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Tabu

Um terremoto destruiu o México
esta manhã
Eu fui promovido
Eu estou impaciente com a
Grande Complicação
e com o saco cheio de ouvidos
ouvindo os meus demônios
intestinos
Não é um milagre ainda
estarmos vivos?
É um milagre ainda estarmos vivos

Hoje eu ouvi sua voz honrada ao
telefone
Casmurro, careca, e escreveu
um livro
Ele tá velho demais pra virar um
mito
Eu também tô sonhando sozinho
Não é um milagre ainda
estarmos vivos?
É um milagre ainda estarmos vivos
É um milagre

Uma imagem apagada, um tabu
que um leve tremor pode destruir
para então não haver mais nada
em que pensar
antes de dormir antes da acordar
Não é um milagre ainda
estarmos vivos?


Letra de "Tabu", oitava faixa do disco Fellini só vive 2 vezes (1986).

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'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu