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Mostrando postagens de agosto, 2013
"O grande cansaço da existência talvez seja esse mal que nós causamos ao tentarmos ser razoáveis por vinte, quarenta ou mais anos, ao invés de sermos simplesmente o que somos, isto é: imundos, atrozes e absurdos." (Louis-Ferdinand Céline)

Simpatia e Gente Fina

Eu já disse aqui que "não há o que discutir, Redator & Jornalista é o melhor nome de dupla sertaneja de todos os tempos". Porém, na manhã de hoje, soube da existência do duo Simpatia e Gente Fina. Impactado pela descoberta, por muito pouco não mudei de opinião. Agora, passado o impacto inicial, pós-seríssima reflexão, ainda continuo achando Redator & Jornalista um nome imbatível. No entanto, Simpatia e Gente Fina já figura em destaque no meu Olimpo particular das denominações. Capa mais linda.

Sobre o silêncio

Roscoe Mitchell, fundador do Art Ensemble of Chicago, durante a entrevista "The silence is already perfect (O silêncio já é perfeito)", me disse o instrumentista e compositor Roscoe Mitchell, um dos imensos da história do jazz, que se apresentou nos dias 22 e 23 de agosto no SESC Pompeia, em São Paulo, em meio ao festival Jazz na Fábrica. Com produção da Fuego Digital, a entrevista fará parte de um futuro programa a ser exibido pelo SESCTV.

Gerson King Combo

“O rei morreu, irmão, e eu fui o escolhido”, informa Gerson King Combo em “God save the king”, narrativa de um sonho louco, onde um negro esperto e pé de valsa é proclamado “o rei da alegria, o rei do som, o rei do suingue, o rei dos blacks”. A faixa integra o primeiro volume da série homônima do novo monarca: “Gerson King Combo”, de 1977. Um disco da pesada, brother. Natural de Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, dançarino profissional, irmão de Getúlio Côrtes (autor de "Negro gato", canção eternizada por Roberto Carlos e Luiz Melodia), Combo é das figuras centrais de um consistente levante afirmativo de negritude. Ao lado de Tim Maia, Cassiano, Dom Salvador & Abolição, Banda Black Rio, Tony Tornado, entre outros notáveis, responde pelo surgimento do soul/funk tropical setentista. No decorrer do disco cometido por ele, cujos trabalhos são abertos com um hino da magnitude de “Mandamentos black”, há diversos temas certeiros como “Hereditariedade”, “Just for you”

Com a palavra, Chuck D

Em 2003, eu era editor de música do portal Terra e entrevistei um dos meus heróis, Chuck D, do Public Enemy. Chamei o batuque de "Chuck D faz elogio ao hip hop combativo". Ei-lo abaixo, relembremos. Em destaque, Flavor Flav e Chuck D; ao fundo, Professor Griff, Terminator X e a rapaziada: Public Enemy Chuck D faz elogio ao hip hop combativo Por Rodrigo Carneiro A verve crítica e a análise sociológica de Chuck D continuam as mesmas. O líder do Public Enemy, que passou pelo Brasil para apresentações no Rio e São Paulo, não usa meias palavras ao analisar a situação atual do hip hop. O segmento descerebrado do gênero alcançou as paradas de sucesso e confirma-se como tendência de moda e comportamento. Ainda que grupos como o Outkast estejam no topo, os tiros, a postura machista e a ostentação têm dado o tom do mercadão. "São playboys", diz ele, um dos principais representantes da cultura de rua, a respeito dos rappers no mainstream, durante entrevista exclusiva

"Cash"

"Está na hora de eu ir trabalhar, ou se preferir, brincar. Assim é que nós ciganos da música dizemos, afinal. Vou pôr minha camisa preta, afivelar meu cinto preto em minhas calças pretas, amarrar meus sapatos pretos, pegar meu violão preto e fazer um bom show para as pessoas desta cidade." (Trecho do livro "Cash – a autobiografia de Johnny Cash", de Cash e Patrick Carr, recém-lançado no Brasil pela editora LeYa)

E-mails bancários e o baile de máscaras

Há uns dias, eu recebi um e-mail. "Um show exclusivo e feito para vc, já imaginou?" era o assunto. Vinha do banco do qual sou correntista - ou acorrentado – e me dizia assim: "A música faz parte da sua evolução. Ela sempre esteve como trilha sonora de todas as suas conquistas. Agora, para embalar suas futuras realizações, o [não vou citar o nome da instituição bancária] oferece a oportunidade de escolher o show que você quer ver em um festival exclusivo ao vivo na internet". A mensagem dava mais detalhes da votação. Eu teria que decidir "entre duas bandas que são sucesso no cenário do rock nacional" e, feito isso, conferir o espetáculo - as opções, evidentemente, não me motivaram a participar. Hoje, me informa o banco, saiu o resultado. Sim, o baile financeiro de máscaras, tendo a música - entre outras modalidades artísticas - como mero acessório, segue glorioso e horrendo. Operando tanto às claras quanto às sombras. Meus parabéns aos envolvidos.

"Doc Mix: A História dos DJs no Brasil"

"O DJ é o motorista de um ônibus. O motorista de uma nave. Cabe a ele proporcionar uma boa viagem aos passageiros", diz KL Jay, dos Racionais MC’s, no "Doc Mix: A História dos DJs no Brasil". A produção conta ainda com depoimentos de Seu Osvaldo, Mau Mau, Renato Cohen, Angelo Leuzzi, Juninho Thonon, King, DJ Hum, Claudia Assef e Marlboro. Assista aqui .

"Goddess"

É assim, com "Goddess", que começa "American Twilight", um dos melhores álbuns lançados neste ano de 2013. Depois de duas décadas de recesso, é Crime & The City Solution na fita, truta.

"Tarde demais"

"Tarde demais" é um texto que eu escrevi por ocasião do álbum "Na confraria das sedutoras" (2008), do 3 na Massa, projeto musical dos amigos Rica Amabis, Pupillo e Dengue. Quem o interpretou foi a atriz Alice Braga, que o fez também em um belo clipe produzido por Marcos Camargo.

André Dahmer

Lendo o blues

De óculos, Billie Holiday lê os originais de “Lady Sings the Blues”, sua autobiografia, escrita em parceria com o jornalista William Dufty, 1956

Atrações

1970 Forest Hills Music Festival.
"Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz. O mais corriqueiro dos erros humanos é o futuro. Ele falseia a nossa imaginação, ainda que ignoremos totalmente onde nos leva. Quando pensamos no futuro, nunca estamos em nós. Estamos sempre além. O medo, o desejo, a esperança jogam-nos sempre para o futuro, sonegando-nos o sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será, embora o tempo passe e já não sejamos mais." (Montaigne)

É bravo

Capa da última edição da revista "Bravo!", que chega às bancas na segunda- feira, 5 Colaborei com a revista “Bravo!” entre 2003 e 2006. Durante aquele período, assinei alguns dos textos que mais gosto de ter batucado na vidinha. Entrevistas com Linton Kwesi Johnson e Ry Cooder, artigos sobre o dub jamaicano, a melancolia aplicada à música linda (lembro que o longo escrito começava com Tindersticks, passava por Tim Buckley e Beth Gibbons, entre outros, e terminava com uma citação de “A flor e o espinho”, da tríade explosiva formada por Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha). Houve ainda batuques sobre a, até então “desconhecida”, guitarrada paraense, e, acho, punk rock. Agora, a exemplo de outros títulos da editora Abril, a “Bravo!” sai de cena. E eu lamento profundamente tal desaparecimento. Por aqui, recordações e o desejo de boníssima sorte aos demitidos.