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Ex-herói em queda

Em pleno voo doméstico,
o herói desestabiliza-se e cai.

Bate violentamente nas laterais dos edifícios,
deixa as marcas do corpo esguio nos outdoors,
tem o uniforme rasgado enquanto leva consigo os toldos,
toda a gente surpreende-se, horrorizada, das janelas. Nas calçadas.

O herói finalmente estatela-se ao modo de uma fruta madura,
a intensidade da queda é tanta que ele atravessa o chão,
exatamente o chão que não tinha,
vai ao subsolo, perfura as três camadas terrestres, matéria do ginásio.

Desorientado, chega ao Japão, do outro lado do planeta azul
- saberá mais tarde que perdera para sempre os poderes -,
já viu dias melhores e pergunta ao primeiro transeunte:
“Amizade, é longe daqui o Monte Fuji?”

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