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Mostrando postagens de dezembro, 2009

Último post de 2009

Da Praia da Gamboa, entre a Guarda do Embaú e Garopaba, Santa Catarina, desejo o ano bom para todos. Nos vemos em 2010, rapaziada. Ah! A atualização deste blog fica em quarto, quinto plano frente à paisagem que flagro da janela.

Os corações loucos de todos nós

O escritor Jack Kerouac Impossível escapar dos enigmas. Que nem as pessoas sorriem nas cantinas quando elas chegam e sentam na mesa mas na hora de ir embora, quando as cadeiras arrastam no piso em uníssono e elas pegam os casacos e as coisas com um olhar carrancudo (todos no mesmo nível de semicarrancudice que é uma carrancudice especial de frustração porque a promessa feita pelo sorriso na chegada não se cumpriu ou se se cumpriu morreu em seguida) – e durante essa vida curta que tem a mesma qualidade cega inconsciente do orgasmo tudo acontece com as almas delas – é o GRANDE MOMENTO – a soma dos ápices dos relacionamentos humanos – dura um segundo – a mensagem vibratória a toda – mas também não é tão mística assim, é o amor e a sintonia num clarão. É assim que a gente que pira a noite de tudo quanto é jeito (surubas com quatro pessoas, conversas de três dias, viagens transcontinentais ininterruptas) também sente essa carrancudice temporária que nos avisa que é hora de ir dormir – nos l

Estradas

Ratos de Porão e Questions na madrugada

Jão, Gordo, Boka e Juninho: RDP em plena forma Desde a primeira exibição de Guidable – A Verdadeira história do Ratos de Porão em maio, eu estava com uma vontade imensa de assistir à banda de novo. No decorrer das últimas duas (três?) décadas, vi o RDP em lugares, configurações e estados de consciência dos mais variados, mas fazia tempo que não presenciava o quarteto ao vivo. O fiz na madrugada do último domingo, 20, no Outs. E ali pude constatar o óbvio: ainda que estejamos todos mais, por assim dizer, tranquilos neste final de 2009, a brutalidade continua a definir as aparições dos ratos. Ao esporro sonoro praticado por eles, acrescente pitadas certeiras de auto-ironia, que só quem tem no currículo o que eles têm pode se dar ao luxo de mostrar em público. Encapuzado, o mítico Jão entrou em cena com o que me pareceu uma espécie de uniforme de Morte, só que branco; João Gordo, em dado momento, meteu no alto da cabeça um capacete de motociclista ao contrário e citou a versão criada no

Soul Power

Estreia hoje em São Paulo uma das coisas mais sensacionais dos últimos tempos, o documentário O Poder do Soul (Soul Power, 2009). Dirigido por Jeffrey Levy-Hinte, o filme é o registro musical do histórico embate entre os pesos-pesados Muhammad Ali e George Foreman no Zaire (atual República Democrática do Congo), África, em 1974. Fora a luta em si – um espetáculo com E gigante para quem, como eu, aprecia boxe -, artistas como B.B.King , James Brown, Miriam Makeba, The Spinners, Bill Withers, Celia Cruz, entre outros, alternaram-se explosivamente no palco. Está tudo ali: a complexidade de produção de um evento como aquele no Zaire dos anos 1970, as trapalhadas e a corrupção do governo local - o horrendo ditador Mobutu Sese Seko dava as cartas por lá e desembolsou 10 milhões de dólares para bancar a festança -, as reflexões dos artistas negros que pela primeira vez pisavam em território africano, as provocações de Ali e o silêncio de Foreman. Um desbunde. O episódio esportivo/musical já

Conversa velvetiana

The Velvet Underground, Andy Warhol, Edie Sedgwick, entre outros, em 1965 Estão sabendo, né? No início do mês, Lou Reed, Moe Tucker e Doug Yule reuniram-se na biblioteca pública de Nova York para contar histórias do Velvet Underground. Era o lançamento de mais um livro sobre a matadora banda norte-americana, o The Velvet Underground: New York Art , e uma platéia privilegiada teve oportunidade de acompanhar a conversa. O áudio está aqui . Ave Velvet. Só senti falta do grande John Cale.

Beatles, mais uma vez e sempre

Ontem começou a programação especial a respeito dos Beatles armada pelo Multishow . É assim: todo o domingo de dezembro, o canal por assinatura exibe um documentário dos Fab Four e o primeiro foi o bacanérrimo The Beatles In The Studio . Registro narrado por ninguém menos que os próprios e pelo George Martin, o quinto deles. Do compacto de estreia ao encontro derradeiro da banda em estúdio. Chorei na rampa.

Os últimos dez anos na música pop

Participei de mais uma votação musical. Já falei aqui da problemática das listas: a memória sempre nos trai nesse tipo de coisa. Um desejo inconfesso de surpreender quem vasculha nossos votos também se manifesta aos berros. Há as canções e álbuns que só fazem sentido para nós mesmos frente à consideração do impacto filosófico, comercial e outros bichos destas ou daquelas produções. Ah! E tem também a infinidade de composições que não chegaram aos ouvidos dos votantes. A vida é dura, como diz um dos personagens de Lourenço Mutarelli. Mas vale, e muito, muito mesmo, o registro do momento pré-envio. Em tempo, acompanho desde sempre a paixão e o rigor com que o amigaço Marcelo Costa toca o grandioso Scream & Yell e penso: Cacildis, o cara é doido! Com vocês, a eleição dos melhores álbuns da década que se encerra. E aquele papo de 2000 não passarás?

É hoje

Um Tom pro Bortolotto

O Marião continua na luta lá na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia. E nós na vibração positiva - vai dar tudo certo. Um Tom Waits, de quem ele gosta tanto, como trilha sonora do acompanhamento.

Tiros na Roosevelt

O dramaturgo Mário Bortolotto, baleado na madrugada deste sábado Foi meu pai quem me falou ao telefone: “filho, o Mário Bortolotto foi baleado no peito nesta madrugada. Está internado”. Escutou na rádio CBN e ligou para avisar. Fui à internet e o UOL, via Virgula , dava os lamentáveis detalhes. Só nessa semana, quatro pessoas próximas foram vítimas de graus diversos de violência urbana (minha mãe e mulher, inclusive). Algo inerente à cidade, o preço por se habitar uma metrópole, dirão alguns. Foda-se quem o diz. Não tenho preço nenhum a pagar. Não posso ter. Nem as pessoas que eu conheço e (ou) amo, tampouco. Ninguém, aliás... Estou aqui chocado e puto da cara com os episódios. Que Marião e Carlos Carcarah fiquem bem depois dessa merda toda.

Final de semana

Os ingressos estão esgotados, mas, sei lá, vale a pena chegar e tentar escutar o som do lado de fora. A programação , como é de de costume, está uma beleza.

O que aconteceu com os heróis?

Vi essa foto (e outras publicadas aqui ) e lembrei de "Whatever happened to all the heroes?", uma das frases de "No More Heroes", canção predileta dos The Stranglers.

Lombardi (1941-2009)

Luiz Lombardi Neto na Rádio Cultura de Santos (07/05/2000); há 34 anos locutor de Silvio Santos, ele morreu nesta quarta-feira (2), aos 69 anos de idade. Foto: UOL Nossa, o Lombardi !

Cabelo Bom

Em tempos de valorização (tímida, é verdade) dos cachos no Brasil – lindíssimas, Taís Araújo é a Helena da vez na novela das oito de Manoel Carlos e Juliana Alves foi capa da Playboy de outubro -, os EUA assistem à investigação de Chris Rock acerca das questões capilares. E raciais. O humorista, autor de uma das minhas séries de TV prediletas, a incrível “Everybody Hates Chris”, apresenta, produz e assina o roteiro, juntamente com Jeff Stilson, Lance Crouther e Chuck Sklar, do documentário Good Hair (Cabelo Bom, na minha tradução do Yazigi). A direção é de Jeff Stilson. Trata-se do registro da obsessão das mulheres com caracóis nos cabelos pelas chapinhas e outros métodos de alisamento das madeixas. Verdadeiras sessões de tortura, como diz o rapper Ice-T, um dos entrevistados. A motivação para a produção veio após uma pergunta feita a Rock por sua filha de sete anos, Lola, aos prantos: “Pai, por que eu não tenho cabelo bom?”. Com o humor que lhe é peculiar, Rock procura saber como uma