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Rogério Duprat


Para a elaboração da matéria "Homem de Invenção", publicada no domingo, 4, no Caderno B, suplemento cultural do jornal "Gazeta de Alagoas", o repórter Luís Gustavo Melo me pediu um depoimento sobre o genial Rogério Duprat. E eu disse o segu inte: "O trabalho de Rogério Duprat fez toda a diferença na modernização da música popular brasileira. O maestro, que já havia assinado arranjos para bossanovistas de primeira hora, vinha do movimento vanguardista Música Nova e de estudos, na Europa, com Pierre Boulez e Karleinz Stockhausen, ofereceu uma inestimável e anárquica contribuição erudita ao tropicalismo, que por sua vez retomou os preceitos do antropofagia modernista de 1922. Uma retomada em plena revolução comportamental, política e estética dos anos 1960. A ideia de juntar Os Mutantes e Gilberto Gil na defesa de "Domingo no Parque", no III Festival de MPB da TV Record, em 1967, foi dele. Aliás, por esse arranjo Duprat sagrou-se o melhor da categoria naquele ano. Duprat é o elemento da maluquice com estofo de alta vanguarda na geleia geral. Um desses acontecimentos monumentais da arte brasileira. Nos anos 1970, Duprat trabalhou como arranjador de outras obras-primas (vide "Construção" e "Deus lhe pague", de Chico Buarque). A atuação do criador no cinema de Walter Hugo Khouri, por exemplo, também é notável. Filmes como "Noite vazia", "Ilhas", "Corpo ardente" e "Cariocas" têm trilhas sonoras assinadas por ele. Trilhas devidamente premiadas."

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