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Mostrando postagens de maio, 2008

Clemente no Gafieiras

O Clemente, vocês sabem, é um dos inventores do modo de se fazer punk rock à brasileira. É uma honra tê-lo como amigo e colega de trabalho no Showlivre.com . O site Gafieiras , que não dorme no ponto, traz uma longa entrevista com o líder dos Inocentes. Dêem uma lida e entendam por que o cara é um mestre.

Alguém sabe...

...por onde anda a Grace Jones? Sei que I've Seen That Face Before (Libertango) é o nome desta canção do clipe classudo. Está no Nightclubbing (1981), quinto álbum de estúdio da jamaicana, um dos ícones dos anos 80. Ah, a composição é do Astor Piazzolla.

Uncle Butcher

Conheço o Uncle Butcher desde os tempos em que ele era o Marquinhos. Já se vão quase duas décadas de empatia. Pois esse meu amigo querido, que tem aprontado solo ou em companhia do grande Rob K, acaba de me mandar o novo clipe dirigido por Ale Maestro. Não tem muito mistério ou edições mirabolantes, a música se chama Gloria Lee e as imagens flagram o tio n'algum palco da vida. Já aqui temos imagens feitas em Portugal durante a turnê européia de Rob K & Uncle Butcher. Novembro de 2007.

O sorriso de James Brown

O saudoso James Brown dava show até na hora de ir em cana - notem o sorriso do homem. Na imagem acima, o Padrinho do Soul posa para as lentes do Departamento de Polícia da Carolina do Sul. Era 1988 e o velho Brown ficou puto com um vizinho, ameaçou o cara com uma arma, efetuou disparos – sem vítimas - e foi objeto de longa perseguição policial entre a Carolina do Sul e a Geórgia. Só parou quando não havia mais pneus. Ao sair do carro, um dos agentes da lei perguntou: - O senhor está sob o efeito de algum narcótico? - O que é isso, seu guarda? Eu estou muito louco de Jesus! - respondeu ele, homem de Deus, que foi condenado a seis anos de prisão por posse de armas e drogas, mas conquistou o benefício da liberdade condicional. Mais fichas da rapaziada no The Smoking Gun: Arresting Images .

Vocabulário e a Mulher-Gato

Adoro quando minhas suspeitas se confirmam. A primeira edição do Vocabulário, trama literária concebida por Marcelo Montenegro, Paulo Scott, Chacal e Marcelino Freire, realizada ontem no Centro Cultural B_arco Virgílio, foi, de fato, algo lindo de se ver e ouvir. Gente talentosa, convidada pelo quarteto – que também se manifestou forte, apresentando suas produções a uma platéia que não arredou o pé do auditório da embarcação. A palavra em destaque. Um show de prosa e poesia, essa inutilidade que nos é vital, como bradava um dos escribas. Longa vida ao Vocabulário. Já nasceu chutando. E o que tem a ver a Mulher-Gato e a poesia? Tudo. A passagem de Kelly Key, em trajes da vilã, munida de chicotinho e tudo, pelo programa infanto-juvenil A Turma do Didi não me deixa mentir. Imagem das mais líricas deste domingo fetiche. É sério! Aconteceu há alguns minutos. Essas vilãs dos quadrinhos...

E neste sábado...

Espiritualizado com o Spiritualized

E o disco novo do Spiritualized , hein? O grande Jason Pierce volta à carga depois de uma pneumonia dupla. O material do sexto álbum da banda do homem que um dia liderou o Spacemen 3 foi concebido durante a feitura da trilha sonora do filme Mister Lonely , do cineasta e roterista Harmony Korine, que é um outro malucaço - esteve envolvido na direção e (ou) roteiro de produções como Gummo , Julian Donkey Boy , Kids e Ken Park . Som espiritualizado para o feriadão de Corpus Christi.

Blog do Nome Próprio

Está no ar o blog do filme Nome Próprio , livre adaptação do livro Máquina de Pinball , com alguma coisa do Vida de Gato e outros textos postados pela escritora Clarah Averbuck na internet – a Clarah, inclusive, estava um arraso ontem no programa Procurando Quem?, do Canal Brasil. Dirigido por Murilo Salles, o filme é estrelado por Leandra Leal, que vive a escritora Camila Lopes. O longa-metragem chega aos cinemas em junho, mas o seu processo de lançamento é bastante inovador. Apareçam lá pelo blog e saibam como se dá uma adaptação, tenham acesso aos diversos tratamentos de roteiro, polemizem, façam trailers e o diabo.
“Costumava trazer gelo para Nina Simone. Ela era sempre legal comigo. Costumava me chamar de “queriido”. Costumava trazer-lhe uma grande caixa cinza de plástico cheia de gelo para esfriar seu scotch. Ela despia a peruca loira e a atirava no chão. Embaixo, seu cabelo real era curto como o de um cordeiro preto tosado. Tirava as pestanas e as grudava no espelho. As pestanas eram grossas e pintadas de azul. Sempre me lembrava daquelas rainhas egípcias que vi na 'National Geographic'. Sua pele era brilhosa e úmida. Enrolava uma toalha azul ao redor do pescoço, então se inclinava pra frente, descansando os cotovelos nos joelhos. O suor escorria do seu rosto e pingava no piso de concreto vermelho, entre seus pés. Costumava terminar seu show com a música “Jenny, a pirata”, de Bertold Brecht. Sempre cantava aquela música com uma profunda e penetrante violência, como se ela própria tivesse escrito a letra. Sua performance batia direto na garganta da plateia branca. Então, ela mirava na c

Faça um samba enquanto o bicho não vem

Pobre Meu Pai Sérgio Sampaio Pobre meu pai Quatro punhos espalhados no ar Oito olhos vigiando o quintal E o meu coração de vidro Se quebrou Doido meu pai Sete bocas mastigando o jantar Sete loucos entre o bem e o mal E o meu coração de vidro Não parou de andar Pobre meu pai A marca no meu rosto É do seu beijo fatal O que eu levo no bolso Você não sabe mais E eu posso dormir tranqüilo Amanhã, quem sabe? Hoje, meu pai Não é uma questão de ordem ou de moral Eu sei que posso até brincar O meu carnaval Mas meu coração é outro Simples, meu pai Faça um samba enquanto o bicho não vem Saia um pouco, ligue o rádio, meu bem Não ligue, que a morte é certa Não chore, que a morte é certa Não brigue, que a morte é certa

Show pop japonês

Vocês sabem, né? O segundo álbum do inventivo Curumin chama-se Japan Pop Show e durante toda esta quinta-feira fica disponível no MySpace do músico. Por enquanto, Kyoto , Dançando no Escuro, Japan Pop Show, Mistério Stereo e Compacto são as minhas faixas prediletas. Colem lá.

Tosse

tos.se sf (lat tusse) Expulsão espasmódica e involuntária do ar respirado, com um ruído especial, provocada pela introdução de corpos estranhos na laringe, como pó etc., ou pela irritação da mucosa da traquéia e dos brônquios. T. comprida : o mesmo que coqueluche. T. convulsa : o mesmo que coqueluche. T. de cachorro: nome vulgar do espasmo da glote; tosse rouca, ladrante. T. de guariba : o mesmo que coqueluche. T. seca : tosse em que não há expectoração. Entendi! cof, cof...

Gostosas

ANTONIA E se ela, com um sorriso interesseiro e intrometido, tudo muito “um dia depois do outro”, realmente aparecer? E se ela, ensolarada e maconheira, tirar a camiseta, jogar os coturnos na minha cabeça e me cobrar “aquele mico em Parati”? E se ela, com a mesma inflexão da chegada, me perguntar: “Você ainda tá a fim?”? MAÍSA Minha dentista. Quase tímida se não fosse meio caipira (ou vice-versa), delicada e inexplicavelmente casada com um brucutu. Apanha. O tratamento de canal mais triste da cidade. Trechos do livro O BANQUETE – As gostosas de Caco Galhardo revisitadas por Marcelo Mirisola (2004), que eu tive o prazer de reencontrar na manhã desta terça-feira.

Você não é o Fausto Fawcett?

Fausto Fawcett, Dado Villa Lobos e Carlos Laufer ensaiam Favelost Estávamos eu e um amigo, vocalista de cultuadíssima banda indie dos anos 1990. O lugar se chamava New York Bar, já extinto, e era onde podia-se fazer compras aditivas na madrugada paulistana. Vínhamos do também finado Aeronta, saudoso. Fausto Fawcett fizera lá o show de lançamento de seu terceiro álbum, Básico Instinto (1993). Na ocasião, ladeado pelas loiraças belzebu Regininha Poltergeist e Marinara , a policial. "Amém Regininha! Amém Marinara!", gritava a platéia em uníssono. Depois do show, eu e o amigo demos uma passada no New York Bar, ida às compras. Numa das mesas do respeitável estabelecimento uma animada turma de garotas mirava os olhares sobre nós. "Só pode ser comigo", pensamos os dois, feito pavões sedutores. A mais graciosa delas se levanta e vem em nossa direção. Sorridente e lasciva. Mas, para minha decepção, vai direto ao amigo, e diz: "Que legal te ver aqui, adoro a tua músic

As chaves

Procuro as chaves que abram sobretudo as portas tortas Madeira polida que em sua hermética tragam jóias e tormentos a mim desconhecidos e bato afoito nos bolsos do lado no desejo de encontrá-las Hei de esconder meu chaveiro de prata que me envergonha - não pelo material que pode ajudar-me em dias de falta - mas pelo encaixe perfeito à fechadura de outras portas, justamente as nem tão tortas.

3namassa na gringa

Depois do lançamento em terras brasileiras pela Deckdisc, Na Confraria das Sedutoras , do 3namassa, ganha agora versão internacional via Nublu Records - eis a capa ao lado. Misto de selo e clube novaiorquino, o Nublu é casa de gente finíssima como Wax Poetic e Kudu. Além disso, os rapazes foram convidados para tocar o repertório do disco em um festival na França e uma apresentação nos EUA também deve acontecer. Classe A.

Amigos, dinheiro e repúdio

Os chapas Céu, Maquinado, Mamelo Sound System, Hurtmold, Akin e Dj Makoto apresentam-se hoje no Choperia do Sesc Pompéia. A baladaça terá ainda a discotecagem do Daniel Bozio. Participações especiais de Jorge Du Peixe, Elo da Corrente e Espião estão previstas. Além de oferecer os shows, que, os amigos sabem, são de gente talentosa e distinta, a intenção do Intensom é arrecadar dinheiro para o tratamento de recuperação do produtor canadense Scotty Hard. Em fevereiro, o Scotty, que produziu Nação e Mamelo, sofreu um grave acidente automobilístico em Nova York. Ninguém cobrou cachê e o montante da bilheteria vai ser destinado às despesas hospitalares. Já ouvi dizer que os ingressos estão quase acabando. Maravilha. E por falar em dinheiro e Sesc, há uma movimentação sinistra rolando no governo federal: a redução em pelo menos 33% dos recursos da entidade para a criação de mais um fundo de financiamento de programas de formação profissional. O texto final do projeto de lei, que, no final

Um salve pra Domingos Oliveira

Na sexta-feira passada, assisti pela milésima vez ao Todas as mulheres do mundo . E, feito a primeira olhadela no filme de 1967 do Domingos Oliveira, fiquei maravilhado com os diálogos, com a modernidade e com o absoluto propósito de discussão sobre os relacionamentos humanos. Quanto mais o tempo passa, mais eu entendo e me identifico com o alter-ego do Domingos vivido magistralmente pelo ator Paulo José. Durante a sessão, afundado no sofá de casa, uma das cenas me pegou de jeito: o poema escrito para Maria Alice, mulher do personagem do Paulo e ex do Domingos na vida real, ninguém menos que Leila Diniz - o filme todo é uma ode à Leila, uma forma encontrada pelo diretor para expurgar a dor da separação. Domingos a dirige também em Edu, Coração de Ouro (1968). Bom, voltemos à cena: a câmera acompanha os contornos suaves de Maria Alice/Diniz enquanto Paulo/Domingos celebra a nudez da amada. No verso final, o personagem manda: “Tua alma? Tua alma é teu corpo, Maria Alice”. Fiquei pasmo e

Blog da Senhorita Del Niro

A querida Roberta Del Niro (foto) avisa que agora pilota o blog Hasta Luego Baby!!! . Ela e a Juliana Salty. Groove Armada, Siba e a Fuloresta e Naná Vasconcelos aparecem nos posts mais recentes. Visitem as moças.

Culto a Coltrane

Como acontece há 25 anos, na tarde deste domingo tem culto na St. John Will-I-Am Coltrane African , igreja de São Francisco, nos EUA, da qual John Coltrane é santo padroeiro. Lembro do velho Nietzsche dizendo que só poderia crer em deuses que dançassem. Nessa toada, me é reconfortante saber que a imagem - e a música - de um saxofonista é tema de adoração. Glória ao jazz.
Deram-me morangos para amenizar a morte súbita e uma ânsia de vômito impediu que eu provasse vermelho fruto. Desapontando todos aqueles que ali estavam, tomei nos braços minha desfalecida esperança e a velei em outros cantos.