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Skatalites, Bad Brains e New York Dolls

Dr. Know e Israel me explicam o conceito Bad Brains. Foto: Vinícius Camargo

Semana agitada, amigos. Teve Skatalites segunda e terça, Bad Brains na quarta e New York Dolls ontem. Três grupos queridos e algumas indagações, principalmente em relação ao Bad Brains. Os senhores sabem, a banda, que fez um belo show no Eazy, roda pelo Brasil sem o vocalista original, o excêntrico HR. Tentei arrancar justificativas plausíveis para a falta do homem em terras brasileiras. Não consegui. Tendo o ausente nos vocais, os músicos lançaram o álbum Build a Nation no ano passado e era de se esperar que excursões fossem feitas com quem figura no registro. Falei com assessores e com os próprios figuras da banda - Dr. Know (guitarra), Darryl Aaron Jennifer (baixo), Earl Hudson (bateria). Ouvi dizer que HR estava doente, louco, que já não segura a onda ao vivo (blasfêmia!), que tinha shows solo marcados e todo o tipo de coisa. Dr. Know afirmou que o Bad Brains não é uma banda, e sim um conceito que extrapola os indivíduos envolvidos nele. Israel Joseph-I, o vocalista da ocasião, que gravou o álbum Rise, de 1993, também rezou a mesma cartilha e aproveitou pra vender o peixe solo nas paralelas. Babilônia, eu diria. A despeito da certa nebulosidade, o show foi bacanudo. Repertório fino de pancadaria cadenciada e Joseph-I emulando HR com eficiência. Uma verdadeira Punk reggae party, como na canção feita por Bob Marley após assistir ao The Clash em 1977.





Já as substituições de integrantes dos New York Dolls se deram por um motivo claro e irrevogável: a morte. O guitarrista Johnny Thunders tomou uma overdose de metadona em 1991 e o baixista Arthur "Killer" Kane foi vencido pela leucemia em 2004. Impecáveis no palco do Hangar 110*, David Johansen (voz), Sylvain Sylvain ( guitarra), ambos sobreviventes da selvageria setentista, Sami Yaffa (baixo), Steve Conte (guitarra), Brian Delaney ( bateria) não deixaram por menos e mandaram clássicos do glam rock sujo, vindos principalmente dos dois primeiros álbuns New York Dolls (1973) e Too much too soon (1974), que fizeram a cabeça de tipos como Joey Ramone e Morrissey. Destaque para a improvável versão de Piece Of My Heart, sucesso de Janis Joplin. É, Janis Joplin.

* Alô técnicos do Hangar! Uma maior definição do som da voz principal e do contrabaixo cairia como uma luva de cetim.

Comentários

Anônimo disse…
Eu estava lá no NYD e foi simplesmente impecável.
Anônimo disse…
Olha cara, negócio é o seguinte: Eu sou fãzáço do HR, sou louco pelo trabalho solo dele (quem não conhece deveria conhecer!) e sei muito bem o quanto ele é importante para o Bad Brains e também queria muito ter viste ele por aqui. O fato eh que o Dr know falo e disse: o show não é sobre alguém, é sobre a mensagem da banda! Conheço gente que deixou de ir só porque o HR não veio e se arrependeu amargamente. O Israel destruíu! Fez uma apresentação que o HR não iria fazer de jeito nenhum, teve mó contato com o público! Não me importaria nem um pouco se o Bad Brains gravasse mais um disco com ele, até por que me amarro no Rise. Galera, o passado passou! Se o HR vier pro Brasil quero que seja com o projeto solo. O novo vocalista do Bad Brains é o Joseph e isso está ótimo! Fim de papo! JAH LOVE!
Anônimo disse…
Concordo contigo. O que me incomodou foram as informações truncadas pré-show. Creio que elas, ou a falta delas, fizeram com que muita gente ficasse desconfiada e não fosse - de fato, perderam o belo espetáculo que os caras fizeram. Um salve ao Israel, a simpatia e o talento dele foram determinantes para que alguns descrentes embarcassem em sua interpretação. E que venha o HR solo. Tudo às claras. Jah bless.
Perdi os NYD, Tomara que um dia voltem!

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