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Arte gravada

"Criou-se um tom de tratar a arte que é péssimo hoje, e não é só o jornalista que faz isso. É um tom de tratar a arte como uma espécie de perfumaria. Qualquer coisa que vai se noticiar é dito como um suspiro. O artista ralou, se matou para fazer o negócio. Quando se trata da discussão do que o artista faz, o foco vai para a biografia dele, e o cara diz: “É, realmente, eu sofri muito”. É ridículo. A ciência, de certa forma, também é tratada assim. O Brasil é o país da cretinização, o que mostra nosso traço autoritário. A polêmica é vista com maus olhos. O crítico antigamente xingava no jornal, hoje tudo tem panos quentes. "

(Leon Kossovitch, em entrevista a Revista E)

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu