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Virada(o)

Manhã de sol em janeiro
garrafas de champanhe,
sete rosas como oferenda
e corpos vestidos de branco
espalhados pela areia.

Permitam que não tenham donos
os corpos e os champanhes baratos
no romper de mais um incógnito ciclo
- lato em latim: januariu.

Ao cessar dos fogos de artifício,
os corpos esqueceram seus nomes.

Nada mais existe
e as ondas que avançam sobre a areia
encontram todos vestidos de branco
e os champanhes baratos
no primeiro dia de janeiro.

Comentários

Unknown disse…
Muito bom, cara! Mandou mto bem. Mas tava pensando como isso tudo acaba depois das 12 badaladas do ano novo... esquisito isso.

Abraços!
Bruno Silva
http://ladobdocassete.blogspot.com
Anônimo disse…
Esquisito mesmo, Bruno. Mas a gente, como diria o La Carne, desconhece o rumo e vai. Grande abraço e obrigado pela visita.

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu