Pode parecer papo de Madalena arrependida, santo do pau oco, hipócrita, sujeito semilivre das drogas, mas vamos lá: estive no show finérrimo que o Júpiter Maçã/Apple fez no Studio SP na madrugada de sexta-feira, 8, e fiquei pensando, de novo, como aquelas histórias de o poeta que se faz vidente depois de um longo e racional desregramento de todos os sentidos (salve, Rimbaud) ou o caminho do excesso que nos leva ao palácio da sabedoria (nos dizeres do William Blake) são sedutoras. Todos nós já as compramos e as defendemos com intensidades variadas. Acontece, e eu posso afirmar com propriedade, que são máximas que funcionam muito bem na literatura. Já na vida real – esse fardo - podem sair pior do que a encomenda outsider. Não vou listar aqui, como no poema de Ginsberg, “os expoentes da minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus, arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca uma dose violenta de qualquer coisa” – todos nós temos os nossos, ou os somos. Mas de volta ao show da madrugada de sexta-feira: Júpiter estava sóbrio e distante dos fãs-sanguessugas que torcem pela agonia vagarosa em praça pública dos ídolos. “Tá diferente”, dizia, entredentes, um desses tipos ao meu lado. Já presenciei aparições do cantor e compositor gaúcho que foram um desserviço à sua genialidade. O cara é um monstro. E o é apesar dos clichês comportamentais que rondam quem se mete a fazer arte. Resumindo o lero lero, é ótimo vê-lo bem das pernas. Vou almoçar com a minha mãe agora.
Pode parecer papo de Madalena arrependida, santo do pau oco, hipócrita, sujeito semilivre das drogas, mas vamos lá: estive no show finérrimo que o Júpiter Maçã/Apple fez no Studio SP na madrugada de sexta-feira, 8, e fiquei pensando, de novo, como aquelas histórias de o poeta que se faz vidente depois de um longo e racional desregramento de todos os sentidos (salve, Rimbaud) ou o caminho do excesso que nos leva ao palácio da sabedoria (nos dizeres do William Blake) são sedutoras. Todos nós já as compramos e as defendemos com intensidades variadas. Acontece, e eu posso afirmar com propriedade, que são máximas que funcionam muito bem na literatura. Já na vida real – esse fardo - podem sair pior do que a encomenda outsider. Não vou listar aqui, como no poema de Ginsberg, “os expoentes da minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus, arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca uma dose violenta de qualquer coisa” – todos nós temos os nossos, ou os somos. Mas de volta ao show da madrugada de sexta-feira: Júpiter estava sóbrio e distante dos fãs-sanguessugas que torcem pela agonia vagarosa em praça pública dos ídolos. “Tá diferente”, dizia, entredentes, um desses tipos ao meu lado. Já presenciei aparições do cantor e compositor gaúcho que foram um desserviço à sua genialidade. O cara é um monstro. E o é apesar dos clichês comportamentais que rondam quem se mete a fazer arte. Resumindo o lero lero, é ótimo vê-lo bem das pernas. Vou almoçar com a minha mãe agora.
Comentários
Um dos posts mais sóbrios e maduros (palavras que eu rejeitava, hoje uso cotidianamente) que já li na internet.
Um brinde, com água mineral, para evitar a ressaca na segunda-feira.
Forte abraço!