Pular para o conteúdo principal

Na vitrine

Tiozinho loucão interage comigo na Galeria Olido. Foto: Fabiana Vajman

Tocar com os Mickey Junkies no centro da cidade de São Paulo, mais precisamente na Galeria Olido, ao lado das Grandes Galerias, lugar que frequento desde os 14 anos, no sábado, 12, foi surpreendente. Só o convite para uma apresentação gratuita no projeto Rock na Vitrine feito pelo responsável pela festa, o professor Luiz Calanca, já havia me alegrado. O Calanca, vocês sabem, é um clássico. Criador da mítica loja/selo Baratos Afins – A pioneira dos independentes, o sujeito editou álbuns de gente como Itamar Assumpção, Tom Zé, Mutantes, Arnaldo Baptista, Fellini, Ratos de Porão, Akira S. e as Garotas que Erraram, Voluntários da Pátria, Smack, 3 Hombres, Mercenárias, Lanny Gordin, entre tantos outros. Sabe muitíssimo do que fala. Tem rigor estético. Daí a minha alegria em ter sido convidado para tocar num projeto dele. Contudo, não sabia ao certo o que esperar. Nunca tinha ido a um show da série e, ressabiado que sou, a falta de passagem de som, por exemplo, me apavorou. Mas que nada. Como o próprio Calanca já dissera, o (ótimo) equipamento, a disposição da sala, o técnico contratado e as especificações do nosso set enviadas anteriormente por e-mail dariam conta do recado. E de fato deram. Antes dos shows da programação – The Soundtrackers, nós e Bailen Putos! -, o local sediava uma animada sessão de dança para a terceira idade. Por isso, muitos dos pés de valsa permaneceram por ali para assistir aos músicos. Tinha de tudo. De senhoras elegantes e recatadas a tiozinhos fritados com sede de holofotes – como o figura que está comigo na foto do post – passando, evidentemente, pela diversidade da fauna roqueira da região. "A Galeria Olido tem um público cativo. Talvez mais cativo que o necessário", observou, como o humor ácido que lhe é peculiar, o incrível gaitista Flávio Vajman. Em suma, adorei estar ali com os meus amigos. Agradeço o convite, a presença de todos, as manifestações positivas durante a performance e as palavras carinhosas pós-apresentação. Agora, o cotidiano.

Comentários

Anônimo disse…
puta show.
revolta disse…
ahh que pena que perdi!
rodrigo carneiro disse…
outros virão, amigas. viva a revolta!

Postagens mais visitadas deste blog

Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu