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Foi engraçado ver os seguranças do Comitê Club correrem atrás de Mark Lanegan no início desta madrugada. Depois de fazer um show maravilhoso no palco da casa de espetáculos, o sujeito, maior cantor de sua geração – e mais irresistivelmente antipático também - , disse um boa noite entre dentes e sumiu em direção à rua. Do lado oposto, os seguranças cruzaram em disparada o tablado, esbarraram na cortina e desviaram-se dos pedestais para dar algum tipo de guarida ao artista. Sem sucesso. O repertório foi um primor. Foi de coisas antiquíssimas do Screaming Trees, caso de "Where The Twain Shall Meet" – gravada ainda nos tempos da banda na SST -, a composições dos discos solo, o show foi iniciado sem dó nem piedade com "When Your Number Isn't Up", do álbum Bubblegum, de 2004, passando por colaborações com o Queens of the Stone Age, uma "Hangin' Tree" pra bater a cabeça intranquila, e o projeto Soulsavers, representada por "Can't Catch The Train", do disco Broken Year, editado no ano passado. Em suma, acompanhado apenas por um violonista - o músico David Rosser, do Twilight Singers -, Lanegan destilou todo o seu carisma taciturno e extasiou quem estava ali pelo Baixo Augusta.
Batuquei um textinho sobre a primeira passagem do homem pelo Brasil em 2009. A quem interessar possa, ei-lo aqui .
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