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Ode às musas da Boca do Lixo

Leio no blog Atire no Dramaturgo que a revista eletrônica Zingu! de janeiro traz um dossiê sobre as grandes musas da Boca do Lixo: Helena Ramos (foto), Matilde Mastrangi, Aldine Müller, Nicole Puzzi e Patrícia Scalvi. Localizada no centro de São Paulo, onde ainda hoje reina sem constrangimento a “Cracolândia”, a Boca do Lixo foi um dos maiores pólos cinematográficos do Brasil. Nos anos 1920 e 1930, produtoras estrangeiras como a Paramount, a Fox e a Metro fixaram endereço na rua do Triunfo. Entre as décadas de 1960 e 1980, a região foi ponto de badalação de estudantes de cinema, que podiam esbarrar com diretores como José Mojica Marins, Rogério Sganzerla, Ozualdo Candeias, Aníbal Massaini, entre outros. Além disso, distribuidoras, fábricas de equipamentos especializados e serviços de manutenção técnica faziam a roda girar. Os chamados cinema marginal e pornochanchada são dois dos gêneros mais associados à movimentação da Boca.

Tendo as musas como inspiração, há no dossiê depoimentos de Alfredo Sternheim, Guilherme de Almeida Prado e Luiz Gonzaga dos Santos e poemas de Diniz Gonçalves Júnior, verdadeiras odes àquelas mulheres que amamos tanto nas salas de exibição, nas sessões oitentistas do Sala Especial, na TV Record; ou, mais recentemente, na série Como era gostoso o nosso cinema, do Canal Brasil. Clique aqui.

Grande dica colhida do blog do amigo Mário Bortolotto
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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu