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Os últimos dez anos na música pop

Participei de mais uma votação musical. Já falei aqui da problemática das listas: a memória sempre nos trai nesse tipo de coisa. Um desejo inconfesso de surpreender quem vasculha nossos votos também se manifesta aos berros. Há as canções e álbuns que só fazem sentido para nós mesmos frente à consideração do impacto filosófico, comercial e outros bichos destas ou daquelas produções. Ah! E tem também a infinidade de composições que não chegaram aos ouvidos dos votantes. A vida é dura, como diz um dos personagens de Lourenço Mutarelli. Mas vale, e muito, muito mesmo, o registro do momento pré-envio. Em tempo, acompanho desde sempre a paixão e o rigor com que o amigaço Marcelo Costa toca o grandioso Scream & Yell e penso: Cacildis, o cara é doido! Com vocês, a eleição dos melhores álbuns da década que se encerra. E aquele papo de 2000 não passarás?

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu