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Um conto natalino

Minha mãe se atrapalhou com as datas. Isso é inédito. Estava certa de que a véspera do suposto nascimento de Jesus Cristo era amanhã. Não que as coisas para a ceia estivessem por completo despreparadas. O peru congelado já havia descido do freezer para a geladeira, os demais componentes da babel gastronômica estavam à mão, assim como os presentes que rondam a árvore de Natal. Mas minha mãe trabalhava com a informação de que tinha um dia a mais para a produção do evento em família. No almoço, após retornarem do supermercado e do shopping center, o assunto veio à baila, e ela surpreendeu-se com a notícia dada placidamente por meu pai: “O dia 24 é hoje, meu bem. As lojas estavam cheias”. Eu, o desatento-mor, que nesse período do ano me vejo sempre entre um conto natalino do século 19 de Charles Dickens e o “Papai Noel Velho Batuta”, dos Garotos Podres, engrossei o coro. Incrédula, ela ainda foi à folhinha pregada na parede da cozinha. A confirmação estava lá: sexta-feira, 24 de dezemb...