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Enquanto isso, no domingo passado

Os irmãos e as belas dançarinas de Femi Kuti. Foto: Camila Miranda

O Femi Kuti eu cumprimentei meio de longe. Acenei e o herdeiro de Fela, concentrado, respondeu com um balançar de cabeça e um sorriso discreto, enquanto soprava o saxofone e aquecia a voz. É, o nigeriano e sua trupe tocam e cantam o tempo todo, num verdadeiro pré-show nos bastidores. A aparição de 16 figuras luminosas no camarim vai ser uma imagem difícil de esquecer. Instrumentos em punho, andar dançante, saudações aos presentes, apertos de mão. Astral lá em cima, sabem? O enlevo africano. Uma sensação de suavidade que já tomava o amplo backstage do Sesc Santo André, repleto de gente querida. Gente que se emocionou com o que via ali de pertinho e o que veria em breve no palco. Tomados por aquela vibração incrível, eu, que tive o privilégio de assistir ao primeiro show da big band afrobeat no Brasil em 2000 e estava lá a presenciá-los novamente, e meus irmãos Rodrigo Brandão, responsável pelo festival Batuque - Conexão África-Brasil, do qual os artistas eram a atração principal, e BNegão (já conseguiu dormir, Bernardo?), não tivemos dúvida e posamos ao lado das dançarinas. Tamo junto, Nigéria!

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'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu