Chorão e Champignon, do Charlie Brown Jr., ambos mortos; assim como Peu Sousa
Quando o Charlie Brown Jr. surgiu no cenário musical brasileiro, eu já era roqueiro velho. Por isso, a música que eles faziam nunca me disse nada. Ao contrário do inegável apelo que eles tinham junto à garotada. Eu tinha visto o Chorão num campeonato de skate nos anos 1980. E numa matéria que eu fui fazer com eles – nem sei exatamente para qual veículo -, o cantor e líder do grupo me disse que tinha visto dois shows dos Mickey Junkies. E que achava curioso que eu, todo quietinho, na moral, me transformasse “naquele maluco no palco”. Do Champignon eu estive mais próximo quando do início dos trabalhos do Nove Mil Anjos – formado por ele, Junior Lima, Peri Carpigiani e Peu Sousa (outro que admirava os MJ e que eu conhecera assim que chegou a São Paulo, em meados dos anos 1990). Os testes secretos para escolha de vocalista e inúmeras reuniões que tramavam estratégias de marketing hiperbólico para o novíssimo supergrupo ocorreram tanto no estúdio quanto no escritório do Showlivre.com, local onde fui editor-chefe por anos. Novamente estava ali um tipo de música que não era para o meu bico. E um projeto do qual eu não conseguia enxergar nitidamente a unidade, algo fundamental para a longevidade de, no caso, uma banda de rock. Durou um disco, e nem dois anos de atividade. Independente das minhas preferências estéticas, pensar que três personagens deste parágrafo estão mortos é triste. E o modo trágico em que se deram seus desaparecimentos? Coisa de meses entre um e outro. Armas, cordas, cocaína. Uma barra. Mas há detalhes em especial desoladores: a avalanche de piadinhas e toda a sorte de “espiritismo” de porco que toma as redes sociais. Acabei de ler o depoimento de uma das irmãs do Champignon, Elaine Duarte. Ela conta ao G1 que os pais estão abalados e “infelizmente algumas pessoas estão fazendo piadas da morte do meu irmão. Peço respeito com a minha família, por favor. Todo mundo tem uma mãe, um pai, um irmão e um filho”. Pois é, senhores e senhores, sensibilidade e compaixão são artigos raros nos tempos estranhos em que estamos metidos.
Quando o Charlie Brown Jr. surgiu no cenário musical brasileiro, eu já era roqueiro velho. Por isso, a música que eles faziam nunca me disse nada. Ao contrário do inegável apelo que eles tinham junto à garotada. Eu tinha visto o Chorão num campeonato de skate nos anos 1980. E numa matéria que eu fui fazer com eles – nem sei exatamente para qual veículo -, o cantor e líder do grupo me disse que tinha visto dois shows dos Mickey Junkies. E que achava curioso que eu, todo quietinho, na moral, me transformasse “naquele maluco no palco”. Do Champignon eu estive mais próximo quando do início dos trabalhos do Nove Mil Anjos – formado por ele, Junior Lima, Peri Carpigiani e Peu Sousa (outro que admirava os MJ e que eu conhecera assim que chegou a São Paulo, em meados dos anos 1990). Os testes secretos para escolha de vocalista e inúmeras reuniões que tramavam estratégias de marketing hiperbólico para o novíssimo supergrupo ocorreram tanto no estúdio quanto no escritório do Showlivre.com, local onde fui editor-chefe por anos. Novamente estava ali um tipo de música que não era para o meu bico. E um projeto do qual eu não conseguia enxergar nitidamente a unidade, algo fundamental para a longevidade de, no caso, uma banda de rock. Durou um disco, e nem dois anos de atividade. Independente das minhas preferências estéticas, pensar que três personagens deste parágrafo estão mortos é triste. E o modo trágico em que se deram seus desaparecimentos? Coisa de meses entre um e outro. Armas, cordas, cocaína. Uma barra. Mas há detalhes em especial desoladores: a avalanche de piadinhas e toda a sorte de “espiritismo” de porco que toma as redes sociais. Acabei de ler o depoimento de uma das irmãs do Champignon, Elaine Duarte. Ela conta ao G1 que os pais estão abalados e “infelizmente algumas pessoas estão fazendo piadas da morte do meu irmão. Peço respeito com a minha família, por favor. Todo mundo tem uma mãe, um pai, um irmão e um filho”. Pois é, senhores e senhores, sensibilidade e compaixão são artigos raros nos tempos estranhos em que estamos metidos.
Comentários