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Primórdios da Mad Rats no Skateboarding Militant

Já que a Mad Rats é o assunto, eis a capa da primeira edição da revista Yeah!, de março de 1986, com o skatista Álvaro Porquê em ação usando um par do tênis

Nos anos 1980, dinheiro para comprar um Mad Rats estava fora de questão. Eu não tinha. E, em verdade, um tênis de skate como aquele não era bem visto pelos meus companheiros de gangue punk/hardcore, ainda que a maioria deles quisesse ter um par. Eram as contradições das chamadas tribos urbanas oitentistas. Nessa toada, fui algumas vezes à loja da marca - inspirada pela norte-americana Vans - em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Era um lugar onde se podia namorar os pares expostos na vitrine, ouvir o que de mais radical e novo estava se fazendo em matéria de música no período, esbarrar com talentos do esporte e saber das últimas dos incipientes campeonatos do Brasil. Lembrei disso ao ler o post do blog Skateboarding Militant, capitaneado por Guto Jimenez, indicado a mim pelo amigo e uma das figuras mais lendárias das quatro rodinhas brasileiras Thronn Passos Jr. O skatista e empresário Márcio Tanabe, o primeiro propreitário da Mad Rats, é o tema. A ler, skaters. E não skaters também.

Comentários

Anônimo disse…
Legal esse texto. Bem redigido, gostoso de ler, rs, sério.

Uma pergunta me veio. Por quê o Yura nunca é citado quando o assunto é Mad Rats?

Certa vez o conheci, foi por acaso mesmo assim acabei encontrando algumas vezes pela rua e evento de skate. Ele mesmo não falou sobre a Mad Rats.

Mas, vale deixar registrado aqui, que ouvi de outros skatistas, que o mestre Yura um belo dia chegou com o Mad Rats nas mãos, isso pelas bandas dos 80's. Foi no Ibirapuera.

A galera olhou aquilo e 'pirou'. Tente imaginar utilizando o máximo de alcance de seu conhecimento quem poderia estar ali naquela ocasião.

Também ouvi dizer, não foi no twitter, foi de skatista da época, patrocinado da marca inclusive, que o Yura é um grande mestre mesmo e Professor Pardal no último e que aquele tênis Mad Rats é resultado de suas engenhocas tanto quanto do Tanabe tão venerado.


Valeu.

Betão
rodrigo carneiro disse…
Salve, Betão. Bela lembrança. O Yura é fundamental. Merece muito crédito.

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'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu