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Artistas-operários

Romulo Fróes, entrevistado de Marcus Preto. Foto: Marcelo Justo

Caminhando para o fim da primeira década do século 21, já é possível identificar um traço comum entre os artistas surgidos na música brasileira a partir dos anos 2000?
É uma geração de artistas-operários, surgida em plena derrocada das grandes gravadoras e que, alijada da indústria, se viu obrigada a dar conta de todo o processo de construção de uma obra musical. Esse abandono, aliado ao avanço e ao acesso facilitado à tecnologia, constituiu uma geração especialmente ligada ao processo de gravação. O "som" produzido por ela, talvez até mais que suas canções, é o que a destaca em relação às demais. E, uma década mais tarde, milhares de discos produzidos depois, não é difícil imaginar o grau de excelência técnica a que se chegou. Pois agora, de posse de sua obra e de sua carreira, é chegada a hora dessa geração conquistar uma voz mais forte, que diga a que veio e que rompa a barreira do anonimato imposta à ela.


Romulo Fróes em ótima entrevista publicada nesta segunda-feira, 13, na Ilustrada, do jornal Folha de S. Paulo. Leiam a íntegra.

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