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Lendo William Blake aprendi que os poemas são uma coisa tão comum quanto as canções e que uma vida sem canções e sexo oral é muito entediante; ler um poema leva menos tempo que comemorar um gol e é igualmente revigorante para a alma. Embora não se possa discutir a eficácia de uma Ferrari ou de um anel de diamantes, o poema continua sendo um método barato e aconselhável quando o objetivo é uma loira peituda. Atrás das belas e atormentadas canções de Jim Morrison ou Kurt Cobain estão as leituras que fizeram de Baudelaire, Rimbaud, Blake e outros tantos poetas. Os poemas não evitam guerras nem curam a gripe, mas ajudam a suportá-las. Um poema fodido de bom afina as ideias, melhora a percepção da realidade, tira a sujeira das orelhas, dá estilo. Não ouço canções nem leio poemas para decifrar o mistério da existência ou ganhar uma viagem a Las Vegas, faço-o para que tudo funcione melhor (incluindo a loira peituda). Se você está lendo esta linha ou a seguinte, o problema é seu; como a máquina de somar zeros, tudo o que digo e em que me baseio pertence ao vazio porque o destino de um livro nunca estará nas mãos de quem o escreve, e sim de quem o lê.

(Efraim Medina Reyes, trecho final do prefácio do ótimo "Pistoleiros/putas e dementes")

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