Pular para o conteúdo principal

Haikerouacs

Jack Kerouac pelas ruas

Vocês sabem que na edição mais recente da revista Coyote há maravilhosos hai kais de Jack Kerouac traduzidos com maestria por Rodrigo Garcia Lopes, né? Pois há outros que não entraram na edição, mas repousam no Estúdio Realidade, o blog do poeta e tradutor. Muito foda.

de O LIVRO DOS HAIKUS

Jack Kerouac (Estados Unidos)

Tradução: Rodrigo Garcia Lopes

Na cadeira
Decidi chamar o Haiku
Pelo nome de Pop

In the chair / I decided to call Haiku / By the name of Pop


Crepúsculo – pássaro
na cerca
Meu contemporâneo

Dusk—the bird / on the fence / A contemporary of mine

Esses pássaros sentados
lá fora na cerca —
Todos vão morrer.

Those birds sitting/ out there on the fence —/They´re all going to die.

Noite perfeita de lua
arruinada
Por brigas de família

Perfect moonlit night/marred/ By family squabbles

Grilos – gritam
por chuva –
Mais uma?

The crickets—crying/ for rain—/ Again?

Os gatos, de cara
com alguma coisa nova,
Olhando na mesma direção

The housecats, amazed/ at something new,/ Looking in the same direction

Lavando o rosto
com a neve
Sob a Ursa Menor

Washing my face/ with snow/ Beneath the Little Dipper

Perfeito círculo redondo
a lua
No centro do céu

Perfect circle round/ the moon/ In the center of the sky

Em toda parte além
da Verdade,
Azul do espaço vazio

Everywhere beyond/ the Truth,/ Empty space blue

O pássaro voou
e a distância ficou imensa-
mente branca

Bird was gone/ and distance grew/ Immensely white

O mosquito, tão
sozinho quanto eu
Nessa casa vazia

The fly, just as/ lonesome as I am/ In this empty house

JACK KEROUAC
TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA LOPES

* Poemas retirados do livro Book of Haikus. New York: Penguin Books, 2003

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ah, "Picardias estudantis"

Phoebe Cates: intérprete, entre outras, da inesquecível sequência da piscina Noite dessas, eu revi Picardias estudantis (1982), cujo título original, só pra constar, é Fast times at Ridgemont High . Não assistia ao filme, escrito por Cameron Crowe e dirigido por Amy Heckerling, há muitos anos e tive, claro, ótimos momentos diante da tela. Sobretudo por ter a produção um daqueles, como diria o rei Roberto, meus amores da televisão: a atriz Phoebe Cates. No papel da sensualíssima Linda Barrett, Cates, à beira da piscina, em seu biquíni vermelho, é uma das imagens mais encantadoras já produzidas em toda a história do cinema. Feito aqui o registro, voltemos à nossa programação normal.

Executivo e produtor, Marcos Maynard fala de rock, indústria fonográfica, processos e cores

O empresário Marcos Maynard durante encontro de mídias sociais em São Paulo. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra Em 2011, fui sondado por uma revista para ser o redator de uma entrevista já feita por outro jornalista. Havia o registro de uma longa conversa entre o repórter e Marcos Maynard, ex-presidente de grandes gravadoras entre os anos 1980 e 2000 e, atualmente, dono do passe do Restart, do CW7, entre outras. Aceitei a encomenda. Entrei em contato com o colega de ofício, sujeito de quem sempre admirei o trato com as palavras, e combinamos dele me enviar o arquivo por e-mail. Ao chegar na minha caixa de mensagens, o link do dito cujo só apresentava os dois primeiros minutos de diálogo. Novo envio, mesmo erro. Tentamos outro desses serviços estrangeiros de compartilhamento. Nada. Fui à casa do jornalista – início de noite agradável, temos diversos amigos em comum, mas não nos conhecíamos pessoalmente. Ele salvou e me deu o material em pen-drive. Mas, de novo, lá estavam só os mesmos dois...