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Cabelo Bom



Em tempos de valorização (tímida, é verdade) dos cachos no Brasil – lindíssimas, Taís Araújo é a Helena da vez na novela das oito de Manoel Carlos e Juliana Alves foi capa da Playboy de outubro -, os EUA assistem à investigação de Chris Rock acerca das questões capilares. E raciais. O humorista, autor de uma das minhas séries de TV prediletas, a incrível “Everybody Hates Chris”, apresenta, produz e assina o roteiro, juntamente com Jeff Stilson, Lance Crouther e Chuck Sklar, do documentário Good Hair (Cabelo Bom, na minha tradução do Yazigi). A direção é de Jeff Stilson. Trata-se do registro da obsessão das mulheres com caracóis nos cabelos pelas chapinhas e outros métodos de alisamento das madeixas. Verdadeiras sessões de tortura, como diz o rapper Ice-T, um dos entrevistados. A motivação para a produção veio após uma pergunta feita a Rock por sua filha de sete anos, Lola, aos prantos: “Pai, por que eu não tenho cabelo bom?”. Com o humor que lhe é peculiar, Rock procura saber como uma questão como essa surgiu para uma criança como Lola e questiona as razões do fenômeno que faz com que os cabelos, por assim dizer, naturais estejam ausentes das cabeças das personalidades negras, isso da modelo Naomi Campbell à primeira-dama norte-americana Michelle Obama, passando pela cantora Beyoncé e pela apresentadora Oprah Winfrey. Vencedor do grande prêmio do júri do Festival de Sundance 2009, Good Hair estreou em outubro nos EUA. Só falta chegar aos tristes trópicos.

Comentários

Anônimo disse…
Rodrigo
me lembro da minha mãe, irmã, tias e primas, fazendo a "festa", quando conseguiam comprar um tal de Henê Msrú. No Brasil essa questão envolve muita gente, até Ronaldo, o Fenômeno, resolveu ficar careca, depois de declarar, que seu cabelo era "ruim", deve ter sido depois que ele declarou, que tinha sido negro um dia, e entendia o preconceito sofrido pelos negros brasileiros.
Ah, e há um boa músuica do Max de Castro, "O nêgo do cabelo bom", divertida e com algumas verdades expostas na letra. Vou esperar o documentário.
Abraços, sucesso
rodrigo carneiro disse…
Boa lembrança. Essa declaração do Fenômeno diz muita coisa. Assim como a certeira música do Max de Castro.

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