Foram os piores anos da minha vida. Um litígio guiado pelo mais grotesco e insaciável desejo de vingança. Ali coube tudo: assinaturas falsificadas, invenções de personagens e situações esdrúxulas, sequestro de uma série de itens do vasto acervo resultante de décadas de atividade profissional (publicações, na maioria raríssimas, sobre cultura pop, livros de poesia, de história do jornalismo, portfólio, originais de reportagens e ilustrações, pôsteres, HQs, CDs e DVDs) – objetos sobretudo de trabalho que foram distribuídos, sem autorização judicial, muito menos extrajudicial, e sob um critério maluco, a terceiros, comercializados em sebos e/ou em bazares domésticos, jogados na lata do lixo ou incinerados em piras alucinatórias (conhecem o enredo de “Fahrenheit 451”? Pois bem); tentativas de agressão em pleno tribunal, audiências inenarráveis, chantagem emocional, investimento custoso num vínculo inexistente, taxas de condomínio, de IPTU e de luz propositadamente não pagas, a necessida...