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Mostrando postagens de 2019

Enquanto isso, em 1983

Banca

Na semana passada - mais precisamente, a manhã de quarta-feira, 11 -, eu tive a oportunidade de compor a banca avaliadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Lucas Lima de Oliveira, aluno de Jornalismo da FAPCOM - Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, em São Paulo. Apesar de nunca ter visto o estudante na vida, a proposta dele me pareceu auspiciosa. Torcendo para que a intuição estivesse correta, aceitei receber o arquivo em word de “Somos Sucesso: a criação e as transformações na identidade da banda As Mercenarias”. Fiquei aliviadíssimo após a leitura na tela: era um belo material. Quando os exemplares de amostra ficaram prontos, o autor, em rápida visita a minha casa, entregou-me um deles, acompanhado do plano de pesquisa. Novas satisfações. Fotos, projeto gráfico, tudo irretocável. Em suma, ao término da apresentação e das considerações da banca, o projeto foi aprovado com louvor. E, como eu e os professores Fernanda Iarossi e Fábio Ciquini falávamos entre nós, que agora ve

neste sábado, 14

Nesta quinta, 05

Participo do debate que antecede a exibição do documentário "Guitar Days", de Caio Augusto Braga, na edição 2019 da SIM São Paulo, no dia 05, às 18h, na sala Oi Labsônica do Centro Cultural São Paulo - CCSP. Estarão comigo Alê Briganti Cruz e Zé Antonio Algodoal (Pin Ups), Amanda Mont'Alvão (Sounds Like Us) e Fabrício Nobre.

A toda voz

Muito antes da franquia televisiva, Frank Sinatra era conhecido como The voice. A maneira com que Sly Stone e sua turma emitem as estrofes de “FamiIy affair” coloca os ouvintes, onde quer que estejam, no âmago das relações familiares. A Marvin Gaye era atribuída uma voz de anjo presa no corpo de um homem. Billie Holiday trazia na garganta a beleza trágica do existir. Para Jay Z, basta Snoop Dogg contar até quatro ao microfone para que expressões como “nossa, que incrível” sejam ditas tanto por ele quanto por anônimos embevecidos. No Brasil da década de 1930, o rei da voz era Francisco Alves. Mais tarde, Elis Regina idolatraria Angela Maria. Assim como Roberto Carlos, em seu debute fonográfico – “Louco por você” (1961) -, João Gilberto imitaria. Na seara literária, um escritor só o é de fato ao encontrar a própria voz. Originalidade e autoria são os moinhos de vento aos quais quixotescos poetas, contistas, romancistas e demais artesãos da palavra escrita investem suas lanças no dia

Autores

Lee Ranaldo exibe um exemplar do meu “Barítono” e eu, “Jrnls80s”, belo livro cuja autoria é dele. Coisas da valorosa Editora Terreno Estranho, que nos publica. Petra Belas Artes (SP), novembro de 2019. Foto: Nilson Paes

Uma entrevista

"A única participação vocal e lírica do disco que é o Rodrigo Carneiro, que é vocalista de uma banda de rock de São Paulo chamada Mickey Junkies e que é meu amigo de muito tempo, começou comigo no spoken word também. E aí a gente combinou: 'Carneiro, na hora que eu lançar tal texto, significa que o próximo é o seu'. E depois do Carneiro lançar o dele, eu vou lançar um verso dentro do mesmo tema e a gente entende que se encaminha para o final. Foi só isso", diz Rodrigo Brandão em bela entrevista concedida a Rui Miguel Abreu, do site português "Rimas e Batidas". Leia aqui .

"Meu Amigo Fela"

O premiado "Meu Amigo Fela", documentário de Joel Zito Araujo, chega ao circuito nacional nesta quinta-feira, 07, e segue em exibição nas salas de cinema até o dia 13. Se eu fosse você, (re)assistiria. Em julho passado, a sessão promovida pelo festival In-Edit Brasil, com a presença do diretor, foi o máximo.

Clarice Lispector

. "Isso é segredo. Desculpe, mas não vou responder", diz Clarice Lispector. A pergunta de Júlio Lerner, do programa "Panorama", da TV Cultura, era: "A partir de que momento, segundo a escritora, o ser humano vai se transformando em triste e solitário?". Entrevista concedida em 1977, meses antes da morte da autora. Impressionante.

Gary Bartz

Atuando profissionalmente desde meados dos anos 1960, o saxofonista Gary Bartz é responsável por álbuns esplêndidos. E em sua admirável trajetória artística há episódios envolvendo gente como Art Blakey, Max Roach, Charles Mingus, Pharoah Sanders e Miles Davis. Em mais um trabalho deleite junto à Fuego Digital, entrevistei-o antes da bela apresentação cometida pelo quarteto liderado por ele neste domingo, 20, no festival Sesc Jazz, no Sesc Pompeia, em São Paulo. Nossa conversa fará parte de um vindouro programa a ser exibido pelo SescTV. Foto: Dane EL

Três assistidos; um a ver

Ninguém perguntou, mas assisti a “Dave Chappelle: Sticks & stones” (foto), “Alô, privilégio? É a Chelsea”, com Chelsea Handler – ambos de 2019 -, e “Clive Davis: The soundtrack of our lives” (2017), de Chris Perkel, e recomendo vivamente. As três produções chegaram há pouco à Netflix. Soube que “Imagem e palavra” (2018), de Jean-Luc Godard, também figura na plataforma de streaming - algo que o veterano cineasta condena. A ver dia desses.

Reverência

Conheci muito psicopata em meio à movimentação punk oitentista. E figuras espetaculares também. Uma delas é o Paulão. Ignoro seu atual paradeiro. Talvez faça uns 30 anos desde a última vez em que o vi. Espero sinceramente que esteja bem. Pois é alguém que exerceu uma influência extremamente positiva naquele contexto peculiar. Era ele, como se dizia na época, um punk das antigas. Testemunha ocular do início da estética em São Paulo - diga-se, no Brasil. Frequentador dos primeiros sons de fita (festas ao som de fitas cassete) nos bairros periféricos, da estação São Bento do metrô, da loja Punk Rock Discos etc. Mas não se valia disso para menosprezar os novatos da minha geração. Pelo contrário, dividia o que vivera sem ostentação veterana. Morava sozinho num sobrado próximo ao Cemitério da Lapa. Ladeado por uma espantosa coleção de LPs, compactos sete polegadas e fitas VHS. Em seu gigantesco acervo, títulos punk e hardcore destacavam-se. Eram muitos. Porém, havia outros estilos de rock.

Neste domingo, 29

Feliz dia do cliente

Recebo um e-mail do banco do qual sou correntista. Os dizeres felicitam-me pelo Dia do Cliente; comemorado, segundo eles, neste dia 15 - desconhecia por completo a data. Aproveitam ainda para agradecer as minhas confiança e parceria. Além do incentivo à utilização de mais serviços. Durante a leitura, recordo que o lucro das quatro maiores instituições brasileiras do ramo foi de R$ 69 bilhões no ano passado. De acordo com uma respeitada empresa especializada no fornecimento de dados financeiros, é o maior valor da história. Entendo o conteúdo do e-mail como uma gigantesca provocação a ser levada na esportiva.

Sem título

“Os mortos morrem ainda: e neles, os vivos. Todo o espaço e os olhos, caçados pelos frágeis instrumentos, confinados a seus hábitos. Respirar é aceitar essa falta de ar, o único alento, buscamos nas frestas da memória, no lapso que fende essa língua de rusgas, sem a qual a terra teria concedido augúrio de maior vigor por arrasar os pomares de pedra. Nem o silêncio me persegue.” (Paul Auster, poema extraído de “Desterrar”, escrito no início dos anos 1970, presente no livro “Todos os poemas”, tradução Caetano W. Galindo, 2013)

Neste sábado, 31

Os Mickey Junkies apresentam-se neste sábado, 31, pontualmente às 17h20, na praça Antônio Menck, no calçadão do centro de Osasco (SP). Com entrada franca, o show encerra as atividades do Mês do Rock na cidade e as atuações das demais bandas podem ser acompanhadas a partir do meio-dia. Compareça.

Maluco beleza

Eis a capa de “Não diga que a canção está perdida”, biografia inédita de Raul Seixas, assinada por Jotabê Medeiros, autor de “Belchior - Apenas um rapaz latino americano”, ambos títulos da todavia. O livro ganha as ruas em novembro.

Gravidade

- aos arrependidos - o trágico era mais do que anunciado

Uma interpretação

O amigo Fabio Vietnica avisa que fez uma interpretação de “Eclipse”, poema extraído do meu livro “Barítono” (Editora Terreno Estranho). Narrou, compôs a trilha e editou o vídeo. Iniciativas como a dele são de uma grandiosidade comovente. Sem mais para o momento, agradecido.

Um duo

Angela Davis e Toni Morrison (1931-2019), Nova York (EUA), 1974. Foto: Jill Krementz

Parabéns

Aniversário de 50 anos do álbum "The Stooges", estreia fonográfica dos próprios. Parabéns aos envolvidos - onde quer que estejam. E obrigado.

Em agosto

No próximo dia 03 de agosto, os Mickey Junkies dividem o honroso porão do 74club (rua Itobi, 325), em Santo André, com o 93 foundation. Claudio Cox e Marko Panayotis respondem pela discotecagem. Tudo a partir das 20h. Ingressos a R$ 10. Reserve a data.

“São Paulo Meu Humor”

Já tinha ouvido falar, mas só consegui assistir hoje, 16, a um dos episódios de “São Paulo Meu Humor”, série dirigida por Pedro Urizzi, cujo tema é a Circo Editorial, editora paulistana que reuniu Angeli, Laerte, Glauco, Paulo Caruso e outros notáveis do traço em meados da década de 1980. É brutal a influência do que esses caras fizeram – e fazem – na minha vida, nas minhas escolhas. E nas de uma porção de figuras por aí. Baseada no livro “Humor paulistano – A experiência da Circo Editorial 1984-1995”, de Toninho Mendes, a produção é exibida pelo canal Arte 1. Não terei paz de espírito enquanto não assistir aos outros capítulos. Na foto oitentista, Laerte, Toninho Mendes, Luiz Gê, Glauco e Alcy.

Sobre Flip 2019

Em meio à Flip - Festa Literária Internacional de Paraty, os exemplares de “Barítono” (Editora Terreno Estranho) adquiridos pelas grandiosas Fernanda Ayres e Mitie Taketani foram devidamente autografados. E, pelo adiantar da hora, os livros agora devem estar sob o céu de Curitiba. Como eu afirmei categoricamente às duas, a cidade paranaense é parte indissociável da minha memória afetiva. Os Mickey Junkies corroboram. A Casa da Porta Amarela, Paraty (RJ). Foto: Nilson Paes

Neste sábado, 13

Em meio às atrações da Flip - Festa Literária Internacional de Paraty, apresento poemas de “Barítono” e do meu próximo livro no sábado, 13, às 21h, na A Casa da Porta Amarela (rua da Cadeia, entre a rua do Comércio e a Domingos Gonçalves de Abreu), onde a fabulosa Editora Terreno Estranho estará com seus títulos e sua curadoria. Mais informações abaixo. Estou felicíssimo. Mandemos brasa. A FLIP está chegando e estamos prontos para invadir a festa literária mais tradicional do Brasil! Durante todo o evento, os livros da Terreno Estranho estarão disponíveis na A Casa da Porta Amarela (Rua da Cadeia, entre a Rua do Comércio e a Domingos Gonçalves de Abreu). As portas ficarão abertas a partir da quarta, dia 10, às 17h30, até domingo, dia 14, às 14h00. O sábado (13/07) será muito especial, pois contará com os eventos propostos por nós. Segura aí a programação: 13/07 - 13h30 Literatura e identidade de gênero: Mediados por Marcelino Freire, os escritores Carlos Messias (autor de &q

Sobre a gira

Noites de luminosidade intensa as proporcionadas pela gira do combo Outros barato/Verso q voa. Ladeado de uma gente talentosa, original, senhora de si e, principalmente, generosa, visitei - entre os dias 20 e 27 juninos - os palcos do Sesc Ribeirão Preto, Sesc Pinheiros e Sesc Campinas, munido exclusivamente de poesia. Agradeço muitíssimo a Rodrigo Brandão aka Gorila Urbano, Thiago França, Juçara Marçal, Belma Ikeda, M.Takara, Tulipa Ruiz, Mel Duarte, Camila Miranda, Guilherme Granado, Marcos Gerez, Luiza Romão, Edgar, Robson Selectah, Thomas Rohrerr, Ricardo Pereira, Leandro Archela, Tiago Nicolas, Cezar Vasconcelos, Camilo Bonfanti e Rafa Carvalho pela companhia. E todo amor a cada um que esteve conosco nas plateias tão lindas. Foto: Bernardo Guerreiro

Nesta quinta, 27

"Corredor polonês"

Falo de um dos meus álbuns prediletos do rock brasileiro ao amigo Cesar Gavin, do Vitrola Verde: “Corredor polonês” (1987), da Patife Band.

Nesta quinta, 20

Me conta a fabulosa Editora Terreno Estranho que exemplares do meu “Barítono” foram vendidos na 19º edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, ocorrida entre os dias 09 e 16 deste mês - aliás, um brinde aos parceiros da Coesão Independente e da Prosaica. Agradeço muitíssimo e informo aos que adquiriram o livro da minha presença na cidade nesta quinta, 20, às 17h, como atração do "Verso q voa", no Sesc Ribeirão Preto. Falo meus poemas ladeado por figuras da estirpe de Rodrigo Brandão aka Gorila Urbano, Thiago França, Juçara Marçal, M.Takara, Tulipa Ruiz, Mel Duarte, Guilherme Granado, Marcos Gerez, Luiza Romão Pupillo, Edgar e DJ Robson Selectah. Ingressos disponíveis aqui .

Sobre guitarras

Ao término da comovente estreia do documentário "Guitar Days - An Unlikely Story of Brazilian Music", no CineSesc, em São Paulo, em meio à programação do In-Edit Brasil, na tarde deste sábado, 15, houve um bate-papo. Lá estávamos eu, o diretor Caio Augusto Braga, o produtor associado Magoo Felix e a psicanalista e jornalista Amanda Mont'Alvão, do site Sounds Like Us. Sob impacto das imagens, falei sobre laços de afetividade, de identidade brasileira (preta, indígena, europeia, asiática, LGBT, alienígena, o que queiramos que ela seja) e de devoção à arte. E dos problemas da terra em transe com relação à própria memória. Fui aplaudido. Ao que eu agradeço imensamente. Passada a experiência fortíssima, permaneci na sala de cinema e assisti à sessão posterior: “O Barato de Iacanga”, de Thiago Mattar. Entre tantos outros momentos incríveis, há a sublime aparição de João Gilberto, interpretando “Wave”, de Tom Jobim, numa das edições do Festival de Águas Claras. Cem mil malucos b

Nesta semana

Nesta semana terá início a décima primeira edição do In-Edit Brasil. Em meio às diversas produções apresentadas pela minha adorada mostra audiovisual, figura o documentário "Guitar Days – An Unlikely Story of Brazilian Music", de Caio Augusto Braga, que traz depoimentos de personagens do indie rock nacional e estrangeiro acerca do peculiar fenômeno ocorrido no rock brasileiro do século passado. Entre os entrevistados estão integrantes das bandas Maria Angélica, Pin Ups, Second Come, Killing Chainsaw, Mickey Junkies e PELVs; os saudosos Kid Vinil e Carlos Eduardo Miranda, e os internacionais Thurston Moore (Sonic Youth), Mark Gardener (Ride), Stephen Lawrie (The Telescopes), além do jornalista que cunhou o termo “grunge”, Everett True. O fillme, duplamente vencedor no Festival Prêmio Latino del Cine y La Música de Marbella, na Espanha, em 2018, nas categorias documentário e direção, estreia na terra em transe no Cinesesc (15/6, 15h), Cine Olido (18/6, 15h) e Centro Cultural Sã

Missão diplomática

Meus heróis/amigos dos Inocentes Oficial preparam-se para a primeira turnê internacional. Entre julho e agosto próximos, o quarteto estará em dois grandes festivais europeus de cultura punk - Rebellion, na Inglaterra, e Puntala Rock, na Finlândia - e em outras localidades do Velho Mundo. Para financiar parte da excursão, há itens exclusivos em pré-venda na loja online da banda: o recente EP “Cidade Solidão”, quatro novos modelos de camisetas, bandeiras, meias e pins. Quem adquire os produtos, auxilia - e muito - nas despesas da missão diplomática dos garotos/senhores do subúrbio. Eis o link .

Estupenda acolhida

Agradeço muitíssimo à Editora Terreno Estranho e àqueles que estiveram na casa lado, em Guarulhos, pela bela noite de poesia e música ocorrida no último sábado, 25. Estupenda acolhida. Foto: Belma Ikeda

Neste sábado, 25

Neste sábado, 25, das 16h às 22h, a Editora Terreno Estranho ocupa a casa lado (rua Elias Acras, 97, Guarulhos). Na ocasião, terei a oportunidade de declamar alguns dos meus poemas e autografar exemplares de “Barítono”. Os outros dois títulos da editora - “The Sick Bag Song”, de Nick Cave, e “Jrnls80s”, escrito por Lee Ranaldo - também estarão à venda, com preços especiais. E a discotecagem (em vinil) ficará por conta de Marcelo Viegas, editor da Terreno Estranho. Além disso, a equipe editorial vai preparar playlists lindamente estranhos que serão disparados pelo DJ Spotify. A entrada é franca.

neste sábado, 18

"Desencanto

Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. – Eu faço versos como quem morre." (Manuel Bandeira, poema extraído do livro "A Cinza das Horas", 1917)

Um filme

Maioral do teatro brasileiro, Antunes Filho dirigiu um único longa-metragem na vida: “Compasso de espera” (1973), estrelado por Zózimo Bulbul, uma das produções nacionais mais contundentes e pioneiras acerca do racismo. Máximo respeito.

“DIZ-ME, POETA...

Diz-me, poeta, o que fazes? — Eu canto. Porém a morte e todo o desencanto, como os suportas e aceitas? — Eu canto. O inominado e o anônimo, no entanto, como os consegues nomear? — Eu canto. Que direito te faz, em qualquer canto, máscara ou veste, ser veraz? — Eu canto. Como o silêncio dos astros e o espanto dos raios te conhecem?: — Porque eu canto.” (Rainer Maria Rilke, poema extraído do livro “Coisas e Anjos de Rilke”, 2013, cujas traduções e a organização são de Augusto de Campos. Ele, aliás, dedica “Diz-me, poeta...” ao irmão, Haroldo)

"Atlanta: Robbin' Season"

Em agosto de 2018 eu tive a honra de assinar a reportagem principal da temporada Diversidade da revista Bravo. O batuque “Uma relação nada delicada” abordava negritude, preconceito e indústria cultural. Lá pelas tantas, escrevi: “Seja no Brasil seja no exterior, o combate ao racismo tem apresentado um salutar arsenal de novos olhares, de notáveis abordagens criativas. A seara audiovisual é prova disso. Exemplos são séries de TV, como ‘Cara Gente Branca’, de Justin Simien, que enfoca com brilhantismo a tensão racial entre negros e brancos de uma universidade de elite americana, e ‘Atlanta’, de Donald Glover, em que dois primos, um MC e seu empresário, buscam a todo custo um lugar ao sol no cenário hip hop da Georgia”. Volto ao escrito - cuja íntegra está aqui -, pois acabo de assistir à segunda temporada de “Atlanta”, intitulada “Robbin’ Season”. Nada menos que estupenda. Desconcertante também. Disponível na Netflix.

Comemorar?

No tocante à efeméride do fim de março, francamente, não há nada a ser comemorado. Sob a luz do óbvio estão o despropósito, o exibicionismo, a piada trágica e uma série de outros bichos que não têm nome.

Exame de balística

A ode às armas acaba, invariavelmente, em disparos, cenários de horror, resquícios de pólvora, silêncio dos alvos e odor de enxofre obstruindo narinas.

Enquanto isso, em 1963

Sobre o real

Dora Garcia, Golden Sentence, 2014

Nestes sábado, 23, e domingo, 24

Cantando e lendo poemas, participo neste fim de semana das apresentações especiais da Gang 90, que homenageiam o fundador da trupe, o saudoso Julio Barroso. Aliás, o livro “A wave is a wave”, com ilustrações e textos inéditos do DJ, poeta e jornalista, ganha as ruas pela editora Demônio Negro. Felicidade em demasia.

Discoteca Básica Sentimental

Escrevo sobre os gigantes acima e uma certa terra em transe na seção Discoteca Básica Sentimental da "Zumbido", uma publicação do Selo Sesc. Leia aqui .

Nestas quinta, 07, e sexta, 08

Oportuna trilha

“Drama”, o novíssimo álbum de Tantão e os fita, é uma oportuna trilha sonora para este 2019.

Nesta quarta, 30

Poder, corrupção e mentiras

“Power, Corruption & Lies” (1983) dá nome a um dos encantamentos fonográficos cometidos pelo New Order. Capa das rosas de Henri Fantin-Latour e projeto gráfico de Peter Saville. Canções envolventes. Minutos de altíssima beleza. A propósito, é sempre muito adequado o título do álbum. Sobretudo ao Brasil, terra em transe, a Fênix hesitante diante das próprias cinzas.

Uma epígrafe

Pedro Nava, uma das epígrafes de "Vira-lata de raça" (Tordesilhas), livro de memórias de Ney Matogrosso, organizado por Ramon Nunes Mello.

Na biografia

“Rodrigo Carneiro, vocalista dos Mickey Junkies, também estava nessa noite memorável no Urbania. Ele conhecia a Sandra [Mendes] como a ‘mulher da mão tatuada com aranha’, dona de brechó no Madame Satã e envolvida com o cine clubismo. Os dois se aproximaram quando ela foi promoter do Espaço Retrô. O Rafael [Crespo] era o técnico de som da casa e operou a mesa na estreia dos MJs por lá. Os dois eram conhecidos como um casal e integrantes do Cold Turkey, com quem Ricardo Mix tocava bateria. Quando o grupo se desfez, Carneiro convidou Mix para entrar para o clube dos Mickeys loucos. Naquela noite, Carneiro ficou muito feliz quando percebeu que o Skunk conhecia, e bem, o trabalho da sua banda. Ambos egressos do punk oitentista, com interesses em diversas outras vertentes da música estranha, estavam ali praticando algo onde os seus pares não eram muito vistos. Se identificaram bastante com a questão da negritude. Entre os poucos afro-punks brasileiros, destacavam-se Clemente (Inocentes) e