Manhã preguiçosa de domingo. Não sei o que é internet desde o início da tarde de sábado. Me perdi pela cidade, sorvendo música e encantos. Saibo só agora da morte do poeta – às 15h30 de ontem, a essa hora seu corpo já ardeu no crematório. Reverente, vou à estante, saco do livro 20 poemas com brócoli , abro à sorte e o que surge é lido em voz alta:
XX
(Roberto Piva)
vocês estão cegos graças ao temor
olhares mortos sugando-me o sangue
não serei vossa sobremesa nesta curta
temporada no inferno
eu quero que seus rostos cantem
eu quero que seus corações explodam em
línguas de fogo
meu silêncio é um galope de búfalos
meu amor cometa nômade de
riso indomável
façam seus orifícios cantarem o hino
à estrela da manhã
torres & cabanas onde foi flechado o
arco-íris
eu abandonei o passado a esperança
a memória o vazio da década de 70
sou um navio lançado ao
alto-mar das futuras
combinações
Comentários
Sinto neles muita influência desse ser á quem chamavam Roberto Piva. Tenho curiosidade em saber ( nem sei se esse espaço é o mais adequado pra perguntar) o que a poesia dele diz ( e fez!) à voce. Parabéns pelo blog, sou assíduo leitor. Grande abraço.