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Meu Amigo Claudia e a paz nos shows de punk

Duas coisas que me deixaram bastante satisfeito nos últimos dias. Primeiro que no domingo pude assistir ao sensacional documentário Meu Amigo Claudia. Há coisa de uns dois anos, eu já tinha escrito em resenha para Rolling Stone Brasil que o amigo Dácio Pinheiro estava produzindo o que viria a ser o registro da vida admirável de Claudia Wonder. Personagem icônica da cultura underground paulistana e uma das lideranças da militância GLBT brasileira. Acompanhar as aventuras de Wonder na tela é extremamente empolgante, doce, instrutivo e perigoso, como o passeio pelo lado selvagem da cidade descrito por Lou Reed em "Walk On The Wild Side". O filme, que estreou em junho nos EUA, durante o Frameline Lesbian and Gay Film Festival de San Francisco, encerrou a programação do 17° Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual. A cerimônia de premiação aconteceu no Cine Sesc e Meu Amigo Claudia foi um dos premiados da noite. Eis o trailer.




Outra coisa muito bacana é que a turnê dos escoceses do The Exploited pela América do Sul foi um sucesso. Quem informa é Renato Martins, da Ataque Frontal. “Encerramos mais uma tour. The Exploited veio, tocou e convenceu! Sete shows devastadores. Todos os shows foram legais, Brasilia, Fortaleza, Natal, São Paulo, Buenos Aires, Porto Alegre e Curitiba. Nenhuma confusão, tudo na paz!”, diz o produtor via Facebook. É algo para celebrar mesmo. Quem viveu o punk nos conturbados anos 1980 sabe que confusão era sinônimo de eventos desse tipo. O que, convenhamos, foi uma lástima para toda uma cena. Mas deu tudo certo. Em São Paulo o show foi no último dia 14, no Inferno Clube, e eu, claro, estava lá. A propósito, recentemente a união de esforços entre Ataque Frontal, Sick Mind e Inferno Clube trouxe ao Brasil outros dois nomes de peso punk: Sham 69 (setembro) e GBH (outubro). Também os vi. Tudo na paz. Vivas!



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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu