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Jackson e a nossa peculiar forma de orar



Comemoramos o aniversário do Brandão ontem sob o impacto da notícia da morte de Michael Jackson. Antes do show intimista do Mamelo Sound System no espaço cultural Rio Verde – lugal muito bacana, por sinal -, banda e platéia, repleta de amigos, trocaram impressões sobre o papel fundamental do homem no universo pop, os serviços prestados à expressão corporal, as incríveis canções escritas, os processos judiciais, a excentricidade. Em suma, o privilégio de ter acompanhado o desenvolvimento de um dos artistas - trágicos - mais importantes do século XX. Terminada a apresentação, Brandão anunciou uma surpresa motivada pelas circunstâncas: a querida Mônica, professora de dança com especialização em street dance, requebrou ao som de Billie Jean, beat certeiro disparado pelo DJ PG. Hipnotizados pelos passos jacksonianos precisos da Mônica, todos ali presentes bateram palmas e cantaram juntos versos como She was more like a beauty queen from a movie scene/I said don’t mind, but what do you mean I am the one/Who will dance on the floor in the round/She said I am the one who will dance on the floor in the round… Foi uma peculiar forma de oração. Arrisco a dizer que o rei do pop aprovaria.

Lembrei do meu humilde voto de parabéns quando dos 50 anos dele.

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'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu