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Barão da jaca por Jotaço


Tim Maia uma vez tirou sarro de mim. Trabalhava na Folha, na Barão de Limeira, e liguei para ele por causa do boato de que o síndico tinha comprado uma emissora de rádio no Rio de Janeiro.
“Você tá falando aí da Boca do Lixo, João Batista? Não é aí que vendem um monte de carro velho?. Pô, eu tô aqui no Leblon, João Batista. Coisa chata, não?”, disse ele, e deu uma gargalhada.
Sim, o Tim Maia (que provavelmente hospedou-se bastante no velho Hotel Jandaia enquanto garimpava uns trocados na paulicéia) sabia exatamente de onde eu estava falando.
Lembrei disso no fim de semana quando fui à Rua Santa Ifigênia comprar um carregador de bateria para minha câmera fotográfica. Na volta, com a bateria já carregada, passei pela Barão de Limeira e tive uma agradável surpresa: no meio dos escapamentos de motocicletas, carros usados com placas de liquidação, lojas de som e tapetes plásticos, lá estava a feliz jaqueira carregada de jacas.
Na Boca do Lixo, como disse Tim Maia, além dos exilados da cracolândia, o luxo também resiste.


Post surrupiado do João Batista, o Jotaço. Foda.

Comentários

André Toma disse…
Salve, Rodrigo!
Bom demais o blog! Bom demais saber que ainda tá na ativa!
Se não se importar..vou te linkar nos meus favoritos!
E, quando puder, passa no meu espaço pra conhecer...Seria uma honra!

Sucesso! Grande abraço!
Anônimo disse…
Valeu André! Eu é que fico honrado em tê-lo por aqui. Forte abraço.
Unknown disse…
Rodrigo

Genial essa parada da jaca , agora escuta a minha :
--- Estava eu na Sta Efigenia , (estou sempre lá , se ta ligado microfones vitage)comendo uma teco de abacaxi que vende nas esquenas da tal rua quando vejo um Negão gordão com uma toalha com listrada de verde amarelo e vermelho de oculos alá Milhonario e Jose Rico e fala , quero um tambem , eu quase tive um treco era o Sr . Africa Bambatta . Nosso papo foi curto mais terminou eu dizendo pra ele ,Peace, unity, love and having fun, ele falou pra minha supresa Ayre !!!
acompanho seu blog e acho genial !!
abraço
Anônimo disse…
O Bambaataa é gente finíssima, né? Fundamento da parada toda. Fui intérprete dele numa das vezes que esteve no Brasil. Entre outras, fui com ele ao Shopping Morumbi comprar artigos egípcios (!?). O figuraça pira no Egito e soube da loja. Imagina. Outra engraçada foi quando a gente passou pela frente de uma loja de disco perto da 24 de maio e estava tocando Kelly Key. Bambaataa parou, curtiu e quis saber do que se tratava. Entramos na loja e e le pediu o disco. Deu um sorrisão quando viu a capa, ahahaha. Abração e salve Tio Américo.

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu