Pular para o conteúdo principal

O Desprezo na tarde

Ter férias de final de ano é uma benção. A cidade fica vazia, os horários perdem a rigidez e o ficar de bobeira torna-se a meta. Nessa onda, acordei tarde, almocei e fui aos DVDs na estante. Reencontrei Le Mépris (O Desprezo), fita de 1963 do grande Jean-Luc Godard. Baseado no romance Il Disprezzo , do escritor Alberto Moravia, o longa-metragem narra a crise conjugal vivida pelo roteirista Paul Javal, interpretado por Michel Piccoli, e pela belíssima Camille, uma Brigitte Bardot fascinante. O filmaço tem ainda Jack Palance, o diretor alemão Fritz Lang interpretando a si próprio, Capri, a ilha italiana das cigarras, como cenário, uma edição inusitada e citações eruditas e da cultura pop a todo momento nos dizeres dos personagens. Sem contar a aparição inicial de Camille e as perguntas que ela faz ao marido sobre a anatomia e o amor. Bom, dêem uma olhada. Ah, as férias.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu