“Rodrigo Carneiro, vocalista dos Mickey Junkies, também estava nessa noite memorável no Urbania. Ele conhecia a Sandra [Mendes] como a ‘mulher da mão tatuada com aranha’, dona de brechó no Madame Satã e envolvida com o cine clubismo. Os dois se aproximaram quando ela foi promoter do Espaço Retrô. O Rafael [Crespo] era o técnico de som da casa e operou a mesa na estreia dos MJs por lá. Os dois eram conhecidos como um casal e integrantes do Cold Turkey, com quem Ricardo Mix tocava bateria. Quando o grupo se desfez, Carneiro convidou Mix para entrar para o clube dos Mickeys loucos.
Naquela noite, Carneiro ficou muito feliz quando percebeu que o Skunk conhecia, e bem, o trabalho da sua banda. Ambos egressos do punk oitentista, com interesses em diversas outras vertentes da música estranha, estavam ali praticando algo onde os seus pares não eram muito vistos. Se identificaram bastante com a questão da negritude. Entre os poucos afro-punks brasileiros, destacavam-se Clemente (Inocentes) e o baixista Renato Rocha (Legião Urbana), nos anos 1980; Donald (Gritando HC), Canibal (Devotos do Ódio) e Paulão (Gangrena Gasosa), nos anos 1990, para citar alguns nomes”, escreve Pedro de Luna, autor da ótima biografia “Planet Hemp: mantenha o respeito” (Belas Letras), lançada em 2018. Há depoimentos meus em outras das páginas.
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