E-mails bancários e o baile de máscaras

Há uns dias, eu recebi um e-mail. "Um show exclusivo e feito para vc, já imaginou?" era o assunto. Vinha do banco do qual sou correntista - ou acorrentado – e me dizia assim: "A música faz parte da sua evolução. Ela sempre esteve como trilha sonora de todas as suas conquistas. Agora, para embalar suas futuras realizações, o [não vou citar o nome da instituição bancária] oferece a oportunidade de escolher o show que você quer ver em um festival exclusivo ao vivo na internet". A mensagem dava mais detalhes da votação. Eu teria que decidir "entre duas bandas que são sucesso no cenário do rock nacional" e, feito isso, conferir o espetáculo - as opções, evidentemente, não me motivaram a participar. Hoje, me informa o banco, saiu o resultado. Sim, o baile financeiro de máscaras, tendo a música - entre outras modalidades artísticas - como mero acessório, segue glorioso e horrendo. Operando tanto às claras quanto às sombras. Meus parabéns aos envolvidos.

"Doc Mix: A História dos DJs no Brasil"

"O DJ é o motorista de um ônibus. O motorista de uma nave. Cabe a ele proporcionar uma boa viagem aos passageiros", diz KL Jay, dos Racionais MC’s, no "Doc Mix: A História dos DJs no Brasil". A produção conta ainda com depoimentos de Seu Osvaldo, Mau Mau, Renato Cohen, Angelo Leuzzi, Juninho Thonon, King, DJ Hum, Claudia Assef e Marlboro. Assista aqui .

"Goddess"

É assim, com "Goddess", que começa "American Twilight", um dos melhores álbuns lançados neste ano de 2013. Depois de duas décadas de recesso, é Crime & The City Solution na fita, truta.

"Tarde demais"

"Tarde demais" é um texto que eu escrevi por ocasião do álbum "Na confraria das sedutoras" (2008), do 3 na Massa, projeto musical dos amigos Rica Amabis, Pupillo e Dengue. Quem o interpretou foi a atriz Alice Braga, que o fez também em um belo clipe produzido por Marcos Camargo.

André Dahmer

Lendo o blues

De óculos, Billie Holiday lê os originais de “Lady Sings the Blues”, sua autobiografia, escrita em parceria com o jornalista William Dufty, 1956

Atrações

1970 Forest Hills Music Festival.
"Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz. O mais corriqueiro dos erros humanos é o futuro. Ele falseia a nossa imaginação, ainda que ignoremos totalmente onde nos leva. Quando pensamos no futuro, nunca estamos em nós. Estamos sempre além. O medo, o desejo, a esperança jogam-nos sempre para o futuro, sonegando-nos o sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será, embora o tempo passe e já não sejamos mais." (Montaigne)

É bravo

Capa da última edição da revista "Bravo!", que chega às bancas na segunda- feira, 5 Colaborei com a revista “Bravo!” entre 2003 e 2006. Durante aquele período, assinei alguns dos textos que mais gosto de ter batucado na vidinha. Entrevistas com Linton Kwesi Johnson e Ry Cooder, artigos sobre o dub jamaicano, a melancolia aplicada à música linda (lembro que o longo escrito começava com Tindersticks, passava por Tim Buckley e Beth Gibbons, entre outros, e terminava com uma citação de “A flor e o espinho”, da tríade explosiva formada por Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha). Houve ainda batuques sobre a, até então “desconhecida”, guitarrada paraense, e, acho, punk rock. Agora, a exemplo de outros títulos da editora Abril, a “Bravo!” sai de cena. E eu lamento profundamente tal desaparecimento. Por aqui, recordações e o desejo de boníssima sorte aos demitidos.