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Salvo do Big Brother Brasil



Durante um período, de triste memória, eu e alguns companheiros de redação tínhamos como incumbência a cobertura do Big Brother Brasil, que chega à 12ª edição nesta terça-feira, 10. Em meio às obrigações de cada editoria – a minha musical -, acompanhávamos os passos dos participantes antes mesmo da entrada na famigerada casa e não desgrudávamos os olhos da tela, dos relatórios e das fofoquinhas. Havia inclusive uma TV ligada o tempo todo no pay-per-view com a aborrecida rotina dos brothers. Tudo rendia notas, factóides e materinhas de (in)utilidade pública. Era preciso estar atento e forte aos paredões, às intrigas. O pior eram os plantões de final de semana encerrados com a chave de ouro da eliminação – ou era a indicação para a eliminação? Já não me lembro - de algum infeliz. Atenção, atenção. Beirando a loucura com o passar das edições, eu questionava o meu ofício e o interesse da audiência num programa como aquele – de acordo com o Ibope, o BBB-11, vencido no ano passado por uma tal Maria, teve acentuada queda de telespectadores e registrou média de 25,7 pontos de audiência. Dados ruins para um programa que já ostentou os 50,15 pontos. Mas, ainda assim, considerando o que se apresenta à população, o número é alto. Resumindo a ladainha, o mimimi postado também na minha timeline do "feice", o Facebook, tenho trauma de reality show. Exatamente pela distância que eu ainda mantinha de “shows de realidade” em 2001, só me diverti mesmo na primeira edição da finada Casa dos Artistas, quando Silvio Santos deu uma invertida nas Organizações Globo e estreou o formato antes – gerando audiência e polêmica. Anarquia no SBT. Sem contar que o time formado por Supla, Bárbara Paz, Alexandre Frota, entre outros, era imbatível. É por isso que um grande prazer me toma a cada Big Brother Brasil. Uma felicidade imensa em não ter mais que saber os nomes dos novos participantes e suas (des)ocupações pregressas, não ter que assistir a nenhum episódio e coisas do tipo. Big Brother Brasil 12? Nem te vi. Sem essa de espiadinha, Bial. Estou salvo.

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'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu