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Proto-rolezinho oitentista

Ainda sobre a questão do rolezinho, lembro que nos anos 1980, eu, o Chininha e a Rebeca HC fomos expulsos do shopping Eldorado, em São Paulo. Nossa ideia era visitar uma amiga dela, vendedora de uma loja de discos. Na época, houve alguma confusão brava no Iguatemi, não lembro exatamente qual. Sei que estávamos os três zanzando pelo Eldorado, no inverno, todos devidamente paramentados. Em dado momento, alguns seguranças nos rodearam. Um deles, muito educado, perguntou a razão das nossas roupas e das inscrições nas jaquetas. Quando dissemos, o funcionário foi categórico: "Então, sumam daqui. Não gostamos de punk rondando as lojas. Vamos acompanhá-los até a saída". Demos uma protestada, a Rebeca citou o velho Bakunin aos berros, mas, molecadinha total, deixamos o estabelecimento.

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu