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“Os mortos morrem ainda: e neles,
os vivos. Todo o espaço
e os olhos, caçados
pelos frágeis instrumentos, confinados
a seus hábitos.
Respirar é aceitar
essa falta de ar, o único alento,
buscamos nas frestas
da memória, no lapso que fende
essa língua de rusgas, sem a qual a terra
teria concedido augúrio de maior vigor
por arrasar os pomares
de pedra. Nem
o silêncio me persegue.”

(Paul Auster, poema extraído de “Desterrar”, escrito no início dos anos 1970, presente no livro “Todos os poemas”, tradução Caetano W. Galindo, 2013)

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu