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Shows, dança e muito calor na noite paulistana


O Macaco Bong já tinha a minha simpatia. Mas vê-los ontem, em rápida aparição no Centro Cultural São Paulo, comprovou o inquestionável: a banda é foda. O trio de Cuiabá surgiu na surpresa. A convite dos valorosos Los Porongas, do Acre, e Terminal Guadalupe, Curitiba – dois dos grupos mais elogiados, por puros méritos, pela imprensa musical em 2007 -, o Macaco Bong apresentou um tema que estará no disco que sai em março. Belo programa, belíssimas bandas. O único fato a se lamentar é o calor das savanas africanas que faz na charmosa Sala Adoniran Barbosa. Tenho certeza de que um dos sambistas maiores da paulicéia desvairada, a ex-terra da garoa, desaprovaria a falta do ar condicionado - em manutenção, como informa um cartaz em frente à bilheteria. Estive lá em início de janeiro e o cartaz, juntamente com o calor n’alma, se fazia presente. Suor em bicas.


Já na madrugada, beneficiada pelo final do horário de verão e o atraso dos relógios, me dirigi ao Duplex, nos Jardins. Ali realizava-se a abertura do projeto La Noche Cool, capitaneada pelo amigo e esteta Edu Beu. "Psicodelia, mambo retro futuro, molecular jazz, squeezo rock" é o que promete – e cumpre – o flyer assinado por Beu. Além da discotecagem do dono da festa, Edgard Scandurra também propôs sonoridades. Fases distintas da obra do mestre Serge Gainsbourg pontuaram a seleção do guitarrista. Dançou-se a valer. Fazia calor também. Estarei eu em fermentação interna ou a babilônia está queimando de verdade?


E para finalizar, a fachada do saudoso Espaço Retrô, casa noturna "pós-punk/gótica/psicodélica/EBM/pré-grunge/entre outras"(palco da minha educação sentimental em meados dos anos 80), onde conheci muitos dos queridos que estavam na festa do Beu. El tiempo pasa...

Comentários

Anônimo disse…
Lembro bem do espaço retrô! Muito boa a fota. Abs

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