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Com a palavra, Ricardo Alexandre

Ricardo Alexandre, autor de "Dias de luta: O rock e o Brasil dos anos 80" e "Nem vem que não tem: A vida e o veneno de Wilson Simonal"

"O que queríamos era a atitude do rock filtrada por óculos multicoloridos de uma realidade avacalhada, de um país governado por um janota que dizia ter “aquilo roxo” e mandava recados pela camiseta enquanto fazia jogging. Pin Ups, Killing Chainsaw, Yo-ho-delic, Second Come, Mickey Junkies, a despeito de tantos bons momentos gravados na minha memória afetiva (e dos bons camaradas feitos na jornada), não apenas se recusavam a assimilar esse Brasil como o negavam por meio do pouco caso, do grunhido, da microfonia", diz o jornalista e escritor Ricardo Alexandre no primeiro capítulo de seu novo livro, "Cheguei bem a tempo de ver o palco desabar". Ele informa que os capítulos serão publicados às terças e quintas no MSN e, no fim do ano, ganham edição impressa, via Arquipélago Editorial. Leia aqui.

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu