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Mostrando postagens de setembro, 2019

Reverência

Conheci muito psicopata em meio à movimentação punk oitentista. E figuras espetaculares também. Uma delas é o Paulão. Ignoro seu atual paradeiro. Talvez faça uns 30 anos desde a última vez em que o vi. Espero sinceramente que esteja bem. Pois é alguém que exerceu uma influência extremamente positiva naquele contexto peculiar. Era ele, como se dizia na época, um punk das antigas. Testemunha ocular do início da estética em São Paulo - diga-se, no Brasil. Frequentador dos primeiros sons de fita (festas ao som de fitas cassete) nos bairros periféricos, da estação São Bento do metrô, da loja Punk Rock Discos etc. Mas não se valia disso para menosprezar os novatos da minha geração. Pelo contrário, dividia o que vivera sem ostentação veterana. Morava sozinho num sobrado próximo ao Cemitério da Lapa. Ladeado por uma espantosa coleção de LPs, compactos sete polegadas e fitas VHS. Em seu gigantesco acervo, títulos punk e hardcore destacavam-se. Eram muitos. Porém, havia outros estilos de rock....

Neste domingo, 29

Feliz dia do cliente

Recebo um e-mail do banco do qual sou correntista. Os dizeres felicitam-me pelo Dia do Cliente; comemorado, segundo eles, neste dia 15 - desconhecia por completo a data. Aproveitam ainda para agradecer as minhas confiança e parceria. Além do incentivo à utilização de mais serviços. Durante a leitura, recordo que o lucro das quatro maiores instituições brasileiras do ramo foi de R$ 69 bilhões no ano passado. De acordo com uma respeitada empresa especializada no fornecimento de dados financeiros, é o maior valor da história. Entendo o conteúdo do e-mail como uma gigantesca provocação a ser levada na esportiva.

Sem título

“Os mortos morrem ainda: e neles, os vivos. Todo o espaço e os olhos, caçados pelos frágeis instrumentos, confinados a seus hábitos. Respirar é aceitar essa falta de ar, o único alento, buscamos nas frestas da memória, no lapso que fende essa língua de rusgas, sem a qual a terra teria concedido augúrio de maior vigor por arrasar os pomares de pedra. Nem o silêncio me persegue.” (Paul Auster, poema extraído de “Desterrar”, escrito no início dos anos 1970, presente no livro “Todos os poemas”, tradução Caetano W. Galindo, 2013)