Acabo de assistir ao filme “CBGB”, de Randall Miller - eis o link. Não é a obra cinematográfica do século, mas há muito, muito mesmo, com o que simpatizar-se, ainda que especialistas do riscado tenham sido unânimes em críticas endurecidas. Talvez eu esteja por demais generoso e afeito à minha própria memória afetiva do finado clube nova-iorquino. Afinal, estive lá em algumas situações. E uma das que eu mais gostei ocorreu justamente num domingo à noite, depois de eu ter assistido a performances de Alicia Keys e Jill Scott naquela mesma tarde, no Central Park. Durante a semana, li no “Village Voice” que um grupo que eu adorava quando moleque, o Chaos UK, seria a atração dominical do estabelecimento. Consegui, mais uma vez, conciliar interesses diversos: ao término do show gratuito das moças, corri pro Bowery. Sem antes me abastecer com uma combinação explosiva de pretzel, hot dog e salada de frutas. Deu para chegar a tempo de conferir os momentos finais da banda de abertura, que peco em esquecer o nome e da qual, infelizmente, nunca mais ouvi falar. Só sei que o cantor e guitarrista era de uma semelhança assombrosa com o jovem Al Pacino. Assim que subiu ao palco, o vocalista do Chaos UK, num sotaque malaco da periferia inglesa, bradou: “Vejam só, estamos no CBGB! Aqui neste mesmo palco estiveram Ramones, Television, Blondie, Talking Heads, não é? Que bela merda. Esses putos do cacete nunca foram punks”. A plateia, que abarrotava o lugar, veio abaixo com o comentário e o hardcore dos sujeitos só maneirava para o vocalista insultar o clube, os EUA, a si próprio e a rapaziada presente. Uma maravilha, diga-se. Nessa toada memorialística, lembrei do que me disse, em entrevista para o “Valor Econômico”, no início deste ano, o Tom Verlaine, do Television. “A princípio, o dono [Hilly Kristal (1931 – 2007)], não queria rock por lá. Era um típico reduto de música folk. Tivemos que fazer um teste. Fomos aprovados, mas para as noites de domingo. Tocávamos para umas 20 pessoas no máximo”. Tem um pouco dessas e outras histórias no filme. E outras tantas, não. Bem, sessão de domingo bastante razoável. Numa (pseudo)relax, numa (pretensa)tranquila, numa (semi)boa.
Acabo de assistir ao filme “CBGB”, de Randall Miller - eis o link. Não é a obra cinematográfica do século, mas há muito, muito mesmo, com o que simpatizar-se, ainda que especialistas do riscado tenham sido unânimes em críticas endurecidas. Talvez eu esteja por demais generoso e afeito à minha própria memória afetiva do finado clube nova-iorquino. Afinal, estive lá em algumas situações. E uma das que eu mais gostei ocorreu justamente num domingo à noite, depois de eu ter assistido a performances de Alicia Keys e Jill Scott naquela mesma tarde, no Central Park. Durante a semana, li no “Village Voice” que um grupo que eu adorava quando moleque, o Chaos UK, seria a atração dominical do estabelecimento. Consegui, mais uma vez, conciliar interesses diversos: ao término do show gratuito das moças, corri pro Bowery. Sem antes me abastecer com uma combinação explosiva de pretzel, hot dog e salada de frutas. Deu para chegar a tempo de conferir os momentos finais da banda de abertura, que peco em esquecer o nome e da qual, infelizmente, nunca mais ouvi falar. Só sei que o cantor e guitarrista era de uma semelhança assombrosa com o jovem Al Pacino. Assim que subiu ao palco, o vocalista do Chaos UK, num sotaque malaco da periferia inglesa, bradou: “Vejam só, estamos no CBGB! Aqui neste mesmo palco estiveram Ramones, Television, Blondie, Talking Heads, não é? Que bela merda. Esses putos do cacete nunca foram punks”. A plateia, que abarrotava o lugar, veio abaixo com o comentário e o hardcore dos sujeitos só maneirava para o vocalista insultar o clube, os EUA, a si próprio e a rapaziada presente. Uma maravilha, diga-se. Nessa toada memorialística, lembrei do que me disse, em entrevista para o “Valor Econômico”, no início deste ano, o Tom Verlaine, do Television. “A princípio, o dono [Hilly Kristal (1931 – 2007)], não queria rock por lá. Era um típico reduto de música folk. Tivemos que fazer um teste. Fomos aprovados, mas para as noites de domingo. Tocávamos para umas 20 pessoas no máximo”. Tem um pouco dessas e outras histórias no filme. E outras tantas, não. Bem, sessão de domingo bastante razoável. Numa (pseudo)relax, numa (pretensa)tranquila, numa (semi)boa.
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