Leio no JC Online que é gravíssimo o estado de saúde de Waldick Soriano, o artista trava uma batalha contra o câncer. Aos 75 anos, ele teve a morte cerebral diagnosticada na manhã desta quarta-feira, no Rio de Janeiro.
No ano passado, batuquei as linhas abaixo quando assisti ao DVD Waldick Soriano Ao Vivo e escutei o CD homônimo. Eram linhas para a Rolling Stone.
DVD
Homenagem ao nosso homem de preto
“Se não tiver paixão, a música não é porra nenhuma”, diz Waldick Soriano em meio aos ensaios para os shows que faria em novembro de 2006, em Fortaleza. As apresentações foram registradas, compõem o DVD Waldick Soriano ao Vivo e a observação do artista está nos extras do lançamento. Dirigido por Patrícia Pillar, que promete um documentário sobre o cantor e compositor baiano ainda em 2007, o DVD é um baile, como anuncia o carro que circunda o local das gravações, de sucessos do naipe de “Tortura de amor”, “Quem és tu” e “Eu não sou cachorro não”. Respeitosa, a câmera capta o nosso homem de preto - espécie de Johnny Cash sertanejo no paralelo delirante -, defendendo boleraços próprios e dores-de-cotovelo de parceiros. Ainda nos extras, ele questiona o arranjo para “Perfume de Gardênia”. Polêmica que se dissipa na execução, apaixonada, da canção. “Com esses músicos dá vontade de cantar”, comemora.
CD
Arte popular em estado bruto
Álbum resultante do apreço de Patrícia Pillar, Waldick Soriano ao Vivo é o retrato de um artista de 74 anos que não abandona a estrada. São 14 faixas – três a menos daquelas encontradas no DVD. Estão lá “Tortura de amor”, que nos tempos de ditadura militar evidentemente foi censurada; “Você mudou demais”, com participação de Cláudia Barroso; “Eu vou ter sempre você”, versão de Antonio Marcos para “You’ll Never Know”; “Dama de vermelho”; e a essencial “Eu não sou cachorro não”. Arte popular em estado bruto.
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