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Nobre arte e o despropósito

Evander Holyfield e Nikolay Valuev

Gosto de boxe desde moleque. Junto ao basquete e ao skate, a Nobre Arte, como diria o Norman Mailer, é um dos poucos esportes que chamam a atenção - rompi com o mais óbvio e popular deles, o futebol, na Copa de 1982, mas conto essa história em outra oportunidade. Por hora, só quero deixar registrado que o resultado do embate entre os pugilistas Nikolay Valuev e Evander Holyfield, realizado no último sábado na Suíça, foi um despropósito. Ao final dos 12 assaltos, por cinco pontos, o russo Valuev ganhou do norte-americano Holyfield. Do alto de seus 2,13 m e o rumor de que teria matado um urso com as próprias mãos na Sibéria - segundo alguns jornalistas russos -, Valuev parecia um boneco de Olinda dos pesos-pesados. Sim, ele é o atual detentor do cinturão da Associação Mundial de Boxe e tem lá seus méritos. Mas a movimentação incessante, que lembrava uma dança, de Holyfield, aos 46 anos, valia ao menos um empate. Proposta com a qual o manager de Valuev, Wilfried Sauerland, concorda.

Atualização em 24 de dezembro:

Evander Holyfield entra com protesto formal após derrota para Valuev

Tô falando...

Comentários

Anônimo disse…
Ah, a nobre arte... O boxe já ensinou, a nós amantes do esporte, que o resultado muitas vezes é o que menos importa.

Hollyfield, que nunca foi um monstro, mereceu vencer por pontos, na minha opinião. Mas para ganhar também na opinião dos jurados, com tudo o que "envolve" uma disputa desse nível, além de ter lutado o que lutou, precisaria de, pelo menos, um knockdown.
Mas sua exibição, digna de um campeão, do alto dos 46 anos, já garante uma bela revanche.

Quem diria, Hollyfield a última esperança negra do boxe, que hoje parece estar nas mãos de outros magnatas...
Anônimo disse…
Exatamente. Um knockdownzinho faria a diferença ali. O povo em Zurique ficou surpreso, boquiaberto com o resultado, mas foi bacana vê-lo saltitando, maduro. Preparo invejável. Contudo a revanche está prevista, né? Fiquemos de olho. Abs

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