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Mostrando postagens de agosto, 2012

Enquanto isso, em 1966

Balanço

(Antonio Cicero) A infância não foi uma manhã de sol: demorou vários séculos; e era pífia, em geral, a companhia. Foi melhor, em parte, a adolescência, pela delícia do pressentimento da felicidade na malícia, na molícia, na poesia, no orgasmo; e pelos livros e amizades. Um dia, apaixonado, encarei a minha morte: e eis que ela não sustentou o olhar e se esvaiu. Desde então é a morte alheia que me abate. Tarde aprendi a gozar a juventude, e já me ronda a suspeita de que jamais serei plenamente adulto: antes de sê-lo, serei velho. Que ao menos os deuses façam felizes e maduros Marcelo e um ou dois dos meus futuros versos. Poema extraído do livro Porventura , recém-lançado pela Record.

Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu...

"BIZZ - Jornalismo, causos e Rock and Roll"

Eis o documentário, com direção de Almir Santos e Marcelo Santos Costa, sobre uma das publicações que me formou.

"A bossa-nova pop de Andy Summers e Fernanda Takai"

Andy Summers e Fernanda Takai. Foto: Divulgação Entrevistei Fernanda Takai, cujo recém-lançado álbum, Fundamental , é em parceria com o guitarrista Andy Summers, ex-The Police. Na edição desta quinta-feira, 23, do jornal "Valor Econômico". Eis aqui o batuque.

"The Descent"

É o nome da primeira música a tornar-se videoclipe de Silver Age , novo álbum de Bob Mould. A ser lançado no dia 4 de setembro.

The Dears, passado e presente

Dia desses o sítio Afro-Punk dava conta do que tem aprontado agora o The Dears. Maravilha. Ao ler, lembrei de uma das belas canções dos canadenses: "Lost in the plot", de 2004.

Arte gravada

"Criou-se um tom de tratar a arte que é péssimo hoje, e não é só o jornalista que faz isso. É um tom de tratar a arte como uma espécie de perfumaria. Qualquer coisa que vai se noticiar é dito como um suspiro. O artista ralou, se matou para fazer o negócio. Quando se trata da discussão do que o artista faz, o foco vai para a biografia dele, e o cara diz: “É, realmente, eu sofri muito”. É ridículo. A ciência, de certa forma, também é tratada assim. O Brasil é o país da cretinização, o que mostra nosso traço autoritário. A polêmica é vista com maus olhos. O crítico antigamente xingava no jornal, hoje tudo tem panos quentes. " (Leon Kossovitch, em entrevista a Revista E )

Enquanto isso, em 1979

Foda

Arrasadora a edição do “Vocabulário”, jam session poética criada pelos mestres Chacal, Paulo Scott, Marcelo Montenegro e Marcelino Freire, realizada na noite de ontem, 16, no estande das Edições Sesc na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Emicida, Nelson Maca e Max B.O. foram os convidados. Linguagem (da rua) luminosa. O verso no centro. A palavra é foda.

"Till We Ghosts"

Da África do Sul, Petite Noir, admirável projeto do músico e produtor Yannick Iluga.

Dança

G.B. ENGLAND. Wolverhampton. Disco. 1978. Photo: Chris Steele-Perkins

"I'm a man in desperation/ can't you help the situation..."

"Misturada a outros gêneros, eletrônica fica mais popular"

É o título da matéria batucada por mim e publicada na edição desta quarta-feira, 15, do jornal “Valor Econômico”. Há depoimentos de DJ Marky (foto), DJ Mako e Paulo Beto. Dancemos, pois. Ei-la aqui .

Patrimônio histórico urbano

"A impressão que dá, olhando de lá pra cá, ou seja, nos últimos 30 anos, é que esses dois homens denominados Os Mulheres Negras, transformaram-se gradualmente numa espécie de patrimônio histórico urbano e imaginário da cidade de São Paulo, tal qual estátua do Borba Gato ou pernil de Estadão. Eles ainda cheiram a pedaço de pizza que brota da noite. Eles ainda parecem ter saído de quadrinhos de Angeli e Laerte ou de filmes do Fellini. Eles ainda emergem como ícones subterrâneos da cultura pop como a Loira do Banheiro. Esses dois homens ainda parecem uma cobra se engolindo, rolando pela rua 25 de março, que procura o pop em sua calda. Música de rádio. Mainstream. Cultura de massa que se devora até achar em seu extremo a seiva do underground ou da ciência minimalista dos porões. Os Mulheres fabricaram no decorrer dos tempos um exército de cabeças estragadas (no bom sentido, claro) pela contracultura (não falo de hippies) ou pela audácia (não falo de Paulo Maluf) de sua arte. Esses ser...

É melhor fugir

Love em quadrinhos

E essa HQ, editada em algum momento dos anos 1990, do Love? Quero muito isso. E já que o finado Arthur Lee e companhia inspiram este post, há um raro documentário sobre ele destacado pelo Dangerous Minds dia desses. Ei-lo aqui .

Ontem/hoje

Foi uma bela noite a de ontem/hoje no Astronete Augusta. Agradecido, senhoras e senhores. Na foto: Marco Antonio Pereira, eu, Tchelo Donato, André Satoshi, Érico Birds e Ricardo Mix.

Hoje

Frank Stockton

Mais aqui .

"Cut the World"

Clipe lindíssimo esse novo de Antony and the Johnsons. Willem Dafoe, Marina Abramović e Carice van Houte estrelam-no.
Não estou acompanhando a Olimpíada londrina. Vi só a abertura, o que está de bom tamanho. Mas meu pai tem assistido. E escrito coisas como esta que compartilho. Estou pensando na Olimpíada de Londres, na diversidade de etnias, povos e nacionalidades que há nesta competição. Penso nos paradigmas que estão sendo quebrados e de outros que estão sendo estabelecidos. Quanto ao que é deficiência, por exemplo. Encantou-me ver a mesa-tenista polonesa que não tem um dos braços. E o corredor sul africano Pistorius, que não tem as duas pernas e corre com próteses d e metal em lugar delas. O machismo viu cair mais uma retaguarda ao constatar que uma nadadora chinesa, ainda uma adolescente, fez um tempo menor que um homem em uma das provas. Foram provas diferentes, cada qual em seu gênero, mas se estivessem concorrendo juntos, ela ganharia. Causou-me também respeito e sentimento de tolerância ver a judoca muçulmana ( não me lembro de sua nacionalidade) que concorreu com a cabeça coberta, como m...

Kris Lewis

Mais trabalhos aqui .

Semana que vem

Os Mickey Junkies apresentam-se no próximo dia 9 de agosto, no Astronete, em São Paulo. Aniversário do DJ Tchelo Donato.

Com a palavra , o iguana

Grace Jones e Iggy Pop, Paris, março de 2009 "Aliás, acho que não deveriam existir gêneros. Cachorros machos cheiram os pintos uns dos outros e tal, e depois pulam nas fêmeas e fazem tudo com tudo. Na verdade os seres humanos também são assim, mas alguns códigos foram elaborados e adotados para eliminar partes do comportamento que não estão de acordo com o gênero ou grupo social que você quer pertencer. E acho que isso afeta dos dois lados, hétero e gay — cada um elimina ou enfatiza certas partes. É mais ou menos como passar spray de cabelo na sua personalidade. Mas não, nunca quis parecer particularmente macho. Primeiro porque percebi que a mulherada não curte muito [risos]. Acho que os ideais de beleza na nossa sociedade são ditados por aqueles que se identificam como femininos, pelo menos em linha de raciocínio. Podem ser gays ou mulheres que pensam de uma maneira particularmente tortuosa, selvagem e amoral, que é como as mulheres pensam quando botam a mão na massa. E é aí qu...

No palco, Joy Division

No século passado, uma grande amiga apareceu com esse VHS. Assistíamos em turma. Revi agora. O Matias fala mais a respeito. Recomendo.