Além de entender do riscado, ser milionário e acordar ao lado da Beyoncé todos os dias, o rapper Jay-Z é um astuto tirador de onda. Vocês sabem que a escalação de seu nome como headliner de uma das noites do Festival Glastonbury, reserva moral do calendário da música alternativa, causou celeuma. Ortodoxos criticaram a inclusão do rap numa programação que conta (contava) com John Cale, The Gossip, Martina Topley Bird, Leonard Cohen, Edwyn Collins, Amy Winehouse, Spiritualized, The Verve, entre outros bambas – o evento começou nesta sexta, 27, e vai até hoje, 29, em Worth Farm, na Inglaterra.
Em meio ao chororô, Jay-Z disse. "Eu estou muito animado para tocar em Glastonbury. Eu me sinto como um artista iniciante novamente, me apresentando para um público que não me conhece, como alguém que ainda precisa ser aprovado". E ainda. "Eu só quero que a platéia me assista com a mente aberta. Não me julguem até me assistirem. Não derrubem o poder do hip hop."
Um dos maiores julgamentos prévios veio do compositor e guitarrista do Oasis, Noel Gallagher. "Colocar hip hop no Glastonbury é um erro", alardeu à imprensa durante toda a semana passada. A resposta de Jay-Z deu-se no palco ontem. Empunhando uma guitarra, o rapper entrou em cena ao som de Wonderwall, um dos maiores sucessos do repertório do Oasis. Cantou até, antes de mandar a sua 99 Problems. Pelo o que se vê no vídeo abaixo, a rapaziada na platéia abraçou a ironia.
Via Facebook, o amigo Gunter Sarfert lembrou de sequência maravilhosa de um dos meus filmes brasileiros preferidos, Os Sete Gatinhos (1980), de Neville d'Almeida, baseado na obra de Nelson Rodrigues.
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