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Mostrando postagens de maio, 2020

Interpretação

O amigo Fabio Vietnica  tem produzido vídeos experimentais com poemas que lhe agradam. O mais recente deles traz dois escritos por mim, extraídos de “Barítono” (Editora Terreno Estranho). Agradecido.

Bufo Borealis

Escrevi “Fênix hesitante” a pedido da novíssima banda Bufo Borealis, cujos idealizadores são os músicos e compositores Rodrigo Saldanha (bateria) e Juninho Sangiorgio (baixo, piano elétrico e guitarra). Grandes figuras. O poema transformou-se na faixa de abertura do disco de estreia deles, “Pupilas horizontais”, que começou a ser divulgado no sábado, 23. Fernanda Lira divide os vocais comigo e Anderson Quevedo responde pelo sax tenor. No decorrer dos dias, as demais  composições virão à baila. A íntegra do disco estará disponível em todas as plataformas digitais muito em breve. Eis o poema. Agradecido pelo convite, desejo toda sorte ao lance. E, a propósito do escrito, qualquer semelhança com a tragédia brasileira não é mera coincidência. FÊNIX HESITANTE Há uma terra em transe fundamentada na exploração física e mental. Entradas e bandeiras do genocídio. Há um imenso território cujos habitantes primordiais foram - e são - dizimados em nome do progresso civilizatório. E o nome de Deus

Laerte

LIVES SILENCIOSAS

Farei uma série diferente de lives. Aparecerei em quadro vertical tendo algum clássico particular da literatura nas mãos, exibirei a capa aos espectadores, abrirei o volume e lerei, em absoluto silêncio, o conteúdo das páginas. A leitura silenciosa durará um período ainda indeterminado. Segundos antes do final de cada transmissão, fecharei o livro e apertarei o botão vermelho de stop. Mentira. Farei não.

Lá no site

Meu livro “Barítono” (2018), prefaciado por Xico Sá e ilustrado por Diego Gerlach, pode ser adquirido, a preço promocional, no site da aguerrida Terreno Estranho. Assim como as obras dos demais autores da editora: Lee Ranaldo, Nick Cave e Jeff Tweedy. Mais informações aqui .

"Do começo à ultima palavra"

"Não pego lápis nem papel. Escuto, e uma hora a letra começa a vir ... Um dia, voltando da casa do Mello (Menezes), tô num táxi e veio: 'Sentindo frio em minha alma, te convidei pra dançar'. Aí abre bolsa e não tem papel, não tem lápis, entrei correndo no cafofo da Maracanã (onde morava na época), anotei aquilo tudo, fui desesperado ouvir e tava em cima, do começo à ultima palavra. Dei aquela respirada. Comecei a escrever do primeiro verso e fui até o fim direto. Houve também um momento em que João (Bosco) mostrou uma música, e eu falei: 'que bom, tenho uma letra aqui'. Fica meio místico, mas o João Máximo tá aqui pra testemunhar que sou rigorosamente ateu, cético, cinico e escroto, nessa ordem. Mas a música e a letra se encaixaram ('Ou bola, ou búlica', gravada pelo Tamba Trio)", disse Aldir Blanc (1946 - 2020) ao jornal "O Globo", em 2016. A canção a qual ele se referia é “Dois pra lá, dois pra cá”, gravada por Elis Regina, em 1974.