João Gilberto, que comemora 82 anos nesta segunda-feira, 10
Já assisti a muito show nessa vida. E alguns dos mais incríveis foram os do João Gilberto – testemunhei em cinco oportunidades. Eu ainda era um jovem punk quando o vi pela primeira vez, circa 1987. E desde molequinho, coisa mais curiosa, tenho-o no mais imenso apreço. Tanto que o vinil que meus pais tinham dele foi por mim furtado – putz, confessei. Lembro que no início dos anos 1990, quando os Mickey Junkies começaram a chamar a atenção da imprensa, eu adorava dizer em entrevistas que João Gilberto era o máximo, e que não estranharia nada se ele surgisse vestido como eu e meus amigos: de jaqueta de couro e camiseta listrada. Bom, toda a felicidade do mundo ao aniversariante do dia. Abusando do clichê, João é gênio. Ah, sim, a acústica do Credicard Hall naquele outubro de 1999 era horrenda – eu estava lá. Na foto, o artista mostra a língua para a plateia durante a inauguração da casa de espetáculos paulistana. Diante de suas oportunas reclamações, trogloditas da alta roda começaram a vaiar. "Tem que mudar esse som. Para o bem de todos e felicidade geral da nação", dizia ele. "Não tem média, não. Não sou político pra fazer média. O coquetel estava muito bem, mas o som, não. Vocês gostam desse Brasil assim? Seleção... Essa vaia pode ser bebida. Vaia de bêbado não vale, vaia de bêbado não vale."
Já assisti a muito show nessa vida. E alguns dos mais incríveis foram os do João Gilberto – testemunhei em cinco oportunidades. Eu ainda era um jovem punk quando o vi pela primeira vez, circa 1987. E desde molequinho, coisa mais curiosa, tenho-o no mais imenso apreço. Tanto que o vinil que meus pais tinham dele foi por mim furtado – putz, confessei. Lembro que no início dos anos 1990, quando os Mickey Junkies começaram a chamar a atenção da imprensa, eu adorava dizer em entrevistas que João Gilberto era o máximo, e que não estranharia nada se ele surgisse vestido como eu e meus amigos: de jaqueta de couro e camiseta listrada. Bom, toda a felicidade do mundo ao aniversariante do dia. Abusando do clichê, João é gênio. Ah, sim, a acústica do Credicard Hall naquele outubro de 1999 era horrenda – eu estava lá. Na foto, o artista mostra a língua para a plateia durante a inauguração da casa de espetáculos paulistana. Diante de suas oportunas reclamações, trogloditas da alta roda começaram a vaiar. "Tem que mudar esse som. Para o bem de todos e felicidade geral da nação", dizia ele. "Não tem média, não. Não sou político pra fazer média. O coquetel estava muito bem, mas o som, não. Vocês gostam desse Brasil assim? Seleção... Essa vaia pode ser bebida. Vaia de bêbado não vale, vaia de bêbado não vale."
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