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Stevie Wonder, senhoras e senhores

Na semana passada, em companhia do meu irmão Rodrigo Brandão, assisti a um documentário supimpa sobre Stevie Wonder – algo que recomendo com vigor aos senhores. Trata-se do registro dos preparativos para a turnê de divulgação do disco Hotter Than July, de 1980. Um dos grandes sucessos comerciais de Wonder, o álbum, em especial a canção “Happy birthday”, serviu também de veículo para uma campanha bastante oportuna: transformar a data de aniversário do líder negro Martin Luther King, Jr. (nascido no dia 15 de janeiro de 1929) em feriado nacional nos EUA. A mobilização deu tão certo que o então presidente Ronald Reagan foi praticamente obrigado a assinar os papéis em 1983. Há rápidas aparições do reverendo Jesse Jackson e o cantor e compositor Gil Scott-Heron, ambos envolvidos no movimento pelo dia de Martin Luther King, Jr. Outro ponto alto do documentário são as declarações de Wonder acerca do assassinato de John Lennon, ocorrido durante as filmagens em 8 de dezembro de 1980. E olhem que eu nem falei dos números musicais ao vivo que surgem na tela, das brincadeiras de camarim ou das cenas que flagram o músico compondo maravilhas. Senhoras e senhores, cliquem e pirem.

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'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu