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Com a palavra, Castor Daudt

Olhando para trás agora, onde o DeFalla se situa no rock brasileiro dos anos 80?
A gente foi aquele outro lado que devia existir. Nos anos 80, era todo mundo muito bundinha. Meio xarope mesmo eram só o Renato Russo e o Cazuza, mas o som também era muito bundinha. Todos queriam fazer sucesso e dinheiro, enquanto nós não estávamos nem aí: escrevíamos letra em inglês, juntava com português, fazíamos o que queríamos. A gente rescindiu contrato com uma multinacional, por exemplo, o que ninguém faria. Fizemos o caminho inverso, saindo do mainstream e indo para o independente. Entendo que nossa banda foi necessária para contrabalancear essa bundice. Tem que ter sempre um lado. Nós éramos o outro lado da moeda do rock nacional.

E o tal do rock gaúcho, ou o que se convencionou chamar de "rock gaúcho", isso existe?
Andei pensando nisso e acho que o rock gaúcho não existe. Pra mim, Kleiton e Kledir foram os únicos que misturaram o estilo gauchesco com rock e MPB. O Nenhum de Nós também tenta fazer, tem sanfoneiro e tal, mas ficam em um meio-termo. Não é gauchesco, nem é pop rock. Podemos dizer que, embora excelentes, as outras bandas - Replicantes, Cascavelletes, TNT, Garotos da Rua, etc. - eram uma cópia do rock inglês com sotaque gaúcho. Tinha letras, atitude, mas em termos musicais vai muito pelo rock inglês e americano. Nós temos aquele espírito separatista, o rock gaúcho sempre tentava ser diferente, mas nunca foi bem assim.


Trecho da entrevista concedida a Jairo Macedo, do jornal goiano A Redação.

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