“Os mortos morrem ainda: e neles,
os vivos. Todo o espaço
e os olhos, caçados
pelos frágeis instrumentos, confinados
a seus hábitos.
Respirar é aceitar
essa falta de ar, o único alento,
buscamos nas frestas
da memória, no lapso que fende
essa língua de rusgas, sem a qual a terra
teria concedido augúrio de maior vigor
por arrasar os pomares
de pedra. Nem
o silêncio me persegue.”
(Paul Auster, poema extraído de “Desterrar”, escrito no início dos anos 1970, presente no livro “Todos os poemas”, tradução Caetano W. Galindo, 2013)
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