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de quando lamentávamos o
disco arranhado

Hendrix na vitrola
você na cabeça
e esse meu maldito gosto por coisas antigas:
Hendrix, vitrola, você.
vou quebrar o disco e destruir a vitrola
e o que eu faço com você?
o que eu faço com VOCÊ?!
vou deixar tocar mais uma faixa
a vitrola não tem culpa
Hendrix não tem nada com isso
vou deixar tocar todo o disco
- lado A e lado B -
e o que eu faço com você?
o que eu faço com VOCÊ?!
e esse disco arranhado saltando no peito
e esse meu maldito gosto por coisas antigas...

(Beatriz Provasi, poema extraído do recém-lançado Todos esses cães latindo no peito)

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu